Viajar para o exterior está 74% mais caro do que em 2019, mostra estudo

Os voos internacionais de ida e volta, saindo do Brasil, tiveram um aumento médio de 74% no preço em 2022 na comparação com 2019, período pré-pandemia. Em relação a 2021, a alta média foi de 59%.

Os dados integram o Barômetro do Viajala, plataforma especializada em busca de voos, que utilizou um algoritmo próprio para analisar milhões de buscas realizadas por usuários do site para diferentes países entre janeiro e setembro de 2022 e as comparou com os mesmos meses do ano passado e do último ano pré-pandemia, 2019.

Confira, na tabela abaixo, os 10 destinos que mais tiveram aumento nas buscas em 2022 e suas respectivas variações de preços na comparação com 2021 e 2019 (dados consideram saídas de todo o Brasi):

DestinosVariação de buscas 2022 x 2021Variação de preços 2022 x 2021Variação de preços 2022 x 2019
Guayaquil+462%+117%163%
Córdoba+339%+42%171%
Roma+120%+85%+92%
Londres+109%+64%+59%
Buenos Aires+80%+29%+76%
Milão+76%+74%+78%
Porto+72%+69%+88%
Dublin+54%+64%+55%
Madrid+45%+87%+70%
Bariloche 

+41%

+20%+86%

“A recuperação do mercado aéreo após anos de baixa demanda é uma boa notícia para o turismo, mas traz consequências: uma delas é o aumento do preço médio dos voos”, aponta Rodrigo Melo, diretor de vendas do Viajala.

O aumento é bem expressivo, mas Melo avalia que o fenômeno já vinha se desenhando diante da baixa concorrência.

“A alta dos combustíveis, a inflação, a instabilidade política, as perdas acumuladas da pandemia e a necessidade de reacomodar passageiros dos últimos dois, três anos, sem custo adicional, pressionam os preços e dificultam prever uma queda nos valores das passagens tão cedo.”

A Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas) estima, por exemplo, que o querosene de aviação subiu mais de 64% entre janeiro e agosto deste ano.

Planejamento financeiro

“O que deve acontecer [por causa da alta dos preços] é uma troca de destinos. As pessoas vão buscar locais que tenham ficado menos caros. As pessoas estão sensíveis a preços, mas não querem deixar de viajar”, diz o executivo do Viajala.

A boa e velha recomendação é planejar a viagem com antecedência. “Não tem previsão de queda do preço para 2023. Acredito que os preços devem se manter em patamares altos. O viajante vai ter que lidar com preços mais caros e, para isso, o planejamento vai ser essencial”, afirma Melo.

A maior parte dos usuários do Viajala buscou, neste ano, por voos internacionais 80 dias antes do embarque, 14% mais que o planejamento comumente praticado no ano passado, que foi de 71 dias.

E os voos nacionais?

Segundo dados do Barômetro Viajala 2022, os voos domésticos de ida e volta estão 55% mais caros em 2022, em média, na comparação com 2021. Entre 2019 e 2022, o preço médio de voos nacionais subiu 50%.

“Enquanto em 2020, com uma demanda baixíssima de viagens, os preços eram extremamente atraentes, em 2021, as viagens nacionais foram sendo retomadas e normalizadas com o avanço da vacinação, e os preços foram se aproximando do patamar de 2019 mais rapidamente”, diz Melo.

Confira os 8 destinos que mais tiveram aumento nas buscas em 2022 e suas respectivas variações de preços na comparação com 2021 e 2019 (dados consideram saídas de todo o Brasil):

DestinosVariação de buscas 2022 x 2021Variação de preços 2022 x 2021Variação de preços 2022 x 2019
Porto Alegre+31%+63%+66%
Manaus+28%+58%66%
São Paulo+21%+50%65%
Porto Seguro+11%+43%+47%
Brasília+11%+51%54%
Rio de Janeiro+10%+73%+58%
Foz do Iguaçu+9%+52%67%
Goiânia+7%+31%+45%

Mesmo nos voos nacionais, os preços de todos os 8 destinos com maior variação de busca subiram, e o planejamento também é importante, embora o ticket médio das passagens tenda a ser menor.

Segundo o estudo, entre janeiro e setembro deste ano, o viajante se programou para uma viagem nacional com 30 dias de antecedência, ou seja, a maior parte dos usuários buscou voos 30 dias antes da data de partida. O número representa uma alta de 43% sobre 2021, quando a antecedência atingiu 21 dias.

Por outro lado, 80 dias de antecedência foi o período máximo que um consumidor comprou passagens nacionais, na média. Esse período representa 33% a mais do que o observado em 2021, quando o planejamento máximo típico dos usuários era de cerca de 60 dias.

Apesar deste aumento de programação dos viajantes em relação ao ano passado, o Viajala observa, pela primeira vez, desde o começo da pandemia, um planejamento muito similar ao de 2019, antes da Covid. “A antecipação típica de busca de voo doméstico passou de 28 dias antes da viagem, em 2019, para 30 dias agora”, finalizou Melo.

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Por: Giovanna Sutto – InfoMoney

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