Preferida do setor, segundo analistas: por que a Vale (VALE3) se destaca mesmo em um cenário de incertezas na mineração?

Minério de ferro: condição inédita explica alta, que deve se sustentar em 2021
Setor de siderurgia e mineração. Foto: Pixabay

Os investidores estão cautelosos com o recente rali do minério de ferro e as incertezas quanto à reabertura econômica da China. Ainda assim, a Vale (VALE3) segue como a principal opção de investimentos no setor. O Bank of America (BofA) explica por que a empresa tem vantagem em relação a pares como Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3).

Em relatório, os analistas do banco americano destacam a sustentabilidade da alta nos preços do minério de ferro como a grande questão no mercado no momento. Isso porque a commodity vem sendo negociada entre US$ 125 a 130 por tonelada nos mercados internacionais.

Apesar disso, os analistas do BofA lembram que o minério de ferro entrou em rali antes que a recuperação econômica chinesa se concretizasse. Mais: as ações da Vale também se valorizaram no período. “Mesmo que dados recentes indiquem melhoras, a retomada da segunda maior economia do mundo não é linear e continua gerando incertezas”, pontuam.

Minério de ferro seguirá em alta?

A crise bancária recente nos Estados Unidos e a aquisição do Credit Suisse (C1SU34) pelo UBS (UBSG34) aumentaram o estresse nos mercados e trouxeram novas preocupações sobre uma recessão global. Segundo os analistas, os investidores estão reclamando da “baixa tolerância e paciência dos mercados”, especialmente no setor de mineração e siderurgia.

O relatório do BofA destaca que os investidores têm dúvidas sobre a trajetória dos preços do minério de ferro, e se a sazonalidade mais forte da demanda, junto a restocagem em abril, serão suficientes para manter a commodity em alta — e consequentemente as mineradoras.

Além disso, os investidores também especulam se as autoridades chinesas resistirão a preços mais altos do minério, o que pode levar a uma direção oposta para a matéria-prima siderúrgica.

Vale: a única sobrevivente do rali?

Entre as empresas do setor de mineração e siderurgia, o BofA sublinha que a Vale é a principal posição de longo prazo do consenso atual. Apesar disso, os investidores reduziram suas posições desde dezembro, por causa das incertezas em relação à sustentabilidade do preço do minério de ferro.

“A falta de convicção e clareza sobre as perspectivas para o setor fez com que a maioria dos investidores não desejasse receber chamadas direcionais, com a maioria à procura de portos seguros”, dizem os analistas.

Em contrapartida, a Gerdau, que era a principal ação do setor em dezembro, passou a ter uma forte posição de venda (underweight) em março. Entre as razões estão o temor sobre a compressão do spread metálico norte-americano [diferença entre o menor preço de venda e o maior preço de compra de uma ação] e o momentum fraco de precificação/demanda no Brasil no início deste ano.

Por outro lado, as posições da Usiminas e da CSN não têm muita força no momento. Segundo o BofA, os investidores estão aguardando mais clareza sobre a parada para manutenção do alto-forno 3 da Usiminas.

Além disso, o aumento da alavancagem da CSN e os planos de dobrar de tamanho nos próximos dois ou três anos são um ponto de preocupação.

Cotações

No pregão desta segunda-feira, as ações das mineradoras e siderúrgicas tiveram um fechamento misto. A Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) recuaram 1,37% e 2,20%. Já a Vale e a Gerdau somaram 0,03% e 0,44%, respectivamente.



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Por: Janize Colaço – Suno

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