Após cair abaixo de R$ 5 na semana anterior, o dólar segue como um dos assuntos principais do mercado, podendo balizar investimentos no exterior a custos menores em termos de câmbio e afetando expectativas das companhias com receita dolarizada.
A cotação do dólar comercial, na tarde desta terça (18), é de R$ 4,98. Assim, a desvalorização do câmbio é de cerca de 5,7% no acumulado do mês. A moeda chegou a ser negociada a R$ 4,91 recentemente.
Nesta semana, segundo Marcelo Cursino, gerente de estratégia comercial do Braza Bank, não há eventos previstos que possam caracterizar oscilações expressivas.
“Vejo que a curva da moeda tende a se ajustar no começo da semana, por conta do desempenho da semana passada. Vale deixar no radar os desdobramentos da visita do presidente Lula à China, pois houve uma sinalização de aproximação mais forte junto ao país asiático, ao mesmo tempo em que aconteceram críticas aos EUA por parte do governo brasileiro”, comenta.
O especialista destaca que esse movimento pode sinalizar condições de negociar com os mais diversos países do mundo e fortalecer as relações Brasil-China, favorecendo a economia nacional.
“Mais para o final da semana, teremos indicadores relacionados ao calor das economias e inflação (IPCs na zona do euro, pedidos de seguro desemprego nos EUA e PMIs na zona do euro), que podem nos trazer indicativos sobre a curva de juros futura na Europa e nos EUA, algo importante para estar no radar de mercado”, comenta.
Bruno Perottoni, diretor de tesouraria do Braza Bank, aponta que a semana teve o ‘pontapé inicial’ de indicadores que influenciaram substancialmente no câmbio.
“A semana começou com um Empire Manufacturing nos EUA, um número bem quente de atividade econômica por lá, o que quer dizer inflação e. consequentemente, juros altos. Hoje, para se ter uma ideia, os títulos de 3 meses do governo americano chegaram ao patamar de quase 5%, algo que não se via desde 2001, 2002”, comenta.
“Assim, o que a gente pode perceber é que a preocupação com a inflação ainda é grande lá fora. Aqui, no cenário local, o relatório Focus aponta o IPCA mais alto em 2023 e 2024. Então, essa projeção de inflação mais alta e atividade econômica mais aquecida lá fora fizeram com que o dólar se valorizasse e o juros tivesse muma leve alta aqui no Brasil. Esse foi o drive do mercado nessa segunda, que deve seguir ao longo da semana”, completa.
Projeção do dólar
Atualmente a expectativa do mercado financeiro é de que o dólar feche o ano em R$ 5,24, conforme o Boletim Focus publicado nesta semana.
Já para o ano de 2024, a projeção é de que o dólar feche em R$ 5,26.
Por: Eduardo Vargas – Suno