Lucro em queda livre e números ruins: o que esperar da Vale (VALE3) no 1T23

Lucro em queda livre e números ruins: o que esperar da Vale (VALE3) no 1T23

A Vale (VALE3) divulgou na última terça-feira (18) o seu relatório de produção referente ao primeiro trimestre de 2023 (1T23). Com resultados que não agradaram o mercado, assim como no trimestre imediatamente anterior, a expectativa dos analistas é de que haja quedas em alguns indicadores financeiros.

Entre essas baixas, destaque para o Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e o lucro líquido. Isso porque, embora a Vale tenha apresentado uma alta de 5,8% na produção de minério de ferro na comparação anual, o montante de 66,774 milhões de toneladas do período foi 17,4% menor que o do último trimestre de 2022.

Mais: o volume de vendas da Vale de finos e pelotas de minério cedeu no 1T23, com uma baixa de 10,6% ante ao mesmo período de 2022 e queda de 43,5% em relação ao 4T22, com o total de 45,861 milhões de toneladas comercializadas.

Diante desses números, a Genial Investimentos não se mostra otimista, muito pelo contrário. “Lucro líquido em queda livre”, escrevem Igor Guedes, Renan Rossi e Ygor Bastos, analistas da casa. 

Segundo a projeção da Genial, o indicador terá uma queda bastante expressiva: -46,2% na comparação com o 4T22 e de -57,1% frente ao mesmo período do ano passado. “Caso não haja nenhum efeito não recorrente que impulsione positivamente o resultado da mineradora”, salientam.

Ebitda também deverá cair 

Além do lucro líquido, outro indicador financeiro que pode cair é o Ebitda da Vale. E, desta vez, a projeção não é apenas da Genial. Analistas do Santander (SANB11) e do Itaú BBA seguem a mesma linha.

“O Ebitda começará a sentir com mais intensidade o aumento de provisões com Mariana (MG). Entendemos que o guidance divulgado pela Vale, no Investor Day no final de 2022, pode estar desatualizado, mesmo já representando uma alta no provisionamento para a Samarco de US$ 400 milhões em 2022 para US$ 1,9 bilhão em 2023”, escrevem os analistas da Genial. 

Diante disso, a corretora estima que o Ebitda ajustado da Vale no 1T23 deve cair para a marca de US$ 3 bilhões versus US$ 4,6 bilhões contabilizados no 4T22. Além disso, os analistas acreditam que a mineradora perderá margem líquida, chegando a 22,7% no 1T23 contra 31,2% no 4T22 — diminuição de 8,51 pontos porcentuais (p.p).

Já os analistas do Santander (SANB11), que recentemente declararam preferência por outra mineradora na América Latina, observam que os preços realizados do minério de ferro ficaram ligeiramente abaixo suas expectativas. 

“Fato que, combinado com os volumes de vendas mais fracos do que o esperado, representa um risco de queda de 12% em nossa estimativa de Ebitda do 1T23 de US$ 4,5 bilhões”, escrevem Rafael Barcellos e Arthur Biscuola. Com isso, o valor passa para aproximadamente US$ 3,9 bilhões.

Os analistas do Itaú BBA também revisaram as projeções do indicador financeiro neste trimestre. “Os volumes e preços de venda de minério de ferro (finos + pelotas) ficaram abaixo da nossa projeção”, argumentam Daniel Sasson e a equipe de analistas do banco.

Diante disso, o Ebitda da Vale no 1T23 foi revisado de US$ 4,1 bilhões para US$ 3,7 bilhões.

Receita líquida em contração

Entre as prévias analisadas, apenas a Genial projetou qual pode ser a receita líquida da Vale no 1T23. Assim como nos demais indicadores, as estimativas não são otimistas. 

“Projetamos uma receita líquida em contração de double digit, na casa de US$ 8,8 bilhões (-25,9% t/t; -21,5% a/a), o que, para nós, refletirá a dinâmica de restrições nos embarques de minérios finos no porto Ponta da Madeira (PA), fazendo com que as vendas tenham recuado além da normalidade para uma sazonalidade já fraca dos 1T’s”, pontuam. 

Os analistas da corretora também esperam que os minérios finos marquem uma receita de US$4,9 bilhões (-35,7% t/t e -31,1% a/a). Já para pelotas, eles acreditam que os menores prêmios serão os maiores detratores de receita, visto que a produção andou de lado no trimestre.

Cotação da Vale hoje

No intradia desta terça-feira (25), as ações da Vale operam queda de 2,93%, cotadas a R$ 69,85. Apenas no mês de abril, os papéis da mineradora tiveram uma desvalorização de 12,90%. Confira abaixo mais detalhes do desempenho da companhia nos últimos seis meses na bolsa de valores:

Cotação vale3

Gráfico gerado em: 25/04/2023
6 Meses


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Por: Janize Colaço – Suno

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