Ibovespa segue exterior e perde 1,18%, na 5ª queda consecutiva; Vale (VALE3) e CSN (CSNA3) caem

Ibovespa cai
Ibovespa cai. Foto: Pexels

Ibovespa hoje encerrou o pregão de quinta-feira (9) em queda de 1,18%, aos 107.093,71 pontos, após oscilar entre 107.06762 e 108.510,31. O volume melhorou em relação à quarta, mas seguiu abaixo da média: R$ 25,8 bilhões. Na B3 (B3SA3), a sequência de cinco perdas é a mais longa desde as sete retrações observadas entre 14 e 26 de abril. Na semana, o Ibovespa cede 3,61%, colocando a queda de junho a 3,82%, e limitando o avanço do ano a 2,17%.

Embora aguardada, a confirmação pelo Banco Central Europeu (BCE), em reunião nesta quinta, de que a política monetária da zona do euro de fato se ajustará nos próximos meses, com retirada de estímulos e elevação dos juros de referência, contribuiu para a cautela vista na sessão, em que o Ibovespa operou no mesmo sentido do exterior, a despeito da leitura melhor do que o esperado para o IPCA de maio.

Na contramão do ajuste negativo em commodities e siderurgia, o desempenho majoritariamente positivo das ações de grandes bancos, ao final enfraquecido e misto  contribuía para moderar as perdas do índice, até que, no fim da tarde, os índices de ações em Nova York aceleraram a correção, na véspera da divulgação de nova leitura sobre a inflação nos Estados Unidos.

Hoje, “os rendimentos dos títulos globais subiram depois de o BCE preparar os mercados para um ciclo de alta das taxas (de juros) e com o crescente nervosismo de que os dados do índice de preços ao consumidor (nos Estados Unidos), amanhã, mostrarão claramente que a inflação não está perto do pico”, aponta em nota Edward Moya, analista da OANDA em Nova York. “Sinais de alerta sobre a economia estão surgindo à medida que as dados semanais sobre desemprego (nos EUA) começam a aumentar, e a situação da Covid na China será problemática para as cadeias de suprimentos nos próximos dois trimestres. As pressões inflacionárias se ampliam e não mostram sinais de afrouxamento.”

Cenário doméstico e IPCA em pauta

Por outro lado, o ponto mais aguardado da agenda doméstica, o IPCA de maio, agradou, mas não o suficiente para que o Ibovespa resistisse à aversão a risco que prevaleceu desde o exterior, com o mercado por aqui ainda atento às negociações entre governo federal, Estados e Congresso sobre a desoneração dos combustíveis. A percepção continua ambivalente: por um lado, efeito benéfico para a trajetória da inflação; por outro, dúvidas sobre o impacto fiscal da renúncia a impostos.

“É possível que as medidas gerem um impacto favorável sobre a inflação, de forma mais perene, na medida em que tem muita inércia na inflação brasileira. Se a inflação for 7% em 2022, em vez de 9%, voltamos a poder ter inflação de 4% em 2023. O Brasil dificilmente reduz a inflação em mais de 3 a 4 pontos porcentuais por ano, por conta da indexação”, observa Igor Barenboim, sócio e economista-chefe da Reach Capital, enfatizando também efeitos positivos para o crescimento e a renda no País.

“Claro que tem o risco fiscal, que pode fazer com que o real se deprecie e os juros subam”, aponta o economista, ressalvando que tal impacto tenderia a ser “marginal”. “Esse conjunto de medidas pode funcionar, sim. Pode fazer o juro ter que subir menos agora e ficar menos tempo em patamar tão elevado”, acrescenta Barenboim.

Hoje, em evento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu aos empresários que deem uma “pequena trégua” nos preços e que “apertem os cintos”, sem perder a confiança no Brasil. No mesmo evento, em participação virtual, o presidente Jair Bolsonaro – que chegou nesta quinta-feira a Los Angeles (EUA) para participar da Cúpula das Américas – defendeu junto aos participantes o “menor lucro possível” na cesta básica.

“O Brasil andou mais rápido em políticas monetária e fiscal. A inflação é mundial e nunca foi culpa do nosso governo. Vocês empresários devem conversar com fornecedores. Precisamos estar juntos em trégua de preços, para quebrar a espiral inflacionária”, disse Guedes aos participantes do Fórum da Cadeia Nacional, promovido pela Abras.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta quinta-feira, após o Banco Central Europeu (BCE) pavimentar o caminho para aumento de juros e alimentar as preocupações sobre o quadro global de inflação. Na véspera de dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, investidores se desfizeram principalmente de ações dos setor de tecnologia e turismo.

  • Dow Jones caiu 1,94%, a 32.272,79 pontos;
  • S&P 500 recuou 2,38%, a 4.017,82 pontos;
  • Nasdaq teve queda de 2,75%, a 11.754,23 pontos.

dólar à vista fechou em alta de 0,52%, a R$ 4,9156, depois de oscilar entre R$ 4,8672 e R$ 4,9201.

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda, nesta quinta-feira, pressionados pelo avanço do dólar ante rivais, em meio à queda do sentimento de risco após o Banco Central Europeu (BCE) confirmar os planos de subir juros em julho e setembro. Além disso, investidores estão com temores renovados diante de novos lockdowns na China.

O petróleo WTI para julho registrou queda de 0,49% (US$ 0,60), a US$ 121,51 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para agosto caiu 0,41% (US$ 0,51), a US$ 123,07 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato mais líquido do ouro fechou em baixa nesta quinta-feira. O metal foi pressionado pelo fortalecimento do dólar ante rivais, diante da sinalização de altas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE).

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para agosto fechou em queda de 0,20%, a US$ 1.852,80 por onça-troy.

No Ibovespa hoje, o destaque foi para o setor das siderúrgicas. Com o temor de recessão global e a queda do minério de ferro, as empresas atreladas às commodities sofreram na sessão do dia.

A CSN (CSNA3) liderou as quedas, com 6,65%, seguida por Usiminas (USIM5), que perdeu 4,80%. Gerdau Metalúrgica (GOAU4) caiu 4,60%, Gerdau (GGBR4) desvalorizou 4,36% e Vale (VALE3) cedeu 3,38%.

Ainda se destacaram no ranking negativo Magazine Luiza (MGLU3), com -6,52% e Azul (AZUL4), que recuou 5,34%.

A Petrobras (PETR3, PETR4) caiu 1,19% e 1,44%, respectivamente.

O setor bancário fechou misto, com Banco do Brasil (BBAS3) perdendo 0,14%, Itaú (ITUB4) com baixa de 1,72., Santander (SANB11) teve alta de 0,19% e Bradesco (BBDC3, BBDC4) fechou com +0,12% e -0,05%, respectivamente.

Diante da expectativa sobre a precificação da oferta da Eletrobras (ELET3, ELET6) avançou 2,14% e 2,09%.

Apoiadas na decisão de ontem do STJ de desobrigar os planos de saúde a cobrir procedimentos fora do rol da ANS, Hapvida (HAPV3) liderou as maiores altas com 2,98% e SulAmérica (SULA11) ganhou 2,69%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • CVC (CVCB3) avalia anunciar oferta primária de ações; saiba mais
  • Azul (AZUL4) tem alta de 74% em tráfego de passageiros em maio de 2022

CVC (CVCB3) avalia anunciar oferta primária de ações; saiba mais

CVC (CVCB3) comunicou nesta quinta-feira (9) que está avaliando realizar uma oferta subsequente primária de ações (follow-on).

As ações da CVC operam em queda de 0,60%, a R$ 10,01, às 15h55, em dia de baixa no Ibovespa, que perde 0,43%, aos 107.904 pontos.

De acordo com fato relevante arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os bancos Citi e Bank of America seriam alguns dos potenciais coordenadores da operação.

A nota da CVC diz que a oferta é motivada pela gradual recuperação do setor de turismo nos últimos meses, com consequente aumento da procura por viagens de lazer e corporativas, assim como a constante avaliação das fontes de capital disponíveis – assim como seus custos – para suportar o crescimento das operações.

A realização da oferta restrita ainda não efetivamente aprovada ainda, uma vez que a decisão está sujeita a uma série de fatores e condições, incluindo aprovações
societárias, a condição no mercado de capitais, a celebração de contratos a respeito do tema e outros procedimentos necessários para ofertas públicas.

“A companhia reforça que, nesta data, não está sendo realizada qualquer oferta pública de distribuição de ações de sua emissão no Brasil, nos Estados Unidos da América ou em qualquer outra jurisdição.”

Em março deste ano, o CEO da CVC, Leonel Andrade, afirmou que a empresa estava em seu melhor momento desde o início da pandemia, em março de 2020. O executivo destacou que todos os setores da empresa apresentam melhorias: governança, controle dos negócios, gestão de pessoas, relação com investidores e acionistas. “O que vimos no quarto trimestre de 2021 foi o reflexo dessa evolução nos números”, disse.

No primeiro trimestre de 2022, o prejuízo líquido da CVC foi de R$ 166,8 milhões, 104,7% pior na comparação com o mesmo período de 2021. O Ebitda Ajustado de R$ 12,5 milhões de janeiro a março reverteu resultado negativo de R$ 63 milhões registrado um ano antes.

Azul (AZUL4) tem alta de 74% em tráfego de passageiros em maio de 2022

Azul (AZUL4) registrou aumento de 74% no tráfego de passageiros consolidados (RPKs) em maio deste ano, na comparação de mesmo período em 2021.

“Em maio, as taxas de ocupação se mantiveram estáveis, combinadas com o rápido aumento das tarifas e da receita unitária. Estamos alavancando a recuperação do corporativo para maximizar receita e mantemos a expectativa de apurar receita recorde no 2º trimestre de 2022,” diz John Rodgerson, CEO da Azul.

Já a oferta de voos (ASK) da Azul cresceu 26,4% entre janeiro e março deste ano, atingindo 9 milhões de assentos.

A taxa de ocupação no primeiro trimestre de 2022 atingiu 80,4%, incremento de 3,9 pontos percentuais frente à taxa de ocupação do primeiro trimestre de 2021.

No voos domésticos, a companhia reportou um crescimento de 21,4% no tráfego de passageiros, frente a um aumento de 16,2% da capacidade (ASK), resultando em uma taxa de ocupação de 80,3%.

taxa de ocupação da Azul foi de 78,4% em março, elevação de 6,7 p.p. na comparação anual.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -1,18%
  • IFIX hoje: -0,18%
  • IBRX hoje: -1,25%
  • SMLL hoje: -0,70%
  • IDIV hoje: -0,78%

Cotação do Ibovespa nesta quarta (8)

Ibovespa fechou o pregão da última quarta-feira (8) em queda de 1,55% aos 108.367,67 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Por: Victória Anhesini – Suno

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