Ibovespa dispara 2,04% e retoma os 100 mil pontos; Vale (VALE3) sobe 2,91%

Ibovespa retoma os 100 mil pontos - Foto: Agência Brasil
Ibovespa: Dos destaques positivos que devem puxar o Ibovespa para cima, o Inter reforça o avanço do setor do agronegócio – com expectativa de safra recorde em 2022 e aumento da demanda externa Foto: Agência Brasil

Ibovespa hoje encerrou o pregão de quinta-feira (7) em alta de 2,04% aos 100.729,72 pontos, após oscilar entre 98.721,51 e 101.420,24 pontos. Na semana, passa a acumular ganho de 1,79%, elevando a retomada do mês a 2,22% e no ano, limita a perda a 3,90%. O giro sentiu recuperação, a R$ 29,4 bilhões.

Sem muitas novidades na agenda do dia, o índice navegou a retomada do apetite por risco desde o exterior, com os mercados ainda digerindo os sinais emitidos ontem à tarde pela ata da mais recente reunião de política monetária do Federal Reserve. Sem menções do Fed a risco de recessão iminente, os investidores buscaram descontos em ações, tanto aqui como nos Estados Unidos e na Europa.

Amanhã, a atenção se volta à nova leitura sobre a economia americana em junho, com a divulgação de dados sobre o mercado de trabalho como a geração de vagas, a taxa de desemprego e a evolução do ganho salarial médio. No Brasil, será conhecido o IPCA de junho.

“A inflação tem sido a grande preocupação dos mercados desde o início do ano, e o Fed deixou (ontem) em aberto a definição dos juros para a próxima reunião, se um aumento de 50 ou 75 pontos-base. Assim, os mercados reagiram bem à indicação de política monetária mais restritiva para controlar a inflação. Por outro lado, o mercado de títulos americanos tem mostrado inversão ou igualdade entre os juros de 2 e 10 anos, o que assinala, conforme histórico, a possibilidade de recessão”, diz Jennie Li, estrategista de ações da XP.

“A depender das métricas utilizadas, alguns analistas já antecipam que os Estados Unidos estejam em recessão, e outros acreditam que esteja entrando. A inflação por lá permanece nos maiores níveis em 40 anos. O ritmo dos mercados deve ser afetado pelo ajuste nas condições de liquidez, com a elevação de juros do Fed. Já há sinais de que a demanda agregada, o ritmo de produção, de atividade, está em desaceleração nos Estados Unidos”, observa Davi Lelis, economista e sócio da Valor Investimentos.

Ainda assim, com a busca por descontos, o desempenho isolado desta quinta-feira levou, durante a sessão, papéis de maior liquidez a zerar as perdas da semana e a pontuar no mês, embora o ritmo da recuperação não tenha se sustentado linearmente ao fim para ações como as de Petrobras, Vale, Itaú, Bradesco, CSN e Gerdau, entre outras.

“Rumores de que o governo chinês planeja antecipar a venda de US$ 220 bilhões em títulos especiais, que têm o intuito de fomentar a infraestrutura, trouxeram alívio nesta manhã” para as commodities e empresas do setor, observa em nota a Guide Investimentos.

“Com o cenário externo favorável e commodities em alta, praticamente todas as ações que compõem o Ibovespa se valorizaram, o que o levou a superar os 101 mil pontos. A movimentação não surpreende após a queda forte desde abril. O Ibovespa está na média descontado, com seu múltiplo de lucro (P/L) próximo a mínimas históricas”, aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. “Em certa medida, o mercado parece precificar uma inflação mais amena, com juros futuros recuando na véspera da divulgação do IPCA e algumas ações relacionadas à inflação se valorizando mais forte na semana”, acrescenta o analista.

“A PEC dos benefícios vai trazer custos maiores ao país, mas pode vir a beneficiar o setor de varejo. Isso porque benefícios fazem com que pessoas tenham mais dinheiro para consumir. E esse cenário beneficia o setor de varejo”, lembra o sócio-fundador da GT Capital, Marcus Labarthe. “Junto com setor de construção civil, o setor de varejo foi um dos que mais pesou de forma negativa nesse ano. Empresas como Magazine Luiza e Via Varejo caíram, em média, mais de 80%. Então, é natural que o mercado veja oportunidades.”

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta quinta-feira. Operadores monitoraram as falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que miniminizaram as preocupações com recessão americana e reforçaram acreditar em “pouso suave” da economia. Dados macroeconômicos dos Estados Unidos também estiveram no radar.

  • Dow Jones: +1,12%, aos 31.383,89 pontos;
  • S&P 500: +1,49%, aos 3.902,43 pontos;
  • Nasdaq: +2,28%, aos 11.621,35 pontos.

dólar à vista fechou em baixa de 1,42%, a R$ 5,3451, depois de oscilar entre R$ 5,3310 e R$ 5,4141.

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira (7), com avanços em torno de 4%, após as perdas vistas recentemente. Dados sobre estoques nos Estados Unidos impulsionaram a negociação dos ativos, em meio ao maior apetite por risco na sessão de hoje.

petróleo WTI para agosto fechou em alta de 4,27% (US$ 4,20), a US$ 102,73 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). O barril de petróleo Brent para setembro subiu 3,93% (US$ 3,96), a US$ 104,65 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Contudo, os preços seguem entre 3% e 4% mais baixos do que há uma semana.

O ouro registrou ganho, nesta quinta-feira, sem muito impulso. O contrato chegou a oscilar em parte do dia, mas houve espaço para avanço, após a queda de pouco mais de 1,5% da sessão anterior.

O ouro para agosto fechou em alta de 0,18%, em US$ 1.739,70 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

No Ibovespa hoje, as empresas atreladas às commodities se destacaram no pregão. Com a notícia do possível plano de estímulo de US$ 220 bilhões da China, assim como a alta do minério de ferro e petróleo, os papéis tiveram recuperação.

Gerdau (GGBR4) subiu 5,76%, CSN (CSNA3) ganhou 5,29%, Gerdau Metalúrgica (GOAU4) valorizou 4,54%, Vale (VALE3) teve elevação de 2,91%. Petrobras (PETR3, PETR4) teve alta de 2,96% e 2,93%, respectivamente.

O setor bancário o índice também ficou no positivo. Bradesco (BBDC3, BBDC4) aumentou 1,26% e 2,06%, respectivamente, Banco do Brasil (BBAS3) subiu 1,47%, Itaú (ITUB4) ganhou 1,42%, e Santander (SANB11), +0,21%.

Quem liderou o ranking das maiores altas do dia foi YDUQS (YDUQ3), que subiu 10,51%, seguida por CVC (CVCB3), com +10,23%, acompanhando a queda do dólar, e MRV (MRVE3), com crescimento de 6,42%.

O topo do ranking negativo ficou com frigoríficos, em movimento de realização. JBS (JBSS3) baixou 1,22% e Marfrig (MRFG3) caiu 1,12%. Papeleiras também se destacaram entre as maiores perdas, com Suzano (SUZB3) cedendo 0,69% e Klabin (KLBN11) recuando 0,55%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

Azul (AZUL4) tem alta de 40% na demanda em junho

Azul (AZUL4) registrou aumento de 40,1% na demanda total em junho, ante igual mês do ano passado, enquanto a oferta teve aumento de 35,8%. A informação foi divulgada em documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta quinta-feira (7).

Já a taxa de ocupação da Azul subiu 2,5 pontos porcentuais para 79,3%

Nas rotas domésticas, a demanda cresceu 26,30% em junho e a oferta registrou avanço de 27,6%. A taxa de ocupação dos aviões da empresa teve leve recuo de 0,8 p.p. para 78%.

Nos voos internacionais a demanda cresceu 303%, enquanto a oferta teve aumento de 138,3%. A taxa de ocupação avançou 35,9 p.p. para 87,9%.

“O mês de junho foi marcado por um resultado de tráfego e receita unitária fortes. Nossas vantagens competitivas e disciplina na alocação de capacidade continuam a nos dar confiança na geração de receita daqui para frente”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul.

Durante o segundo trimestre o RPK da Azul cresceu 63,8% na comparação anual, ao passo que o ASK subiu 59,6% de abril a junho. Já a taxa de ocupação subiu 2,0 pp, para 78,7%.

No acumulado do ano de 2022, a demanda total de passageiros está 48,7% acima do visto no mesmo período do ano passado.

Enquanto isso, no mesmo período, a oferta subiu 42,9%. Já a taxa de ocupação está em 79,6%, crescimento de 3,1% pp ante janeiro a junho de 2021.

Braskem (BRKM5): Lucro deve cair 75% em dois anos; BofA reduz preço-alvo

Os analistas do Bank of America (BofA) pioraram suas expectativas para a Braskem (BRKM5), cortando o preço-alvo das ações de R$ 80 para R$ 55 – ante R$ 33,70 de cotação atual. Apesar disso, a recomendação de compra foi mantida.

Vale lembrar que as ações da Braskem tiveram o melhor desempenho da bolsa em 2021, mas caem cerca de 40% no acumulado deste ano, acompanhando a tendência do Ibovespa.

A previsão é que a Braskem tenha um lucro de R$ 7,7 bilhões no acumulado de 2022, ante R$ 11,6 bilhões vistos em 2021.

Em 2023, o cenário deve ser ainda pior, com R$ 3,2 bilhões de lucro líquido. Em 2024, a projeção é de R$ 1,9 bilhão de lucro, totalizando queda de 75% ante 2022 e de 83% ante 2021.

“Os spreads petroquímicos estiveram sob pressão nos últimos meses e devem permanecer mais fracos do que o esperado anteriormente em 2022-2024”, diz o relatório do banco.

Segundo os analistas Frank McGann e Leonardo Marcondes, em 2022 os spreads de polietileno (PE) no Brasil devem atingir na média aproximadamente US$ 500 por tonelada. Esse preço significa uma baixa de 53% no comparativo anual.

Além disso, o prognóstico é de 33% de queda no PE do México, a US$ 1.028 por tonelada.

Já o polipropileno (PP) deve ter maior demanda no pós-pandemia devido a mudanças em hábitos de consumo nos setores de eletrodomésticos e automóveis. O aumento de demanda nestas áreas deve compensar a retração do crescimento econômico.

“Isso deve contribuir para preços de PP relativamente firmes, embora as margens devam ser menores do que os níveis observados nos últimos anos. Isso será especialmente verdadeiro para as operações brasileiras de nafta”, diz o relatório do BofA.

Ou seja, os spreads menores devem ser o principal trigger para uma folga menor nas altas das ações. O BofA cita que os preços do petróleo e do gás natural, que elevam os custos das matérias-primas da companhia – nafta e etano.

Além disso, pode ocorrer uma retração na demanda por conta do temor de recessão global.

O que pode atenuar o cenário é a taxa de utilização do México, em nível mais alto, com a maior disponibilidade de matéria-prima dos Estados Unidos e que as tendências de PVC também devem permanecer favoráveis.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: +2,04%
  • IFIX hoje: +0,13%
  • IBRX hoje: +2,07%
  • SMLL hoje: +2,14%
  • IDIV hoje: +1,66%

Cotação do Ibovespa nesta quarta (6)

Ibovespa fechou o pregão da última quarta-feira (6) em alta de 0,43% aos 98.718,98 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Por: Victória Anhesini – Suno

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