Ibovespa cai mais 2% sob influência do noticiário político e recuo do petróleo; dólar vai a R$ 5,45

O segundo pregão de 2023 não deu trégua para o Ibovespa. O índice de referência do mercado acionário brasileiro amargou mais um dia de perdas expressivas e quase fechou abaixo dos 104 mil pontos. A Bolsa foi mais uma vez impactada pelo noticiário político e caiu mais do que os índices em Wall Street, onde as primeiras negociações do ano ocorreram hoje.

Segundo o Broadcast, do Estadão, o Ministério da Fazenda avalia fazer um ajuste fiscal de mais de R$ 223 bilhões em 2023, o que equivale a 2,08% do Produto Interno Bruto (PIB). Mas a autonomia do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, continua sendo questionada pelos investidores.

“Pesa a desconfiança sobre as primeiras medidas do governo Lula, que pretende ‘cancelar’ privatizações, aumentar o número de ministérios, fazer a revogação do Teto dos Gastos e adotar uma nova âncora fiscal que permita mais gasto público”, afirma Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil Investimentos.

Declarações de outros membros da nova equipe do presidente Lula também repercutiram negativamente no mercado. Ao assumir o Ministério da Previdência, Carlos Lupi afirmou considerar alto os juros do crédito consignado para aposentados do INSS, o que impactou papéis de grandes bancos.

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Para piorar a situação, o petróleo despencou no mercado internacional. O barril do Brent para março caiu 4,1%, para US$ 82,43, com uma nova contração da atividade industrial da China, segundo maior importador global da commodity. Mesmo com a flexibilização da política de Covid Zero, novos surtos da doença estão impactando a economia do país.

Foi mais uma pressão negativa para os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) que, em apenas duas sessões, acumulam perdas de quase 10%. O futuro da estatal na gestão Lula III está sendo questionado, com o governo apontando para mudanças na política de preços, investimento em refino e em transição energética.

O Ibovespa fechou a sessão desta terça-feira (3) em queda de 2,08%, aos 104.165 pontos. O giro financeiro do dia foi de R$ 25,7 bilhões.

O sentimento de aversão ao risco, novamente, foi combustível para a alta do dólar. A moeda americana também teve um dia positivo frente a outras divisas pelo mundo. Aqui, o dólar comercial fechou em alta de 1,72%, a R$ 5,452 na compra e na venda.

Os juros futuros dispararam até o último minuto. No after hours, os contratos de maior liquidez eram negociados em alta de dois dígitos. O vencimento mais curto, janeiro de 2024, subia 22 pontos-base, a 13,74%.

Já os contratos vincendos em janeiro de 2025 subiam 31 pontos-base. Os DI para janeiro de 2027 e 2029, avançavam, respectivamente, 32 e 27 pontos-base.

As Bolsas nos Estados Unidos estrearam 2023 dando sequência às perdas do ano passado (em 2022, os índices tiveram o pior desempenho em 14 anos). As preocupações sobre alta de juros no país e o risco de recessão continuam pensado no sentimento do investidor.

O Dow Jones caiu 0,04%, aos 33.134 pontos; o S&P 500 fechou em baixa de 0,41%, aos 3.823 pontos; e a Nasdaq recuou 0,76%, aos 10.386 pontos.

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Por: Mitchel Diniz – InfoMoney

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