Ibovespa cai 2,06%, mas ganha 2,23% na semana; Petrobras (PETR4) despenca 6,2%

Ibovespa hoje. Foto: PIxabay
Ibovespa hoje. Foto: PIxabay

Ibovespa hoje fechou a sexta-feira (23) em queda de 2,06%, em 111.716,00 pontos, após oscilar entre 110.731,90 e 114.046,98 pontos. Na semana, índice tem de alta de 2,23%. No mês, sobe 2,00% e, no ano, 6,58%. O giro financeiro foi a R$ 35,2 bilhões na sessão.

A cautela em torno da economia global se impôs ao câmbio e à Bolsa nesta última sessão da semana, após descolamento em certos trechos do período, antes e mesmo depois do evento mais aguardado do intervalo, a decisão sobre juros nos Estados Unidos, na quarta-feira.

“As autoridades monetárias têm elevado o tom no combate à inflação e o custo, para isso, é o de bolsas em queda e atividade econômica mais fraca”, observa em nota a Guide Investimentos, destacando nesta sexta-feira as leituras preliminares sobre os índices de atividade na Europa neste mês de setembro. “A avaliação para a economia europeia é extremamente negativa. Além de contar com pressões de custo devido à crise energética, o controle da inflação pelo BCE (Banco Central Europeu) dificilmente conseguirá evitar um ‘hard landing‘ (pouso forçado da economia).”

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou nesta sexta-feira que a instituição está determinada a usar suas ferramentas para lidar com o que ele definiu como o “novo normal da economia americana”. “Continuamos a lidar com uma situação econômica excepcional, à medida que os formuladores de políticas estão comprometidos em usar todas as ferramentas para ver a economia superar esse período desafiador”, destacou, em discurso de abertura em evento.

A cautela quanto ao ritmo de atividade nas maiores economias pressionou o petróleo nesta última sessão da semana, afetando diretamente o desempenho do Ibovespa. Prevaleceu na sessão “a interpretação de que a recessão mundial diminuirá a demanda global pelas commodities – o mesmo cenário se desenhou para minério de ferro e siderurgia, setores que caíram em média 2,5%”, aponta Gabriel Felix, especialista em renda variável da Blue3.

Ainda assim, o otimismo do mercado financeiro para as ações na B3, no curtíssimo prazo, teve impulso no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, nenhum deles espera queda para o Ibovespa na próxima semana e a parcela dos que preveem alta saltou a 70,00%, enquanto 30,00% contam com variação neutra. Na pesquisa anterior, 53,33% estimavam ganhos e 40,00%, perdas para a Bolsa nesta semana, enquanto a expectativa era estabilidade para 6,67%.

“Ontem, o Brasil havia sido um destaque impressionante, com descolamento não só da Bolsa, e em volume alto, mas também em outros ativos, como no câmbio, com o dólar chegando a ficar perto de R$ 5,10, e também nos juros futuros – um rali (de ativos brasileiros) que pode ser visto como de final de ciclo de alta da Selic, confirmado na quarta-feira com a taxa a 13,75%. Há uma demanda latente por Brasil, que ainda está barato”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master. “Mas, como visto hoje, numa queda muito forte lá fora, dificilmente o Brasil vai se segurar”, acrescenta o economista, referindo-se ao temor de recessão nos Estados Unidos e à forte pressão sobre os juros globais.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York fecharam em baixa, nesta sexta-feira. O tom negativo prevaleceu desde o início do dia, com os temores de fraqueza econômica nos Estados Unidos e no mundo. Além disso, a perspectiva de aperto monetário continuava presente.

  • Dow Jones: -1,62%, aos 29.590,41 pontos;
  • S&P 500: -1,72%, aos 3,693,23pontos;
  • Nasdaq: -1,80%, aos 10.867,93 pontos.

Na comparação semanal, os índices recuaram 4,00%, 4,65% e 5,07%, respectivamente.

dólar à vista fechou em alta de 2,62%, a R$ 5,2485, após oscilar entre R$ 5,1711 e R$ 5,2644. Na semana, moeda recua 0,20%.

Os contratos futuros de petróleo tiveram queda acentuada hoje. Indicadores negativos reforçaram a cautela quanto ao crescimento global, em ambiente de aperto monetário em muitos países para conter a inflação elevada. Além disso, a força do dólar colaborou para pressionar a commodity. Com isso, o WTI atingiu mínimas desde o início da guerra na Ucrânia.

O contrato do petróleo WTI para novembro fechou em queda de 5,69% (US$ 4,75), em US$ 78,74 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês recuou 4,76% (US$ 4,31), a US$ 86,15 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na comparação semanal, o WTI caiu 7,10% e o Brent teve baixa de 5,69%.

O ouro fechou em queda nesta sexta-feira, após ter se sustentado nas últimas sessões mesmo com o terceiro aumento de juro seguido de 75 pontos-base (pb) pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) nos EUA. Hoje, porém, em um quadro de forte valorização do dólar em relação a moedas rivais, commodities cotadas na divisa americana como metais básicos e o petróleo mostraram forte recuo.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro recuou 1,52%, a US$ 1.655,60, marcando baixa de 1,66% no acumulado semanal.

No Ibovespa hoje, com pregão enfraquecido, Equatorial (EQTL3) foi a maior alta do dia, com +7,75%, com investidores refletindo a aquisição da Celg-D por R$ 1,5 bilhão. Em seguida, Petz (PETZ3) subiu 4,49% e Fleury (FLRY3), +3,69%.

Já no campo oposto, quem liderou foi Embraer (EMBR3), que caiu 7,46%. Com forte queda do petróleo durante a sessão, Petrobras (PETR3, PETR4) perdeu 7,06% e 6,26%, respectivamente. 3R Petroleum (RRRP3) cedeu 5,54% e PRIO (PRIO3) desvalorizou 4,84%.

Ainda figuraram entre as maiores perdas ações de companhias aéreas, Azul (AZUL4) recuou 6,81% e Gol (GOLL4) baixou 6,44%.

O setor bancário do índice também fechou no vermelho: Bradesco (BBDC3, BBDC4) perdeu 2,07% e 1,95%, nesta ordem, Itaú (ITUB4) caiu 1,97%, Banco do Brasil (BBAS3) teve baixa de 1,24% e Santander (SANB11), -1,40%.

Vale (VALE3) ficou com -2,07%, na contramão da alta do minério de ferro.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • Equatorial (EQTL3) compra Celg-D da Enel por R$ 1,5 bilhão, sua maior aquisição
  • Fleury (FLRY3): BofA eleva recomendação de venda para compra

Equatorial (EQTL3) compra Celg-D da Enel por R$ 1,5 bilhão, sua maior aquisição

Equatorial (EQTL3) comprou a Celg-D (GPAR3) a Enel Brasil, conforme divulgado nesta sexta-feira (23) em fato relevante. O valor da compra feita pela Equatorial foi de R$ 1,57 bilhão e trata-se da sua maior aquisição já feita em termos de distribuição de energia.

Assim, agora a Equatorial assume a dívida líquida de R$ 5,9 bilhões da CELG-D – conforme dados do dia 31 de março, o último balanço publicado.

Segundo o comunicado, a aquisição “prevê a reestruturação dos empréstimos existentes entre a Celg-D e a Enel e outras sociedades do seu grupo econômico”.

Além disso, o fato relevante destaca que a empresa não tem a intenção de promover, no prazo de 1 ano, o cancelamento do registro de companhia aberta da Celg-D.

No contexto da compra, a Energisa (ENGI11) também disputava o ativo e, além disso, o atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) já havia dado declarações citando que queria a ‘Enel fora do seu estado’.

“O melhor caminho é que ela desista de tentar lucrar com a operação de venda e transfira o controle. Queremos a Enel fora de Goiás”, disse o governador recentemente.

“Com a Operação, a Companhia diversifica a sua atuação no segmento de distribuição de energia para mais uma região geográfica, demonstra o seu olhar único para a identificação de oportunidades, pautado pela disciplina financeira na alocação de capital, e reforça seu papel consolidador no segmento de distribuição, ampliando as oportunidades de geração de valor como player integrado no setor de energia e adicionando mais de 3,3 milhões de clientes à nossa base”, diz o documento arquivado pela Equatorial.

Vale lembrar que esse valor de aquisição está sujeito à correção por meio do CDI com base no dia 31 de março e, além disso, ainda pode ser acrescido de earn-out em função de pagamentos e recebimentos de contingências.

A aquisição agora deve passar pelo crivo das autoridades regulatórias sendo eles o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Fleury (FLRY3): BofA eleva recomendação de venda para compra

Fleury (FLRY3) recebeu um duplo upgrade por parte do Bank of America nesta sexta-feira (23), com suas ações deixando de ter recomendação de “venda” e passando para “compra”.

O preço-alvo das ações do Fleury também foi revisado para cima, de R$ 18 para R$ 23.

Na visão dos analistas Fred Mendes, Gustavo Tiseo e Mirela Oliveira, o Fleury apresenta alguns parâmetros animadores no que se refere a crescimento orgânico e potenciais aquisições.

A empresa apresenta resultados operacionais de curto relativamente fortes, valuation descontado, upside desde a última revisão de resultados e sinergias a serem capturadas a partir da combinação com a Hermes Pardini (PARD3).

“Prevemos que a fusão e aquisição da Pardini seja positiva, reduzindo o múltiplo atual esperado para 2023 de 14 vezes P/L (Índice de Preço sobre Lucro) para um atrativo 11 vezes P/L”, diz a casa.

A transação deu ao Fleury uma rede nacional de laboratórios, ampliando sua presença para 487 unidades de atendimento.

O banco acredita que esse processo deve continuar com um possível aumento de capital de R$ 1 bilhão, o que deve reforçar, especialmente nas maiores capitais, o domínio do Fleury no mercado de renda média e alta.

Os analistas afirmam que um eventual aumento de capital da companhia deve melhorar o volume de negócios, reduzir a alavancagem e impulsionar seu “agressivo” pipeline de fusões e aquisições.

“A consolidação no setor de saúde aumentou à medida que as empresas buscam ganhar ainda mais escala e, posteriormente, poder de barganha. O Fleury tem sido um participante chave nessa tendência”, afirmam.

Embora existam riscos de concorrentes entrando ou reforçando seu negócio de diagnósticos, como grandes hospitais, o BofA vê a reação do Fleury em acelerar o ritmo de aquisições de diagnósticos como positiva, o que pode mitigar a concorrência no longo prazo.

Além disso, os analistas destacaram que colheram impressões positivas com investidores ao longo de reuniões na semana passada.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -2,06%
  • IFIX hoje: -0,12%
  • IBRX hoje: -2,12%
  • SMLL hoje: -1,47%
  • IDIV hoje: -1,51%

Cotação do Ibovespa nesta quinta (22)

Ibovespa fechou o pregão da última quinta-feira (22) com alta de 1,91%, em 114.070,48 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)



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Por: Victória Anhesini – Suno

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