Ibovespa cai 0,44%, mas avança 1,35% na semana; Azul (AZUL4) sobe 6,2% e lidera altas no dia

Ibovespa. Foto: Pixabay
Ibovespa. Foto: Pixabay

Ibovespa hoje fechou a sexta-feira (8) em queda de 0,44% aos 100.288,94 pontos, após oscilar entre 99.958,49 e 101.576,67 pontos. Após alguma recuperação ontem, o giro financeiro voltou a ficar bem fraco nesta véspera de fim de semana, limitado a R$ 17,4 bilhões. O ganho de 1,35% na semana vem após o de 0,29% no intervalo anterior, que havia interrompido série de quatro perdas. No mês, o Ibovespa avança 1,77%, ainda cedendo 4,32% no ano.

A resiliência dos dados oficiais de inflação no Brasil em junho e a geração de empregos acima do esperado para o mesmo mês nos Estados Unidos contribuíram para que o índice Bovespa replicasse a cautela vista também em Nova York, em boa parte desta última sessão de semana na qual se acumularam ganhos moderadamente, aqui como em Wall Street.

Com os descontos que começaram a aparecer em abril e se aprofundaram em junho após a leve recuperação de maio, os investidores aos poucos voltam a olhar oportunidades de compra, não apenas em ações mais líquidas como também nas que ficaram bem para trás no ano. O otimismo do mercado sobre o comportamento das ações no curtíssimo prazo teve impulso no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta.

Nenhum dos participantes disse esperar queda para o Ibovespa na próxima semana, com as expectativas divididas entre alta (76,92%) e estabilidade (23,08%), o que não ocorria desde a primeira semana de dezembro de 2021. No último Termômetro, 42,86% diziam esperar ganhos esta semana; outros 42,86%, variação neutra; e 14,29%, baixa.

Ainda assim, o cenário macro permanece enevoado pela resiliência da inflação no País, enquanto em Brasília se encaminha com dificuldade a votação, na próxima semana, da PEC dos Benefícios, com ampliação de transferências em meio às dificuldades de renda na população.

Ontem, o baixo quórum fez com que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado do governo, decidisse não colocá-la em votação, transferida para a próxima terça (12). Enquanto a ampliação de gastos não vem, economistas monitoram a inflação, ainda forte em junho.

“A inflação (pelo IPCA) atingiu 11,89% em junho, seguindo bem longe da meta do Banco Central para o ano. Apesar da aceleração no mês, os dados indicam um início bem gradual do enfraquecimento da alta de preços”, aponta Rachel de Sá, chefe de economia da Rico Investimentos, apesar do avanço em 12 meses em relação ao observado em maio (11,73%), com o IPCA acumulando alta de 5,5% desde janeiro, acima portanto da meta para o ano todo, de 3,50%.

“Ponto positivo foi a queda da difusão, que passou de 0,72% para 0,67%”, observa Tatiana Nogueira, economista da XP. “À frente, com a sanção do PLP 18, medida que diminui impostos de energia elétrica, gás natural, combustíveis, telecomunicações e transportes coletivos, o IPCA deve entrar em campo deflacionário. Estimamos deflação de -0,81% em julho e IPCA de 7,0% no ano.”

Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, os dados tenderam a ser bem recebidos pelo mercado, na medida em que vieram um pouco abaixo da mediana das projeções para o mês, apesar do avanço ante maio. “Sabíamos que haveria pontos mais específicos (com efeito no mês), como o reajuste de planos de saúde”, diz o estrategista, antecipando que o IPCA deve convergir para patamar mais baixo em julho, com as reduções de ICMS já anunciadas por vários Estados.

No exterior, o destaque da agenda nesta última sessão da semana foram os dados oficiais sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos, com geração de vagas acima do esperado para o mês. “O payroll de junho tende a reforçar a percepção do mercado de que o Federal Reserve estará mais inclinado a elevar a taxa de juros de referência em 0,75 ponto porcentual (na próxima reunião, em julho), com o mercado de trabalho americano ainda bastante aquecido”, avalia Cruz. Ele destaca, além da geração de vagas, a taxa de desemprego, que permaneceu em 3,6% pelo terceiro mês seguido, e números ainda “mostrando ganho salarial relevante” por hora trabalhada.

“O processo de acomodação dos ativos de risco está na metade do caminho. Ainda há volatilidade no segundo semestre para acontecer, e por um motivo simples: o mercado ainda não encontrou nem a taxa de juros nominal nos Estados Unidos que fará com que a economia americana esfrie o suficiente para trazer a inflação de volta ao centro da meta, nem quanto a economia precisará desacelerar para que isso aconteça”, diz Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York fecharam sem direção única, após oscilarem ao longo do dia. Investidores avaliaram os números do relatório mensal de empregos (payroll) de junho, que mostrou criação de vagas acima da expectativa dos analistas, e também declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

  • Dow Jones: -0,15%, aos 31.338,15 pontos;
  • S&P 500: -0,08%, aos 3.899,38 pontos;
  • Nasdaq: +0,12%, aos 11.635,31 pontos.

Na comparação semanal, houve altas de 0,77%, 1,94% e 4,56%, respectivamente.

dólar à vista fechou em baixa de 1,44%, a R$ 5,2680, após oscilar entre R$ 5,2606 e R$ 5,3691. Na semana, moeda recuou 1,0%.

Os contratos futuros de petróleo mostraram volatilidade em parte desta sexta, mas ganharam fôlego após o relatório mensal de empregos (payroll) de junho dos Estados Unidos. A criação de vagas acima do esperado aliviou alguns temores sobre o risco de uma recessão na maior economia do mundo, com consequências para a demanda pelo óleo.

O petróleo WTI para agosto fechou em alta de 2,00% (US$ 2,06), a US$ 104,79 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para setembro subiu 2,26% (US$ 2,37), a US$ 107,02 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na comparação semanal, o contrato do WTI caiu 3,36% e o do Brent teve baixa de 4,13%.

O contrato mais líquido do ouro avançou nesta sexta, mas acumulou perdas pela quarta semana consecutiva. O metal precioso é pressionado pela força do dólar ante rivais, em meio às preocupações de investidores com risco de recessão nas maiores economias do mundo.

O ouro para agosto fechou em alta de 0,15%, em US$ 1.742,30 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex). Na semana, porém, o metal acumulou perdas de 3,29%.

No Ibovespa hoje, as empresas atreladas ao minério de ferro acabaram sofrendo uma pressão baixista. Com a queda da commodity, Vale (VALE3) caiu 2,31%. Companhias de siderurgia também caíram, como CSN (CSNA3) que recuou 3,03% e Usiminas (USIM5), que perdeu 2,93%.

Porém, a alta do petróleo ajudou as petrolíferas, que se destacaram entre as maiores altas do dia. 3R Petroleum (RRRP3) subiu 3,13% e PetroRio (PRIO3) ganhou 2,54%. Petrobras (PETR3, PETR4) avançou 0,91% e 1,12%, respectivamente.

Apesar da queda do dólar, Azul (AZUL4) se beneficiou com a alta da commodity, com +6,23%, que liderou as altas do dia. Em seguida, Cielo (CIEL3) registrou +5,13%, e Via (VIIA3) subiu 3,40%.

No lado oposto, Hapvida (HAPV3) liderou as maiores quedas, com -4,37%, seguida por CVC (CVCB3), que caiu 4,28% e SulAmérica (SULA11), que cedeu 3,17%.

Banco do Brasil (BBAS3) teve a maior valorização entre os grandes bancos, com elevação de 0,97%. Bradesco (BBDC3, BBDC4) subiu 0,35% e 0,06%, respectivamente. Perto da estabilidade, Santander (SANB11) registrou +0,07% e, por fim, Itaú (ITUB4) teve leve alta de 0,04%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • Itaú Unibanco (ITUB4) compra fatia de 35% na Avenue e faz acordo pelo controle
  • EUA criam 372 mil postos de trabalho em junho, mostra payroll

Itaú Unibanco (ITUB4) compra fatia de 35% na Avenue e faz acordo pelo controle

Itaú Unibanco (ITUB4) comprou uma participação de 35% da Avenue, empresa conhecida por facilitar os investimentos de brasileiros no exterior. A operação envolve um aporte de R$ 160 milhões e a aquisição secundária de ações, somando R$ 493 milhões.

O banco vai comprar ainda mais 15,1% dos papéis depois de dois anos, chegando ao controle da companhia – 50,1% do capital total e votante.

Cinco anos depois do fechamento da primeira etapa, o Itaú Unibanco poderá exercer uma opção de compra para comprar a participação remanescente.

Avenue tem uma corretora digital nos Estados Unidos, que foi criada há quatro anos. A empresa conta com 229 mil clientes ativos, 492 mil contas habilitadas e R$ 6,4 bilhões sob custódia.

Segundo fato relevante divulgado pelo banco, a compra da Avenue pelo Itaú está em linha com outras aquisições já anunciadas, como a compra da Ideal Corretora e o lançamento da plataforma Íon.

“Essa operação reforça a estratégia do Itaú Unibanco em estabelecer um ecossistema de investimentos que prioriza a satisfação do cliente, ao dispor produtos e serviços nos canais mais convenientes para cada perfil”, afirmou o diretor de relações com investidores e inteligência de mercado do Itaú, Renato Lulia Jacob, no fato relevante.

A Avenue oferece ferramentas para transações de câmbio de reais para dólares, além de acesso a ações, ETFs, REITs, fundos mútuos, ativos de renda fixa (bonds) e criptomoedas. A empresa também oferece uma conta em dólar atrelada a um cartão de débito.

Entre as vantagens da aquisição da Avenue, segundo o banco, estão:

  • A expansão do acesso ao mercado de investimentos no exterior e à funcionalidade de abertura de conta internacional;
  • A diversificação internacional de produtos e serviços, através de uma experiência simples de autosserviço
  • A atração dos profissionais da Avenue.

“Trata-se do principal player de acesso a serviços financeiros do mercado norte-americano para brasileiros, e além da tecnologia, oferece uma experiência diferenciada aos seus clientes. Identificaram uma oportunidade, desenharam uma jornada incrível e criaram não apenas uma empresa, mas uma nova linha de negócios que vai atrair cada vez mais brasileiros”, disse Carlos Constantini, responsável pela área de Wealth Management Services do Itaú Unibanco, em comunicado.

“Eles já estão hoje onde muitos planejam estar em alguns anos. E com esse anúncio o Itaú passa a fazer parte dessa caminhada, oferecendo uma oferta de produtos sem paralelo no mercado brasileiro”, completa.

EUA criam 372 mil postos de trabalho em junho, mostra payroll

A economia dos Estados Unidos criou 372 mil empregos em junho, em termos líquidos, segundo dados do payroll publicados nesta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho do país.

O resultado ficou acima da mediana de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de geração de 275 mil vagas. Já a taxa de desemprego dos EUA ficou inalterada em 3,6% pelo quarto mês seguido em junho, em linha com o consenso do mercado.

Por outro lado, o Departamento do Trabalho revisou para baixo os números de criação de postos de trabalho de maio, de 390 mil para 384 mil, e também de abril, de 436 mil para 368 mil.

Em junho, o salário médio por hora teve alta de 0,31% em relação a maio, ou US$ 0,10, a US$ 32,08, vindo ligeiramente acima da previsão de alta de 0,30%.

Na comparação anual, houve acréscimo salarial de 5,11% no último mês, também acima da projeção de 5%, segundo dados do payroll.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -0,44%
  • IFIX hoje: -0,02%
  • IBRX hoje: -0,49%
  • SMLL hoje: +0,03%
  • IDIV hoje: -0,37%

Cotação do Ibovespa nesta quinta (7)

Ibovespa fechou o pregão da última quinta-feira (7) em alta de 2,04% aos 100.729,72 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

O post Ibovespa cai 0,44%, mas avança 1,35% na semana; Azul (AZUL4) sobe 6,2% e lidera altas no dia apareceu primeiro em Suno Notícias.



Leia na integra…

Por: Victória Anhesini – Suno

Deixe um comentário