O Ibovespa encerrou a semana entre os dias 7 e 11 de março com queda de 2,41%, passando de 14.473,78 pontos para 111.713,07 pontos. Movimentou as ações do índice o desenrolar da guerra entre Rússia e Ucrânia, a cotação do petróleo e das commodities no mercado internacional e a temporada de balanços do 4T21.

Com o cenário nacional e internacional conturbado, das 93 ações listadas no Ibovespa, 64 delas fecharam a semana com saldo negativo. Os destaques da ponta perdedora foram Embraer (EMBR3), Americanas (AMER3) e Azul (AZUL4).

Os investidores acompanharam o fracasso das tentativas de negociações entre Rússia e Ucrânia para um cessar-fogo, de modo que a preocupação do mercado se voltou para a alta do petróleo e das commodities, devidos aos impactos na aceleração da inflação e dos juros em escala global.

No cenário interno, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto que determina que os estados e o Distrito Federal adotem uma alíquota única de ICMS sobre cada combustível, enquanto o Senado aprovou um projeto de lei que cria um fundo de estabilização dos preços de combustíveis.

Na parte econômica, a produção industrial do país despencou -2,4% em janeiro, com a retração disseminada entre as classes de atividade, com destaque ao tombo na fabricação de veículos automotores. Já a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 1,01% em fevereiro, acima do consenso que previa alta de 0,95%, com altos nos preços de todas as categorias pesquisadas, com destaque para Alimentação e Bebidas e Educação.

Veja abaixo as cinco piores baixas do Ibovespa na semana

Ações da Embraer despencam 20%

As ações da Embraer desabaram após a divulgação dos resultados do 4T21 da fabricante de aviões. Os dados vieram abaixo da expectativa dos analistas, de modo que os papéis da empresa acumularam 19,8% de perdas na semana, fechando aos R$ 13,18.

A Embraer  registrou um lucro líquido de R$ 327,2 milhões no quarto trimestre, uma reversão do prejuízo de R$ 70,3 milhões apresentado no mesmo período em 2020. Além disso a empresa teve uma forte geração de caixa livre, de US$ 452 milhões (acima dos US$ 100 milhões previstos).

O que incomodou o mercado no relatório foi a divulgação do guidance para 2022, com receitas e lucro operacional abaixo do esperado.

Americanas

As ações da Americanas acompanharam as preocupações do mercado com inflação e juros em alta. A queda na semana chegou a 17,3%, com os papéis avaliados em R$ 24,88. No mês, a varejista acumula 18,43% de baixa e, no ano, 19,43%.

Outras varejistas também apresentaram fortes quedas na semana, embora não figurem no ranking das 5 piores baixas do Ibovespa. São elas:

• Via (VIIA3), com queda de 11,33%, para R$ 3,21
• Alpargatas (ALPA4), que perdeu 10,60%, valendo R$ 22,09
• Magazine Luiza (MGLU3), registrou 9,54% de baixa na semana, para R$ 5,69

Segundo um relatório da XP, as varejistas devem ter seus custos pressionados com a alta na cotação do petróleo, que repercute no aumento dos preços de frete, além da pressão na inflação que prejudica ainda mais o poder de compra dos consumidores.

Azul

As ações da Azul foram afetadas pelas perspectivas de alta na cotação do petróleo. O avanço no preço da commodity afeta as companhias aéreas que dependem de seus derivados para operar. Além disso, a perspectiva de aumento dos juros que pressionam a dívida das empresas também pesa.

Com isso, as ações AZUL4 apresentaram queda de 13,56% na semana, aos R$ 18,87. No mês, as perdas da empresa já somam -25,39%.

A Gol (GOLL4) também registrou forte queda no Ibovespa na semana, de -9,96%, para R$ 13,38.

Investir em ações do Ibovespa

Antes de qualquer investimento em ações é importante ressaltar que quitar as dívidas deve sempre ser a prioridade. Os analistas da SUNO Research lembram sempre que é necessário antes poupar dinheiro para depois investir no Ibovespa, e nunca se endividar para investir ou investir endividado.

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