O Ibovespa hoje fechou a sexta-feira (29) em alta de 0,55% aos 103.164,69 pontos, após oscilar entre 102.514,25 e 103.989,47 pontos. O giro financeiro foi a R$ 31,7 bilhões nesta sessão de fechamento de mês, bem acima do que tem sido observado recentemente.
Na semana, o índice avançou 4,29% e, no mês, 4,69%: foi o maior ganho semanal desde o intervalo entre 1º e 5 de março de 2021 (4,70%) e, no mês, a recuperação vista em julho, após o mergulho de 11,50% em junho, foi o melhor desempenho desde março, quando havia avançado 6,06%.
Na semana passada, já tinha subido 2,46%.
O dia foi marcado pelo reflexo do balanço do 2T22 da Petrobras, assim como o valor dos dividendos, anunciados na quinta-feira (28). “Entendemos que a Petrobras obteve ótimos resultados neste segundo trimestre, apresentando crescimento acima de 20% em todas as linhas (receita, EBITDA, lucro líquido) e em todas as comparações (anual e trimestral)”, observa João Daronco, analista da Suno Research.
“O lucro (de R$ 54 bilhões) permitiu que a Petrobras anunciasse pagamento de dividendo recorde, de R$ 88 bilhões, ou R$ 6,73 por ação – em duas parcelas, uma no fim de setembro e outra no fim de agosto. Isso representa um yield de cerca de 20% só nesse pagamento”, acrescenta o analista, que viu pontos positivos também no balanço da Vale.
“Embora o resultado da Vale tenha ficado bem abaixo daquele registrado no ano passado, já era amplamente esperado. Ainda assim, acreditamos que a companhia divulgou fortes resultados, superando, inclusive, as expectativas. Quando fizemos a comparação anual, o principal detrator dos resultados foi, sem sombra de dúvida, o preço do minério, que caiu vertiginosamente”, aponta Daronco.
Em outro desdobramento do dia, o Bradesco BBI considera possível um retorno de 27%, em dólar, para o Ibovespa, com pontuação nominal estimada para o índice a 130 mil no fechamento do ano.
“As ações brasileiras continuam a embutir alto risco, precificando elevada probabilidade de iminente desorganização macroeconômica, mas contendo uma assimetria material em viés positivo”, aponta relatório do banco, antecipando “gatilhos importantes” para os próximos meses.
Na moeda americana, o Ibovespa fechou o mês de julho a 19.937,90 pontos, com recuo de 1,16% para o dólar ante o real no mês – após avanço de 10,15% para o dólar ante o real em junho -, vindo o índice da B3 dos 18.824,39 pontos, na moeda americana, no fechamento do mês passado.
De lá para cá, a Bolsa se manteve bem amassada, retrocedendo a níveis não vistos desde o começo de novembro de 2020, chegando em meados deste julho a mínimas a 95 mil pontos, no intradia, e a 96 mil, em fechamento.
O Bradesco BBI, além de reiterar o Ibovespa a 130 mil pontos no fim do ano, estima o MSCI Brazil a 1.835 pontos no mesmo período. “O MSCI Brazil está em níveis extremamente estressados, comparáveis apenas a momentos muito críticos, como o do racionamento de energia em 2001, a eleição de 2002 e a crise financeira global de 2008”, observa o texto assinado pelos analistas André Carvalho e Fernando Cardoso.
Bolsas de Nova York
Os principais índices acionários das bolsas de Nova York encerraram o pregão com altas de em torno de 1% a 2%, com o S&P 500 registrando seu melhor mês desde novembro de 2020. Os ganhos foram liderados por ações do setor de energia, mas também com bom desempenho de big techs, após balanços que agradaram investidores. Indicadores da economia dos EUA, que moderaram temores de desaceleração da atividade e sugeriram força do consumo, também ajudaram as bolsas.
- Dow Jones: +0,97%, aos 32.845,13 pontos;
- S&P 500: +1,42%, aos 4.130,29 pontos;
- Nasdaq: +1,88%, aos 12.390,69 pontos.
No mês, os ganhos foram de 6,73%, 9,11% e 12,35%, respectivamente.
O dólar à vista fechou em alta de 0,21%, a R$ 5,1743, depois de oscilar entre R$ 5,1460 e R$ 5,2130. Moeda cai 5,90% na semana, recua 1,16% em julho e acumula baixa de 7,20% em 2022.
O petróleo avançou nesta sexta-feira (29) e também acumulou ganhos no acumulado desta semana. A commodity foi beneficiada pela perspectiva de oferta global apertada, após relatos de que a Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) produziu menos que o esperado em junho. Além disso, o enfraquecimento do dólar ante a maioria de seus pares globais e dados fortes de consumo dos EUA também apoiaram os contratos.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para setembro fechou em alta de 2,28% (US$ 2,20) hoje e 4,14% na semana, a US$ 98,62. O barril de petróleo Brent subiu 2,10% (US$ 2,14) nesta sexta e acumulou ganho semanal de 5,68% na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 103,97.
O ouro fechou em alta nesta sexta e no acumulado desta semana. O metal precioso foi beneficiado pela queda do dólar no confronto com a maioria de seus pares globais, como o euro e o iene. O enfraquecimento da divisa americana tende a dar fôlego a commodities cotadas em dólar. Em cenário mais amplo, operadores reagem a apostas de que o Federal Reserve vai moderar o aumento dos juros no atual ciclo de aperto monetário nos EUA.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro avançou 0,71% entre ontem e hoje e 2,17% na semana, a US$ 1.781,80 por onça-troy.
No Ibovespa hoje, o balanço da Petrobras (PETR3, PETR4), em conjunto com a alta do petróleo, fizeram as ações subir 6,42% e 5,76%, respectivamente. Por consequência, outras empresas do setor foram impulsionadas, como a 3R Petroleum (RRRP3), que liderou as maiores altas, com +6,88%.
A Braskem (BRKM5) ganhou 5,04%, com a notícia de que Apollo, BTG e Unipar formalizaram oferta pela petroquímica.
Já Vale (VALE3), refletindo um balanço “fraco”, caiu 1,33%.
O setor bancário do índice fechou sem direção única. Santander (SANB11) teve queda de 0,88%, Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,66% e Itaú (ITUB4) cedeu 0,34%. Bradesco (BBDC3, BBDC4) ganhou 0,35% e 0,23%, nesta ordem.
Varejistas se destacaram entre as maiores baixas do índice, com a liderança de Americanas (AMER3), que se desvalorizou 7,22%. Em seguida, Magazine Luiza (MGLU3) perdeu 5,15%, Via (VIIA3) ficou com -4,38% e Natura (NTCO3) recuou 4,18%.
Usiminas (USIM5) também se destacou no campo negativo após o balanço, registrando -4,76%.
Maiores altas do Ibovespa:
- 3R Petroleum (RRRP3): +6,88% // R$ 34,02
- Petrobras (PETR3): +6,42% // R$ 36,96
- Petrobras (PETR4): +5,76% // R$ 34,15
- Hapvida (HAPV3): +5,19% // R$ 42,59
- Braskem (BRKM5): +5,04% // R$ 36,69
Maiores baixas do Ibovespa:
- Americanas (AMER3): -7,22% // R$ 14,00
- Magazine Luiza (MGLU3): -5,15% // R$ 2,58
- Usiminas (USIM5): -4,76% // R$ 8,61
- Via (VIIA3): -4,38% // R$ 2,40
- Natura (NTCO3): -4,18% // R$ 15,58
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Usiminas (USIM5) tem lucro 77% menor no segundo trimestre de 2022
- Hypera (HYPE3) tem lucro líquido de R$ 455,5 milhões, queda de 5% no 2T22
Usiminas (USIM5) tem lucro 77% menor no segundo trimestre de 2022
A Usiminas (USIM5) teve um lucro líquido de R$ 1,06 bilhão no segundo trimestre de 2022, queda de 77% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ebtida ajustado recuou 62% para R$ R$ 1,93 bilhão.
Segundo o balanço da Usiminas, a receita líquida foi de R$ 8,531 bilhões, queda de 11% na comparação anual. A empresa atribuiu a queda do lucro a perdas cambiais registradas no fechamento do trimestre. O resultado financeiro no segundo trimestre foi negativo em R$ 248 milhões, ante um resultado positivo de R$ 1,3 bilhão um ano antes.
Além de divulgar o resultado do segundo trimestre, a Usiminas divulgou uma projeção de vendas de aço de 950 mil a 1,05 milhão de toneladas de aço no terceiro trimestre de 2022.
O volume de vendas de aço foi de 1,088 milhão de toneladas no segundo trimestre, queda de 17% ante o mesmo período de 2021. As vendas de minério de ferro cresceram 16% para 2,389 milhões de toneladas.
A dívida líquida da Usiminas era de R$ 455 milhões no final de junho. Três meses antes, a empresa tinha um caixa de R$ 1 bilhão. Segundo a empresa, a variação foi causada pelo efeito da variação cambial na dívida.
Hypera (HYPE3) tem lucro líquido de R$ 455,5 milhões, queda de 5% no 2T22
A Hypera (HYPE3) registrou lucro líquido de R$ 455,9 milhões no segundo trimestre de 2022, queda de 3,1% ante o mesmo período de 2021. No lucro líquido das operações continuadas, a companhia somou R$ 455,5 milhões, baixa anual de 5%.
Sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o Ebitda das operações continuadas da Hypera foi de R$ 674,1 milhões, aumento de 35,6% na mesma base de comparação. A margem Ebitda caiu 3,3 pontos porcentuais na comparação, passando para 36%.
Segundo a companhia, “quando excluída a contribuição de Outras Receitas e Despesas Operacionais Líquidas, a margem Ebitda das operações continuadas cresceu 1,5 ponto percentual sobre o 2T21, e alcançou 35,6%, consequência sobretudo da diluição das Despesas de Marketing no período.”
A receita líquida da Hypera foi de R$ 1,895 bilhão, com crescimento de 25,8% sobre o 2T21.
A companhia afirmou o crescimento da receita foi “impulsionado principalmente pelo crescimento de 25,0% do sell-out orgânico, ou 6,5 p.p. [pontos percentuais] acima do crescimento do mercado, o maior patamar de crescimento de sell-out já registrado pela companhia em um trimestre, que foi favorecido sobretudo pelo desempenho registrado nos meses de maio e junho”.
O resultado financeiro teve queda de R$ 210,4 milhões no 2T22, contra os R$ 71,9 milhões na comparação de base anual. “Essa variação é resultado do aumento das despesas com juros no período, consequência do maior endividamento bruto da Companhia, decorrente principalmente das emissões de debêntures para o pagamento pelas aquisições recentes e do aumento da taxa Selic”, diz o balanço da Hypera.
A Hypera encerrou o trimestre com dívida líquida pós-hedge de R$ 6,609 bilhões, diminuição de 1,5% na comparação com o final de junho de 2021. “A redução da Dívida Líquida pós Hedge no 2T22 foi beneficiada pela geração livre de caixa de R$363,8 milhões do trimestre”, pontua a empresa.
O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 2,5 vezes em junho/22.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: +0,55%
- IFIX hoje: +0,44%
- IBRX hoje: +0,57%
- SMLL hoje: -0,17%
- IDIV hoje: +0,64%
Cotação do Ibovespa nesta quinta (28)
O Ibovespa fechou o pregão da última quinta-feira (28) com alta de 1,14%, aos 102.596,66 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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Por: Victória Anhesini – Suno