O Ibovespa, principal índice que representa as ações brasileiras, encerrou o mês de outubro com um avanço mensal de 5,45%, aos 116.037,08 pontos. O índice alcançou a máxima mensal de 120.751,55 pontos, já a mínima foi de 110.047,56 pontos.
As ações do Ibovespa variaram de maneiras diferentes, dependendo do segmento de atuação. Outubro registrou uma grande volatilidade na bolsa de valores brasileira (B3), repercutindo a corrida eleitoral da presidência da república para o 2º turno.
Em outubro, a diferença entre os presidenciáveis mais apertados do 1º turno das eleições 2022 trouxe uma queda para parte das ações brasileiras, algumas que tinham subido fortemente no mês anterior, como companhias dos setores de educação e de construção.
Com o aumento da chance de Bolsonaro ser eleito após o resultado do 1º turno, o Ibovespa alcançou uma forte alta no início do mês, impulsionado pelas empresas do setor de commodities.
Com isso, a Petrobras registrou o maior valor de mercado da história, depois de ultrapassar a marca dos US$ 100 bilhões na penúltima semana de outubro.
No último pregão do mês, após a eleição de Lula, a Petrobras liderou as perdas diárias, não conseguindo ficar entre as maiores altas do mês de outubro.
O Ibovespa começou a primeira semana de outubro em forte alta, mas caiu na semana seguinte. O índice voltou a avançar entre os dias 17 e 21 de outubro, no entanto, recuou entre os dias 24 e 26.
Nas últimas sessões de outubro se observaram algumas valorizações no índice de ações brasileiras. No último pregão, a alta foi de 1,31%.
Ações do Ibovespa que mais caíram em outubro
As 5 ações do Ibovespa com as piores performances em outubro tiveram quedas a partir de 6%. O principal destaque foi o MRV (MRVE3), com uma forte baixa de 18,03%, liderando as perdas mensais. Vale destacar que no mês anterior a empresa vinha de uma variação positiva de 22,84%.
A IRB (IRBR3) também se posicionou entre os principais destaques de queda em outubro, com uma desvalorização de 14,54%, dando continuidade à queda obtida em setembro de 32,93%.
Além disso, as ações da Petz (PETZ3) recuaram 8,76%, e os papéis da Americanas (AMER3) caíram 8,48%, revertendo a alta de setembro, já que no mês anterior variaram +3,92%. A Vale (VALE3) teve uma baixa de 6,81%, obtendo a sua segunda queda mensal consecutiva.
Em resumo, as ações com as maiores quedas do Ibovespa em outubro foram:
- MRV (MRVE3): -18,03% // R$ 10,18
- IRB (IRBR3): -14,54% // R$ 0,94
- Petz (PETZ3): -8,76% // R$ 13,86
- Americanas (AMER3): -8,48% // R$ 15,54
- Vale (VALE3): -6,81% // R$ 67,13
O que impulsionou a queda de Vale e IRB Brasil?
A queda das ações da Vale aconteceu conforme as baixas no preço do minério de ferro. Além disso, os resultados do 3T22 da mineradora acabaram decepcionando os analistas, o que colaborou para o recuo dos papéis.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Vale foi de US$ 4,002 bilhões, montante 43,4% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. Esse número também foi 27,6% inferior 2T22.
Enquanto isso, a projeção do mercado era que o Ebtida da Vale recuasse para cerca de US$ 4,5 bilhões. O Ebitda de minério de ferro da Vale foi 9% inferior ao consenso do mercado.
Além disso, os resultados da Vale foram impactados pela queda nos preços de níquel, além de custos que ficaram acima das expectativas, mesmo com a melhora da produção e das vendas da commodity.
Já a queda ação do IRB veio após um registro de um prejuízo líquido de R$ 164,7 milhões em agosto, frente a um lucro de R$ 84,8 milhões no mesmo mês do ano anterior.
O prejuízo líquido da empresa nos oito primeiros meses de 2022 acumula R$ 516,4 milhões, enquanto no mesmo período de 2021 esse prejuízo foi de R$ 168,9 milhões, o que afetou as ações do IRB.
Por: João Vitor Jacintho – Suno