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Poupança rende mais que inflação pela primeira vez em 4 anos, mas perde para CDB; veja perspectivas para 2023

Poupança rende mais que inflação pela primeira vez em 4 anos, mas perde para CDB; veja perspectivas para 2023

Pela primeira vez desde 2018, a caderneta de poupança rendeu mais que a inflação. De acordo com a Calculadora do Cidadã, disponibilizado pelo Banco Central (BC), a aplicação rendeu 7,9% em 12 meses.

A última vez em que a poupança rendeu mais que a inflação foi há quatro anos, quando a caderneta obteve 0,85% acima do IPCA em 12 meses. Desde então, a combinação entre inflação alta e juros baixos corroeu o rendimento da aplicação mais popular no país.

O pior momento da caderneta de poupança ocorreu em outubro de 2021, quando o aplicador perdeu 7,59% contra a inflação no acumulado de 12 meses.

Em 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,79%, conforme divulgou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador é considerado o índice oficial de inflação, usado pelo Banco Central (BC) para definir a taxa de juros.

Poupança ainda tem desempenho inferior ao CDB

Apesar do rendimento acima da inflação, a poupança registrou desempenho inferior a outras aplicações de renda fixa. Os investimentos em Certificado de Depósito Bancário (CDB) renderam 12,25% no ano passado, 6,24 pontos percentuais acima da inflação.

A caderneta, no entanto, superou a bolsa de valores. Em um ano marcado por instabilidades, o índice Ibovespa subiu 4,69%, mas rendeu 1,04% a menos que o IPCA.

De março de 2021 a agosto de 2022, o BC elevou a taxa Selic (juros básicos da economia) de 2% para 13,75% ao ano. O IPCA, que até julho do ano passado superava os dois dígitos no acumulado em 12 meses, recuou após três deflações consecutivas (agosto, setembro e outubro) provocadas principalmente pelo corte de impostos em combustíveis, energia, telecomunicações e transporte coletivo.

Esses dois fatores aos poucos reverteram a perda da poupança para a inflação.

Perspectivas para 2023

Atualmente, a poupança rende 6,17% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR). Essa regra vale quando a taxa Selic está acima de 8,5% ao ano, o que ocorre desde dezembro de 2021. Quando os juros básicos estão abaixo desse nível, a poupança rende apenas 70% da Selic.

Para 2023, é provável que o rendimento da poupança acima da inflação continuará. Na última edição do boletim Focus, os analistas de mercado previram que o IPCA deverá fechar este ano em 5,36%. Como o boletim também prevê que a Selic encerrará 2022 em 12,25% ao ano, a caderneta continuará rendendo em torno de 7% no acumulado de 12 meses.

A melhoria do rendimento deve ajudar a conter a fuga recorde de recursos da poupança observada em 2022. No ano passado, os brasileiros sacaram da aplicação financeira R$ 103,24 bilhões a mais do que depositaram. No mês passado, houve captação líquida (mais depósitos que saques) de R$ 6,26 bilhões, resultado impulsionado pelo pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário.

Com informações da Agência Brasil



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Por: Janize Colaço – Suno

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