Os analistas do Itaú projetam uma disparada do Produto Interno Bruto (PIB) do setor agrícola em 10,1% para 2023. Na visão dos especialistas, a safra da soja no primeiro trimestre deste ano será a principal responsável pelo crescimento expressivo do setor.
“A soja deve ser o destaque, projetando esse crescimento e sendo um dos principais propulsores”, afirma Natália Cotarelli, economista do Itaú BBA, durante o Macro Day promovido pelo banco na quarta (15).
Para 2023, o banco projeta que o PIB brasileiro cresça 1,3%, um número menor do que o registrado em 2022, quando a economia nacional avançou 2,9%. Na divisão setorial, esse crescimento em 2023 encontra-se projetado da seguinte forma:
- Agricultura: 10,1%;
- Indústria: 0,4%;
- Serviços: 0,8%;
No evento, em que o Suno Notícias esteve presente, a economista ressalta que outras lavouras também devem crescer ao longo deste ano, como o milho.
Assim, tendo como base essas projeções, a especialista avisa que quase metade do crescimento do PIB em 2023 deve vir do setor agrícola.
“Quando a gente olha os fatores que contribuem para o crescimento, chama atenção a expansão do PIB agrícola”, complementa Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco.
PIB da agricultura
No ano passado, o setor agro recuou 1,7%, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um dos fatores para essa queda foram os efeitos climáticos adversos na região Sul, como a seca do ano passado.
“A soja, principal produto da lavoura brasileira, com estimativa de queda de produção de 11,4%, foi quem mais puxou o resultado da Agropecuária para baixo no ano, sendo impactada por efeitos climáticos adversos”, comenta Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
Quem puxou o PIB para cima em 2022 foram os setores de Serviços (4,2%) e Indústria (1,6%), responsáveis por cerca de 90% do indicador. Contudo, nas contas do Itaú, como esses dois nichos econômicos devem apresentar um crescimento bem tímido em 2023, o agro tem tudo para ser o destaque do ano.
Economia brasileira: O que esperar para 2023?
Na visão do líder do time econômico do Itaú, a economia brasileira contraiu “bem menos” nos últimos anos do que o esperado com a pandemia da Covid-19.
“Crescemos bem em 2022, voltamos para a tendência pré-Covid. Infelizmente, nesse período, a economia acumulou pressões inflacionárias bem relevantes, que levaram o Banco Central a pisar no freio da política monetária e, assim como em outros lugares, vamos ter essa desaceleração, vai ser o custo de trazer a inflação para baixo”, ressalta Mesquita ao analisar as projeções do PIB.
Por: Erick Matheus Nery – Suno