A última semana foi uma das mais movimentadas para o setor de Óleo e Gás (O&G) no Brasil desde o início da pandemia. Diante disso, o BTG Pactual (BPAC11) analisou o cenário, bem como os ativos das petroleiras juniores, e apontou qual é a melhor opção de investimento entre a PetroRio (PRIO3), a 3R (RRRP3) e a PetroReconcavo (RECV3).
Em relatório publicado hoje (8), os analistas Pedro Soares e Thiago Duarte destacaram quais foram as movimentações recentes que podem afetar petroleiras juniores:
- a Petrobras (PETR4) cortou os preços da gasolina e do diesel em 4% e 2%, respectivamente;
- desoneração federal sobre a gasolina e o etanol foi parcialmente encerrada;
- o governo também criou um imposto de exportação de 9,2% por 4 meses para compensar as perdas fiscais;
- um grupo de trabalho foi formado para garantir a transparência na política de preços da Petrobras;
- o Ministério de Minas e Energia pediu a suspensão da venda de ativos da Petrobras por 90 dias.
“Apesar desses desdobramentos, apostamos que os impostos de exportação acabem em quatro meses e a venda do polo Potiguar [da Petrobras para a 3R] se concretize. Como resultado, estamos mantendo nossas classificações de compra nas três petroleiras juniores sob nossa cobertura”, destacam.
Contudo, ainda que a casa esteja otimista em relação as três empresa, qual é a melhor escolha de petroleira júnior entre a PetroRio, a 3R e a PetroReconcavo?
PRIO3: imposto de exportação é ameaça
Embora por muito tempo o BTG tenha mantido uma visão positiva sobre a PetroRio, a recente criação do imposto de exportação sobre petróleo bruto pode impactar significativamente a PRIO.
Os analistas calculam que, se o tributo for prorrogado para além dos quatro meses, haverá queda anual no Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da PetroRio de 12% e no Valor Presente Líquido (VPL) de R$ 10 por ação.
“Reconhecemos que a perpetuidade potencial de um imposto de exportação representa uma ameaça significativa aos resultados da PRIO e pode reduzir o apetite da administração por novas fusões e aquisições e/ou recompras mais agressivas, assim como impedir uma reavaliação mais rápida”, explicam os analistas.
Diante disso, o BTG revisou o preço-alvo da petroleira e cortou valor de R$ 58 para R$ 54 por ação, “devido à maior percepção de risco”.
RRRP3: ações com maior “assimetria” do setor
Pedro Soares e Thiago Duarte reforçam que as ações da 3R tiveram um desempenho inferior ao da indústria em 11 pontos percentuais (p.p.) desde as movimentações do setor de óleo e gás da semana passada.
Por isso, eles acreditam que os investidores estão precificando os possíveis impactos dos impostos de exportação e o possível cancelamento do acordo Potiguar — fato que poder reduzir significativamente a vantagem da 3R Petroleum.
Embora reconheçam que alguns investidores podem preferir esperar por atualizações da Petrobras (PETR4) sobre a Potiguar, antes de considerar investir novamente nas ações da RRRP, eles pontuam que os ativos da empresa apresentam, até o momento, a maior “assimetria do setor”.
“Não prevemos que a empresa seja impactada pelo imposto de exportação nos próximos quatro meses, já que vende toda a sua produção para o mercado interno e a capacidade dos exportadores de redirecionar volumes para o mercado interno será limitada.”
O BTG também atualizou o preço-alvo da ação da RRRP3, reduzindo de R$ 93 para R$ 85.
RECV: distribuirá mais dividendos em 2023
Por fim, os analistas do BTG afirmam que aos investidores que procuram minimizar a exposição a eventos políticos recentes no setor, o RECV é a melhor opção. Atualmente, a petroleira júnior tem cerca de 40% de sua receita atrelada ao mercado de gás e vende 100% de seu petróleo no mercado interno, com contratos de venda em vigor até 2026.
Como resultado, qualquer impacto do setor nos resultados da empresa será mínimo. “Acreditamos que, com menos movimentos inorgânicos no horizonte, a empresa está bem posicionada para distribuir mais dividendos este ano, mantendo baixa alavancagem”, afirmam.
Diante disso, ao contrário das demais petroleiras juniores, o preço-alvo da PetroReconcavo foi elevado de de R$ 40 para R$ 43 — potencial de valorização em 53%. “Consideramos o RECV a opção mais segura e agora é a nossa melhor escolha”, finalizam os analistas.
Cotações das petroleiras
As petroleiras subiram no Ibovespa hoje. A PetroRio fechou o pregão desta quarta (8) com alta de 2,62%, cotada a R$ 34,47. A 3R (RRRP3) encerrou com avanço de 3,15%, a R$ 33,36. A PetroReconcavo subiu 2,24%, ao preço de R$ 28,78.
Por: Janize Colaço – Suno