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Petrobras (PETR4) no 1T23: analistas projetam queda de até 33% no lucro e lançam dúvidas sobre os dividendos bilionários

Na próxima quinta (11), a Petrobras (PETR4) divulgará o balanço do primeiro trimestre de 2023 (1T23). Analistas estimam que o valor seja 33% menor que os R$ 44,5 bilhões do 1T22. Junto a isso, os olhos dos investidores têm uma mira certa: a política de dividendos.

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Ao contrário do lucro da Petrobras um ano antes — quando a petroleira registrou uma alta recorde no lucro líquido de 3.718%, frente ao R$ 1,16 bilhão registrado entre janeiro e março de 2021 —, os três primeiros meses deste ano terão resultados financeiros menos robustos.

Ainda de acordo com os especialistas, é esperado que a Petrobras reporte Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 13,2 bilhões no 1T23, queda de 8% em relação ao trimestre anterior e até 13% no Ebitda da estatal do petróleo na comparação anual.

Conforme aponta Daniel Cobucci, analista do BB Investimentos, a Petrobras apresentou resultados com números estáveis no 1T23 em seu relatório de produção e vendas. A produção média de óleo, LGN e gás natural teve uma redução de 4,5% em relação a um ano antes. 

Por outro lado, a estatal reportou uma redução de 4,5% na produção do pós-sal, com encerramento das plataformas P-18 e P20, além dos desinvestimentos de Albacora Leste e Papa-Terra. O volume de vendas de derivados caiu 0,2% na comparação anual, como efeito da sazonalidade, dadas as menores vendas de gasolina (-3% a/a) e diesel (-0,2% a/a). 

Segundo o analista do BB, apesar dos menores preços do Brent durante o período (cuja média de preço saiu de US$ 93 o barril no 1T22 para US$ 82 o barril no 1T23), a expectativa em relação aos resultados está direcionada aos dividendos. 

“A questão é se a Petrobras seguirá a regra atual (60% da diferença entre CAPEX e investimentos), o mínimo legal (25%) ou até mesmo deixar de pagar de modo antecipado nesse período”, pontua.

Como ficam os dividendos do 1T23?

Não por acaso, os analistas do mercado estão divididos quanto ao futuro da remuneração aos acionistas da petroleira. Enquanto alguns acreditam que a Petrobras deve manter sua política atual, outros apontam que a empresa pode optar por uma redução na distribuição a fim de priorizar investimentos em novos projetos e na redução da dívida líquida.

Segundo Andre Vidal e Helena Kelm, analistas da XP Investimentos, as ações da Petrobras estão muito baratas, mas os riscos políticos continuam aumentando. Contudo, diante do novo conselho, eleito na Assembleia Geral Ordinária, os dividendos daqui para frente devem ser menos previsíveis.

“Estimamos dividendos a serem declarados em aproximadamente US$ 4,5 bilhões (ou R$ 22,29 bilhões, equivalente a 8% yield para PETR4, 32% anual), mas há riscos de a nova diretoria optar por ignorar a atual política de dividendos e não declarar remuneração aos acionistas”, alertam.

Goldman Sachs e BBA se dividem

Enquanto isso, os analistas do Goldman Sachs, projetam dividendos na ordem de US$ 4,7 bilhões (R$ 23,28 bilhões) no 1T23 — refletindo a política de distribuição de 60% do fluxo de caixa operacional da empresa, menos o capex. 

Embora o governo de Luiz Inácio Lula da Silva tenha feito constantes críticas à remuneração dos acionistas da Petrobras, o banco acredita na distribuição baseado nos seguintes fatos:

  • houve a aprovação integral dos dividendos do 4T22 pelos acionistas; 
  • não há sinalização (ao menos por enquanto) na política de dividendos após a eleição do novo conselho de administração; 
  • o novo CEO, Jean Paul Prates, afirmou que respeitaria as regras mesmo que discordasse delas.

Já os analistas do Itaú BBA pontuam que Prates afirmou em diversas ocasiões que a política de dividendos da Petrobras será discutida em um contexto mais amplo, de revisão da estratégia de alocação de capital e revisão do Plano Estratégico 2023-2027. 

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Contudo, o desenvolvimento de um novo plano estratégico é longo e envolve várias etapas — podendo demandar meses para ser devidamente preparado antes da aprovação do conselho de administração

“Esperamos que um plano revisado seja anunciado apenas no segundo semestre, com novas diretrizes voltadas para uma expansão em refino e renováveis, e, muito provavelmente, novas diretrizes para pagamento de dividendos”, alertam os analistas do BBA.

Diante disso, o banco projeta os seguintes cenários para o balanço do 1T23 da Petrobras:

  • optar por suspender o pagamento trimestral de dividendos e anunciar que levará mais tempo para discutir uma nova política;
  • manter um pagamento trimestral, mas com base em um payout definido do lucro líquido: poderia ser o mínimo legalmente exigido de 25%, ou um percentual maior, como 40%;
  • manter o pagamento trimestral com base na atual política de dividendos.

E os indicadores financeiros?

Não foi apenas sobre os dividendos que os analistas fizeram estimativas. As instituições também apontaram as projeções financeiras de alguns indicadores importantes da Petrobras no 1T23, confira abaixo:

CasaLucro líquidoEbitdaReceita líquidaRecomendação
Goldman SachsUS$ 5,143 bilhões ou R$ 25,47 bilhões (-33% a/a)US$ 13,011 bilhões ou R$ 64,44 bilhões (-13% a/a)US$ 26,291 bilhões ou R$ 130,22 bilhões (-4% a/a)Neutra
Itaú BBAUS$ 6,081 bilhões ou R$ 30,12 bilhões (-29,3%)US$ 13,179 bilhões ou R$ 65,28 bilhões (-12,5% a/a)US$ 26,094 bilhões ou R$ 129,25 bilhões (-4% a/a)Neutra
XP Investimentosnão informadoUS$ 13,5 bilhões ou R$ 66,87 bilhões (-12% a/a)não informadoCompra
BB Investimentosnão informadonão informadonão informadoCompra

Cotação da Petrobras

No último fechamento do Ibovespa, ontem (8), as ações da Petrobras fecharam em alta de 2,13%, cotadas a R$ 24,51. Confira abaixo mais detalhes do desempenho da companhia nos últimos seis meses na bolsa de valores:

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Por: Janize Colaço – Suno

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