A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a Oi (OIBR3) a fechar um financiamento emergencial na modalidade DIP (debtor-in-possession) na cifra de US$ 275 milhões, valor superior a R$ 1,3 bilhão. Segundo a decisão publicada na segunda (10), a empresa já fechou um acordo preliminar com os principais credores e precisará dos recursos desse empréstimo para seguir com as suas operações.
“O fechamento desse acordo, que preverá novo financiamento, constará futuramente no Plano de Recuperação Judicial (PRJ). A companhia necessita garantir o financiamento de suas operações até a deliberação e aprovação do PRJ”, escreveu o juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, na decisão.
De acordo com as informações publicadas pelo jornal Valor Econômico, esse acordo prévio com os credores da Oi tem que ser aprovado em assembleia.
O financiamento será dividido em duas parcelas: a primeira de US$ 200 milhões, enquanto a segunda incluirá os US$ 75 milhões restantes.
Um dos diferenciais dos empréstimos via DIP é que esse credor “fura a fila” na hora do pagamento das dívidas. O prazo de vencimento previsto é de 15 meses, sendo que a garantia da Oi nesta operação é a alienação fiduciária das ações da empresa na V.tal.
No texto, o juiz reforçou uma informação disponibilizada pela operadora de telecomunicações de que “ainda no mês de abril, o caixa do Grupo Oi poderá atingir nível incompatível com a gestão responsável de uma empresa desse porte, com possível impacto na manutenção regular de suas atividades”.
Nova recuperação judicial da Oi
A nova recuperação judicial da Oi foi aprovada pela Justiça em março. Assim, apenas três meses separam o fim da primeira recuperação judicial e o começo da segunda. Porém, dessa vez, a novela jurídica da ex-gigante das telecomunicações será diferente?
Rodrigo Abreu, CEO da Oi, acredita que sim. Em entrevista publicada no jornal O Globo em fevereiro, o executivo já havia avisado ao mercado que o novo processo de recuperação judicial seria “muito mais rápido”.
“[A nova recuperação judicial] seria muito diferente do primeiro processo, porque seria um processo consensual e basicamente para reconhecer toda a reestruturação da dívida financeira. Então, é muito mais rápido”, destacou Abreu na ocasião, quando o processo ainda não tinha sido definido.
A primeira recuperação judicial da Oi começou em 2016 e terminou no final do ano passado. Assim, a empresa conseguiu reduzir as dívidas de R$ 90 bilhões, em valores atualizados, para R$ 33 bilhões. Contudo, a nova RJ foi protocolada com débitos na ordem de R$ 43,7 bilhões.
Por: Erick Matheus Nery – Suno