Após amargar um prejuízo de 670% no quarto trimestre de 2022, a Marisa (AMAR3) avisou que não está “nem perto” de uma crise como a vivenciada pela Americanas (AMER3). João Nogueira Batista, presidente da varejista de moda, afastou os rumores negativos e detalhou o plano de reestruturação financeira e operacional da empresa.
“Não há nada nem perto ou parecido com o que se viu no setor”, destacou Batista durante a teleconferência dos resultados do 4T22 da varejista, realizada nesta segunda (3).
De acordo com informações publicadas pelo jornal Valor Econômico, a empresa de moda fez um processo de revisão e auditoria interna dos números nas últimas semanas. Segundo o CEO da varejista, não havia “nada fraudulento” nas contas.
Com a reestruturação financeira, a concorrente da Riachuelo (GUAR3), C&A (CEAB3) e Lojas Renner (LREN3) prevê fechar 92 das 334 unidades nos próximos meses, sendo que 20 devem ser encerradas até este mês. A previsão é de que essa operação promova uma geração de quase R$ 70 milhões no lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) anual e mais R$ 30 milhões em redução de despesas.
O 4T22 da Marisa
A Marisa apresentou um prejuízo líquido de R$ 188,6 milhões no quarto trimestre de 2022, um salto ante o prejuízo de R$ 24,5 milhões registrado no mesmo período de 2023 (alta de 669,8%).
Enquanto o Ebitda do varejo da Marisa foi de R$ 19,6 milhões, com queda de 12,3% ante um ano antes, o Ebitda do Mbank ficou negativo em R$ 115,2 milhões e reverteu resultado positivo de R$ 22,4 milhões no quarto trimestre de 2021.
A Marisa aproveitou para anunciar uma injeção de R$ 90 milhões dos acionistas controladores para viabilizar o reenquadramento da MPagamentos (braço financeiro da empresa) nos índices regulatórios e prudenciais.
Cotação AMAR3
Nesta segunda (3), as ações da Marisa fecharam em queda de 6,25%, ao preço de R$ 0,60. Como o papel é negociado em valores baixos, qualquer oscilação positiva ou negativa torna-se acentuada em valores percentuais.
Por: Erick Matheus Nery – Suno