A Black Friday é um período tradicionalmente movimentado para o varejo e, em 2022, conta com ainda “mais emoção” Ainda em novembro se inicia a Copa do Mundo, um evento que pode aumentar o faturamento do setor que contempla empresas como o Magazine Luiza (MGLU3), a Americanas (AMER3) e a Via (VIIA3), dona das Casas Bahia e do Ponto (antigo Ponto Frio).
Após ter feitos diversas – e grandes – aquisições nos últimos meses, o Magazine Luiza espera que sua estratégia seja suficiente para a empresa ganhar uma fatia de mercado ainda maior no acumulado do semestre e espera ‘talvez a maior Black Friday de todos os tempos’.
Isso em meio a um contexto de alta competitividade no varejo, com presença de players estrangeiros como o Mercado Livre (MELI34), a Shopeee e a Amazon (AMZO34), e após um ano de 2021 com uma atividade reprimida no segmento.
A projeção da casa é de que o ticket médio gasto pelos brasileiros possa ficar acima dos R$ 2 mil – patamar projetado pelo Mercado Livre em um levantamento recente com consumidores brasileiros.
Em teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre deste ano, em meados de agosto, o presidente do Magalu, Frederico Trajano, já citava as sazonalidades como positivas para a empresa.
“Mesmo que o bolo não cresça, e eu acho que vai crescer porque no primeiro semestre não teve a Copa do Mundo [que acontece na segunda metade do ano] e não teve 5G e o auxílio maior, nós temos todas as condições de ganhar ‘share’. Eu acho que dá para entrar com operação mais ajustada, ganhando share e com a ajuda desses ajustes feitos, ter [ganho de] alavancagem“, disse.
Com uma presença mais forte em nichos distintos dos eletrodomésticos de linha branca, móveis e produtos para casa de um modo geral, o Magazine Luiza espera tracionar melhor e aumentar o faturamento.
Esse movimento é revelado por compras como a da Kabum!, feita ainda em 2021 por R$ 1 bilhão em recursos financeiros, além de 75 milhões de ações ordinárias.
Segundo Maurício Anbruste, diretor comercial de marketplace do Magalu, a empresa deve seguir por esse caminho e ter ‘de alfinete a foguete’ nos seus estoques, marcando cada vez mais presença dentro dos nichos que não eram a especialidade da casa no passado.
“A estratégia está muito focada em busca [dos clientes], a ideia é que os consumidores tenham o Magazine Luiza como uma fonte de tudo. Queremos ser buscados para comprar do alfinete ao foguete, teremos os parceiros comerciais certos e mais de 200 mil sellers. Aumentamos o marketplace para ele ser um crescimento de forte”, relata.
Marketplace é ‘ponto estratégico’ para Black Friday do Magazine Luiza
O marketplace, aliás, é uma das grandes apostas da Black Friday do Magazine Luiza em 2022. Com investimentos na malha logística, a varejista projeta uma melhora nos resultados consolidados por conta de entregas mais rápidas e uma competitividade alta com produtos vendidos por terceiros na plataforma da companhia.
Segundo o diretor do segmento, o Magazine Luiza já é muito competitivo ‘nas categorias que são o core da empresa’, como eletromésticos. Assim, o marketplace vem para competir nas categorias complementares, como os produtos de informática e praticamente todos os outros nichos, dada a quantidade de sellers.
“A Black Friday é um período promocional, então estamos querendo nos manter muito competitivos. Por isso, procuramos oportunidades e pensamos sempre em volume de venda. Não acredito em faturamento muito maior nem muito menor, mas acho que teremos a rentabilidade planejada e, com isso, talvez a maior Black Friday dos últimos tempos“, disse Anbruste ao Suno Notícias.
Em teleconferências recentes, aliás, o CEO, Fred Trajano, chegou a dizer que “o futuro do varejo é online, não físico”, em linha com estas movimentações.
Copa do Mundo antecipou ofertas
Como é rotineiro nos últimos anos, a varejista – assim como concorrentes – tem investido em uma ‘Black November’, e antecipando descontos antes do dia da Black Friday em específico, em 25 de novembro.
A sazonalidade da Copa do Mundo, nesse sentido, foi um dos motivadores para que a companhia investisse na antecipação dos descontos, dado que a competição se inicia justamente cinco dias antes da Black Friday.
“A Black Friday sempre fui muito concentrada, tanto no varejo físico, naquele período de quinta a sábado, e no e-commerce até segunda. Porém dados os eventos de Copa do mundo, jogos do Brasil, acho que o varejo inteiro está se preocupando em antecipar e diminuir a dependência desse período, e somos um desses que gosta de antecipar as campanhas, fazendo uma Black November”, afirma o diretor de markeplace da varejista.
Nesse sentido, alega que a empresa inclusive reforça os métodos já implementados para facilitar compra de TVs, por exemplo. Com as políticas atuais, a varejista aceita inclusive uma TV antiga do consumidor como parte do pagamento para a compra de um novo aparelho.
Além disso, o Magazine Luiza, há meses, também faz o mesmo tipo de operação com produtos como tablets e celulares, que também devem ser competitivos durante o período de descontos da Black Friday. “Além das trocas somos muito fortes com o Pix, em que recebemos à vista e oferecermos benefícios para o consumidor por conta disso”.
Por: Eduardo Vargas – Suno