O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15, o IPCA-15, registrou alta de 0,53% em novembro, após ter subido 0,16% em outubro. Segundo informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta (24), o setor de alimentos e bebidas e o de saúde e cuidados pessoais puxaram essa alta.
O resultado ficou levemente abaixo da mediana das estimativas do índice (0,54%) dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma alta de 0,42% a 0,68%.
Carlos Macedo, especialista em alocação de investimentos da Warren, também afirmou que o número veio abaixo do esperado. “No entanto, os núcleos surpreenderam um pouco para cima, sobretudo por números mais altos de bens como artigo de residência e vestuário”, destacou.
A difusão de serviços permanece elevada, o que evidencia a necessidade da manutenção do juro em um patamar elevado por período prolongado. O dado não afetará o plano de voo do Banco Central, que continuará atento às evoluções da PEC de Transição e seu potencial impacto nas expectativas de inflação.
Com o resultado agora anunciado, o IPCA-15 acumulou um aumento de 5,35% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 6,17%, de acordo com o IBGE. As projeções da inflação iam de avanço de 6,07% a 6,33%, com mediana de 6,20%.
Segundo o IBGE, alimentos e bebidas tiveram um aumento de preços expressivo na transição de outubro (0,21%) para novembro (0,54%), fator puxado principalmente pelos alimentos para consumo no domicílio (0,60%). Altas nos preços do tomate, cebola e batata-inglesa contribuíram para esse resultado.
Em saúde e cuidados pessoais (0,91%), os destaques foram os itens de higiene pessoal (1,76%), em especial os produtos para pele (6,68%), e os planos de saúde (1,21%).
Veja as variações do IPCA por grupo
- Alimentação e bebidas (+0,54)
- Habitação (+0,48)
- Artigos de residência (+0,54)
- Vestuário (+1,48)
- Transportes (+0,49)
- Saúde e cuidados pessoais (+0,91)
- Despesas pessoais (+0,27)
- Educação (+0,05)
- Comunicação (0,00)
À exceção de Comunicação, que apresentou estabilidade, todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram variação positiva neste mês.
No grupo dos transportes, os preços dos combustíveis (2,04%) voltaram a subir, após cinco meses consecutivos de quedas. Depois de caírem 5,92% em outubro, os preços da gasolina subiram 1,67% em novembro, contribuindo com o maior impacto individual no índice do mês, 0,08 p.p.
Os preços do etanol subiram 6,16%, e os do óleo diesel, 0,12%. O gás veicular (-0,98%) foi o único a apresentar queda entre os combustíveis pesquisados.
Para calcular o IPCA, o IBGE avalia uma cesta de produtos de consumo de famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, abrangendo nove regiões metropolitanas, além de Brasília e do município de Goiânia.
Com Estadão Conteúdo e Agência IBGE
Por: Erick Matheus Nery – Suno