Ibovespa tem 2ª maior queda do ano e despenca aos 97 mil pontos; Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e bancos puxam perdas -

O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (23) em queda de 2,29% — segunda maior queda do ano — aos 97.926,34 pontos, após oscilar entre 96.996,84 e 101.125,76 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 25,5 bilhões.

A bolsa de valores hoje operou com a segunda maior queda do ano, sendo que a maior aconteceu no dia 2 de janeiro, quando houve um recuo de 3,06%.

Isso porque mercado precisou lidar com os impactos pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano pela quinta vez consecutiva. Mas conforme explica estrategista de investimentos da Matriz Capital, Lucas Caumont, não foi simplesmente a taxa de juros que abalou o mercado.

“O tom forte, com até a possível retomada na alta dos juros, pesa sobre as ações — sobretudo de varejistas, aéreas e techs. Enquanto os juros permanecerem altos, teremos uma dificuldade na performance positiva desses setores, principalmente para as empresas mais endividadas, que assumem um custo de dívida extremamente alto”, afirma.

Não por acaso, a ponta negativa do índice contou com os papéis da Magazine Luiza (MGLU3), Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4). “São os papéis que mais sofrem, pois eles são os que mais se prejudicam com o alto patamar da taxa de juros”, diz Caumont.

Junto à queda do Ibovespa, o dólar hoje fechou em alta (1,01%), a R$ 5,290, após oscilar entre R$ 5,204 e R$ 5,296. Em movimento contrário à moeda, as bolsas de Nova York fecharam com perdas. Confira abaixo:

Dow Jones: -0,23% (32.103,77 pontos);
S&P500: -0,29% (3.948,30 pontos);
Nasdaq: -1,01% (11.787,40 pontos).

Entre as blue chips do Ibovespa, junto ao mau humor entre os investidores brasileiros, as commodities recuaram nos mercados internacionais. A Vale (VALE3) recuou 2,57%, com as ações cotadas a R$ 79,58, acompanhando o minério de ferro, que teve baixa de 2,01% na bolsa de Dalian, a US$ 125,14 a tonelada (854 iuanes).

Já os ativos preferenciais e ordinários da Petrobras (PETR4;PETR3) perderam 2,27% e 1,96%, respectivamente, enquanto o petróleo Brent para junho recuou 1,15%, a US$ 75,50 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Contudo, a petroleira também pode ter sido impactada pelo cenário interno.

Na véspera, a diretoria executiva foi eleita para os próximos dois anos. Junto a isso, os petroleiros da Petrobras afirmam que a greve prevista para amanhã, contra as privatizações, segue confirmada. Jean Paul Prates, CEO da estatal, por outro lado, afirma que a venda dos ativos com contratos já assinados não serão cancelados e, novamente, fez declarações contra o Preço de Paridade de Importação (PPI).