Diante do pleito eleitoral de outubro, o Credit Suisse ainda se mantém cauteloso com o Ibovespa. Em entrevista ao E-Investidor, o Chief Investment Officer (CIO) da América Latina, Luciano Telo, diz que a predileção, no momento, é por papéis longos de renda fixa.

“Preferimos ter mais risco na renda fixa. Alongar as posições em NTN-B (Tesouro IPCA+), por exemplo, é um passo que fazemos antes de aumentar a posição em Bolsa”, disse, sobre o Ibovespa.

“Só saberemos como será a posição fiscal do Brasil para 2023 depois da eleição. O principal elo entre eleições e preços dos ativos está na percepção do risco fiscal, mas de certa forma o mercado já projeta isso”, complementa.

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Credit vê queda da inflação nos EUA

Além disso, o CIO do Credit Suisse cita que a inflação americana deve cair nos próximos 12 meses.

Para o especialista, com o declínio da curva do CPI anualizado, o Brasil deve se beneficiar, com uma melhor percepção de risco para o Ibovespa.

“O ponto a favor é que o Banco Central se antecipou e fez boa parte do ajuste de juros, e provavelmente deve parar. Certamente foi o BC que mais rapidamente reagiu a esse surto inflacionário e agora estamos mais avançados nesse processo”, disse ao E-Investidor.

“Contudo, as perspectivas de inflação de longo prazo devem estar mais estabilizadas. Precisamos ver as expectativas lá na frente começarem a de fato a se estabilizar”, concluiu.

No caso da taxa de juros do Brasil, a Selic, Telo acredita que devemos seguir algum tempo com o patamar com os juros atuais – de 13,75%.

Vale lembrar que a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorrerá entre os dias 20 e 21 de setembro, alguns dias antes das eleições.

“Achamos que devemos ficar algum tempo com os juros nesse patamar até que a inflação convirja. Trabalhamos com a visão de que na metade do ano que vem já possa ter algum corte de juros, mas provavelmente o mercado vai antecipar isso”, disse Telo.

Desempenho do Ibovespa

O Ibovespa está atualmente em 111 mil pontos, o que representa uma alta de cerca de 9,4% nos últimos 30 dias. No acumulado de 2022, o índice subiu 7,6%.

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