Ibovespa perde 0,32%, com cenário exterior desfavorável; Via (VIIA3) e varejistas sobem

Ibovespa
Ibovespa hoje. Foto: Pixabay

Ibovespa hoje fechou a terça-feira (5) com queda de 0,32% aos 98.294,64 pontos, após oscilar entre 96.499,42 e 98.607,87 pontos. Com a retomada dos negócios em Nova York após o feriado da Independência americana, o giro financeiro foi a R$ 26,5 bilhões nesta terça-feira. Na semana, o Ibovespa cede 0,67%; no mês, 0,25%, e no ano, 6,23%.

A aversão a risco desde o exterior – com fracas leituras finais sobre índices de atividade na Alemanha e na zona do euro em junho, que contribuíram para reforçar temores quanto a uma recessão global – lançou os ativos em nova espiral de perdas, com destaque para o petróleo e para as bolsas do velho continente.

Na B3, onde os investidores já vinham lidando com as preocupações em torno da ‘PEC Kamikaze’, o Ibovespa caminhava, em boa parte da sessão, ao que seria o menor fechamento do ano, abaixo dos 98 mil pontos, permanecendo em níveis do começo de novembro de 2020.

“Hoje, mais cedo, a curva de juros americana (taxas de 2 e 10 anos) chegou a inverter e isso geralmente é associado com recessões econômicas anteriores nos Estados Unidos”, observa Jennie Li, estrategista de ações da XP.

Lá fora, a queda dos yields dos Treasuries, por outro lado, beneficia “as empresas de alto crescimento que sofreram bastante nos últimos tempos por conta do aumento de juros”, acrescenta a estrategista. “Então, estamos vendo um movimento de recuperação e certo alívio em empresas como Magalu, aqui no Brasil.”

No front doméstico, desdobramento relativamente positivo para as preocupações em relação às contas públicas foi o recuo do relator na Câmara, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), quanto a incluir novo benefício à PEC, um auxílio-Uber, que elevaria a R$ 50 bilhões o volume de recursos fora do teto. “Temos pressão do cronograma, que tem de se encerrar até 15 de julho”, disse hoje o relator, observando que eventuais alterações incluídas e aprovadas levariam a questão de novo ao Senado, estendendo a tramitação.

Na B3, “a liquidez tem sido baixa, especialmente ontem com o feriado nos Estados Unidos, e o investidor tem preferido a cautela. Há pressão inflacionária no exterior, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, o que alimenta a incerteza sobre o nível dos juros americanos, retirando recursos das bolsas ao redor do mundo, com muito investidor preferindo voltar aos Estados Unidos”, diz Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos, mencionando como ponto desfavorável ao Brasil o “risco fiscal”.

“A volta do feriado nos Estados Unidos foi negativa. Aumentos de lockdown na China ainda preocupam, apesar do zero a zero visto hoje nas bolsas de lá, com dados positivos sobre a economia local (PMI Caixin, mostrando retomada de atividade). O minério segue pressionado, o que se reflete nas ações do setor aqui. Lá fora, o VIX (índice de volatilidade em Wall Street, com base em opções do S&P 500) subia pela manhã e os yields dos Treasuries cediam. Cenário de recessão nos Estados Unidos, com efeito global, ainda preocupa”, observa Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.

“Amanhecemos com forte queda das commodities. Expectativas de inflação podem dar lugar a um cenário de recessão com commodities agrícolas caindo mais de 10% nos últimos dias. Pode contribuir para um alívio na inflação de alimentos. No Brasil, o quadro fiscal continuará ditando o tom, aliado as reverberações internacionais nos ativos locais. Com essa aversão ao risco causada pela possível recessão nos EUA e combinado com os rumos da situação fiscal no Brasil, o dólar se mantem mais alto, a curva de juros pressionada e a bolsa com dinâmica negativa”, afirma João Beck, economista e sócio da BRA.

O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, afirmou que o país pode enfrentar uma grave recessão no futuro próximo, devido aos altos preços de energia, à queda da demanda interna e à diminuição dos investimentos privados, além de uma “divisão” quanto à realidade social do país.

Bolsas de Nova York

As bolsas de Nova York fecharam mistas nesta terça, após passarem a maior parte da sessão no vermelho. Preocupações sobre uma possível recessão nas maiores economias do mundo pesou sobre os índice acionários, que conquistaram apoio no avanço dos papéis ligados à tecnologia.

  • Dow Jones: -0,42%, aos 30.967,45 pontos;
  • S&P 500: +0,16%, aos 3.831,59 pontos;
  • Nasdaq: +1,75%, aos 11.322,24 pontos.

dólar à vista fechou em alta de 1,19%, a R$ 5,3893, depois de oscilar entre R$ 5,3495 e R$ 5,4040272.

Os contratos futuros de petróleo despencaram na sessão desta terça, penalizados pelo crescente risco de que as principais economias do planeta entrem em recessão. A forte valorização do dólar no exterior impôs adicional pressão às cotações.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para agosto fechou em queda de US$ 8,93, ou 8,23% , a US$ 99,50. Já o do Brent para o mês seguinte encerrou com perda de US$ 10,73, ou 9,45%, a US$ 102,77, na Intercontinental Exchange (ICE).

O contrato mais líquido do ouro fechou em queda de 2%, com os ativos pressionados pelo fortalecimento do dólar ante pares. A sessão foi permeada pelo temor renovado entre investidores de uma recessão nas maiores economias. O preço do metal precioso atingiu a mínima intraday desde dezembro passado e fechou no menor nível desde o último outubro.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto encerrou a sessão em baixa de 2,09%, a US$ 1.763,90 a onça-troy.

No Ibovespa hoje, as petrolíferas foram as que mais sofreram durante a sessão. Na liderança das maiores quedas, 3R Petroleum (RRRP3) perdeu 7,44%, seguida por PetroRio (PRIO3) que caiu 7,11%.

Petrobras (PETR3, PETR4) também entrou na lista, com -4,27% e 3,81%, respectivamente. Vale (VALE3) também cedeu 0,50%.

No campo oposto, as varejistas ocuparam as melhores posições. Magazine Luiza (MGLU3) liderou, com alta de 11,74%, seguida por Via (VIIA3), que subiu 11,48%, Americanas (AMER3), que disparou 9,73%, e Petz (PETZ3), com ganhos de 8,65%.

Grandes bancos inverteram o sinal negativo do início da sessão e fecharam com ganhos: Bradesco (BBDC3, BBDC4) aumentou 0,35% e 0,23%, respectivamente, Santander (SANB11) subiu 0,45% e Itaú (ITUB4) teve +0,71%. Banco do Brasil (BBAS3) fechou na direção oposta, com -0,54%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • PEC Kamikaze: Mil prefeitos querem ‘ocupar’ o Congresso para barrar novos gastos
  • Petrobras (PETR4) vai contratar soluções de startups; veja como participar

PEC Kamikaze: Mil prefeitos querem ‘ocupar’ o Congresso para barrar novos gastos

Confederação Nacional de Municípios (CNM) deve colocar nesta terça-feira (5), no Congresso, cerca de mil prefeitos de todo o País numa mobilização contra as medidas que vêm sendo aprovadas pela casa, em especial a ‘PEC Kamikaze’.

A medida, vale lembrar, aumenta gastos e reduz receitas dos municípios. A três meses das eleições, a CNM afirma que a “pauta grave dos três Poderes” já provocou um custo de R$ 73 bilhões por ano com a aprovação da PEC e outras medidas.

Considerando outras medidas que ainda estão em estudo, a CNM estima que o custo global pode chegar a R$ 250,6 bilhões. Pelos cálculos da confederação, só os municípios paulistas teriam uma perda potencial de R$ 27 bilhões por ano.

A concentração de prefeitos – estão inscritos cerca de mil, conforme a CNM – é pela manhã, na sede da entidade. À tarde, eles rumam ao Congresso, onde vão entregar aos parlamentares o mapeamento do impacto das medidas em cada município.

“Nosso papel é dar transparência. Que o governo e o Congresso contestem esse número e digam que não é verdade”, diz o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Para ele, o problema não tem tido a repercussão política que a sua gravidade exigiria. Ziulkoski criticou também a forma como a chamada “PEC Kamikaze” está tramitando no Congresso em ano de eleições.

A CNM quer chamar atenção para o custo elevado das medidas para as finanças dos municípios, onde muitos pretendem se reeleger. Apesar do desgaste com os prefeitos, os deputados e os senadores seguem aprovando as medidas, entre elas, o projeto que fixou um teto entre 17% e 18% para o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, transporte urbano e telecomunicações.

O impacto dessa medida é de R$ 22,06 bilhões. Para as despesas, o potencial de aumento é de até R$ 176,8 bilhões por ano, dos quais R$ 41,9 bilhões já aprovados.

As pautas de redução de arrecadação têm impacto estimado pela CNM de R$ 51,6 bilhões por ano, sendo R$ 31,2 bilhões de medidas já aprovadas.

Petrobras (PETR4) vai contratar soluções de startups; veja como participar

Petrobras (PETR4) anunciou nesta segunda-feira (4) o início do quinto módulo do Programa Conexões para Inovação, chamado de Aquisições de Soluções.

Empresas de tecnologia e startups terão oportunidades de vender soluções inovadoras para a Petrobras, e ainda, a petrolífera conta com investimento de até R$ 21,2 milhões no projeto.

Neste ciclo, de acordo com a nota da empresa, serão selecionadas inovações nas áreas de robótica, tecnologias de inspeção e tecnologias digitais. As inscrições vão até 31 de julho e as empresas podem receber até R$ 1,6 milhão por proposta para desenvolvimento e testes das soluções em ambientes produtivos.

A Petrobras detalhou seu processo de seleção de empresas da seguinte forma:

  • Primeiro, haverá uma pré-avaliação por uma banca de especialistas;
  • Em seguida, uma fase de mentoria técnica para aprimoramento do plano de trabalho;
  • Preparação para o pitch day: apresentação das propostas das empresas para uma banca de gestores e especialistas da Petrobras.

Na avaliação, são considerados critérios como o modelo de negócios, implantação da solução ao final projeto, consistência e competitividade da proposta, impacto e geração de valor, escalabilidade e abrangência da solução.

A primeira seleção do módulo foi lançado em 2021, e até agora foram sete empresas contratadas por meio dos Contratos Públicos para Soluções Inovadoras (CPSIs), que trouxe agilidade aos processos de contratação e teve regras incorporadas ao Regulamento de Licitações e Contratações da Petrobras (RLCP).

Os CPSIs possuem vigência de até 12 meses, com a disponibilidade de prorrogação de mais 12, para validação das soluções tecnológicas.

Após o contrato de inovação, a solução com melhor desempenho, e que demonstrou agregar valor para o negócio da Petrobras, pode ser contratada por um período de dois anos, prorrogáveis por mais dois anos, para fornecimento em escala. Essas duas fases em conjunto agilizarão a implantação das soluções na companhia e a consolidação dos novos fornecedores no mercado.

Desde o seu lançamento, o programa da Petrobras já abriga oito diferentes módulos: Parcerias Tecnológicas, Transferência de Tecnologias, Ignição, Encomendas Tecnológicas, Startups, Aquisição de Soluções, Open Lab e Residentes. Esses dois últimos são inéditos, recém-lançados.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -0,32%
  • IFIX hoje: -0,34%
  • IBRX hoje:-0,39%
  • SMLL hoje: -0,08%
  • IDIV hoje: -0,58%

Cotação do Ibovespa nesta segunda (4)

Ibovespa fechou o pregão da última segunda-feira (4) em queda de 0,35% aos 98.608,76 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Por: Victória Anhesini – Suno

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