O Ibovespa hoje fechou a sexta-feira (14) em queda de 1,95%, aos 112.072,34 pontos, após oscilar entre 111.631,40 e 114.712,03. Na semana, índice recuou 3,70%. No mês, a referência da B3 ainda avança 1,85%, com ganho no ano limitado agora a 6,92%. No dia seguinte ao vencimento de opções, que havia reforçado na quinta-feira o giro financeiro, o volume nesta sexta foi moderado a R$ 25,2 bilhões.

Em semana mais curta pelo feriado, o índice Bovespa teve apenas desempenhos negativos, devolvendo assim parte do ganho de 5,76% que havia acumulado no intervalo anterior. Na semana atual, pouco a pouco retrocedeu ao nível de 110 mil pontos que antecedeu a eleição do último dia 2 – na segunda-feira, 3, o Ibovespa ganhou mais de 6 mil pontos com a celebração, pelo mercado, do resultado das urnas, que mostrou menos fôlego do que se esperava à centro-esquerda.

Assim, com pouco mais de 3 mil pontos entre o piso e o pico do dia, prevaleceu nesta sexta o sinal negativo como no resto da semana, nesta sexta-feira em consonância com o humor de Nova York, onde as perdas no índice de tecnologia (Nasdaq), mais sensível ao momento da política monetária, chegaram a 3,08% no encerramento da sessão, quase correspondendo à retração acumulada na semana (-3,11%).

Após sequência de cinco ganhos diários veio agora cinco perdas até esta sexta-feira. Dessa forma, um avanço de quase 10 mil pontos, entre os dias 30 de setembro e 6 de outubro, deu lugar a uma retração de cerca de 5,5 mil pontos na sequência negativa iniciada no último dia 7.

“O Ibovespa sentiu a pressão vendedora. Além do mau humor internacional, não tivemos um dia positivo para as commodities. O minério de ferro teve alta pouco expressiva, mas finalizou com a maior sequência de perdas semanais em quase um ano, ainda sentindo a pressão (baixista) de demanda: pelos lockdowns, pelos cortes de produção de aço e pelos temores persistentes a respeito da crise imobiliária na China. Mais do que suficiente para que as ações de minério e siderurgia sofressem no dia de hoje”, observa Gabriel Félix, especialista em renda variável da Blue3.

Na agenda doméstica, a surpresa positiva do dia foi a leitura divulgada pelo IBGE sobre a atividade do setor de serviços em agosto, em alta de 0,7%, aponta Patricia Krause, economista-chefe para América Latina da Coface. Um resultado que, após performances mais fracas da produção industrial e das vendas do varejo, tende a dar algum suporte ao desempenho do IBC-Br do mesmo mês, índice visto como antecedente do PIB e que será divulgado pelo BC na segunda-feira, acrescenta a economista.

Bolsas de Nova York

Os mercados acionários de Nova York fecharam em baixa, nesta sexta-feira. A abertura foi positiva, com investidores avaliando balanços corporativos, mas o fôlego foi curto, com indicadores dos Estados Unidos e declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) reforçando a expectativa de mais altas de juros, o que tende a ser negativo para as ações em geral.

• Dow Jones: -1,34%, aos 29.634,83 pontos;
• S&P 500: -2,37%, aos 3.583,07 pontos;
• Nasdaq: -3,08%, aos 10.321,39 pontos.

Na comparação semanal, o Dow Jones avançou 1,15%, o S&P 500 recuou 1,55% e o Nasdaq teve baixa de 3,11%.

O dólar à vista fechou em alta de 0,94%, a R$ 5,3227, após oscilar entre R$ 5,2419 e R$ 5,3347. Na semana, a moeda subiu 2,11%.

O petróleo chegou a oscilar perto da estabilidade logo cedo, mas piorou ao longo desta sexta. O dólar forte influenciou o movimento, com investidores também atentos a riscos para a demanda da commodity.

O contrato do WTI para novembro fechou em baixa de 3,93% (US$ 3,50), em US$ 85,61 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para dezembro recuou 3,11% (US$ 2,94), a US$ 91,63 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Na comparação semanal, o WTI caiu 7,59% e o Brent recuou 6,42%.

O ouro fechou em baixa nesta sexta-feira, em meio ao fortalecimento do dólar e dos rendimentos dos Treasuries, que avançam à medida que aumentam as expectativas por um Federal Reserve (Fed) agressivo a fim de combater a inflação alta.

Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para dezembro recuou 1,67%, a US$ 1.648,9 por onça-troy. Na semana, a queda foi de 3,53%.

No Ibovespa hoje, com poucos e contidos ganhos, os papéis do setor elétrico se destacaram positivamente. Energisa (ENGI11) liderou as maiores altas do dia, com elevação de 1,39%.

Em seguida, Eneva (ENEV3), com +0,75%. Também figurou no ranking Engie (EGIE3), que subiu 0,24% e EDP Brasil (ENBR3), que ganhou 0,09%.

Já no campo oposto, investidores refletiam a aversão ao risco, e decorrente disso, os ativos de varejistas foram penalizados. A maior desvalorização ficou com Magazine Luiza (MGLU3), que despencou 11,18%. Americanas (AMER3) caiu 8,45% e Via (VIIA3) cedeu 7,12%, ambas se destacando na lista negativa.

Acompanhando a queda do petróleo, Petrobras (PETR3, PETR4) perdeu 1,95% e 1,53%, respectivamente. Vale (VALE3) recuou 3,26%, igualmente seguindo perdas do minério de ferro.

Entre os grandes bancos, apenas Itaú (ITUB4) fechou no azul, com leve alta de 0,03%. Bradesco (BBDC3, BBDC4) teve queda de 0,43% e 0,66%, nesta ordem, Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,56% e Santander (SANB11), -0,17%.

Maiores altas do Ibovespa:

• Energisa (ENGI11): +1,40% // R$ 44,35
• Eneva (ENEV3): +0,75% // R$ 13,50
• Cyrela (CYRE3): +0,27% // R$ 18,61
• Engie (EGIE3): +0,24% // R$ 38,37
• EDP Brasil (ENBR3): +0,09% // R$ 22,07

Maiores baixas do Ibovespa:

• Magazine Luiza (MGLU3): -11,18% // R$ 4,37
• Americanas (AMER3): -8,45% // R$ 17,44
• YDUQS (YDUQ3): -7,92% // R$ 13,13
• Via (VIIA3): -7,12% // R$ 3,39
• Minerva (BEEF3): -6,37% // R$ 1,13

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

• JHSF (JHSF3) criará gestora de fundos imobiliários
• Netflix (NFLX34) terá anúncios em plano mais básico; entenda

JHSF (JHSF3) criará gestora de fundos imobiliários

A JHSF (JHSF3), que atua no ramo de real estate de alto padrão, criará uma gestora de fundos de investimentos imobiliários (FIIs), a fim de captar em torno de R$ 500 milhões.

Os FIIs da JHSF será, inicialmente, três: um de desenvolvimento, um de shoppings e um residencial.

No caso do primeiro, servirá para financiar novos investimentos imobiliários pela empresa, ao passo que os dois demais terão foco em renda passiva.

“No passado, já fizemos alguns fundos para dar ao investidor acesso a projetos nossos: um que co-investiu no desenvolvimento da Fazenda Boa Vista e outro para co-investir no aeroporto”, disse o CEO da empresa, Thiago Alonso, ao Brazil Journal.

O empresário destaca que nos fundos antigos não era a JHSF em si que realizada a gestão – como será com os novos ativos.

A ideia é que criar a própria gestora permitirá à empresa obter receita também com as taxas de administração.

A gestora será chamada de JHSF Capital e ficará sob o comando de Augusto Martins, executivo com longa experiencia no mercado financeiro.

A ideia é que o fundo de shoppings inclua participação nos ativos da própria JHSF, como o Cidade Jardim, em São Paulo (SP) e o Catarina Fashion Outlet, em São Roque (SP).

Atualmente o grupo soma seis shoppings, com valuation estimado em cerca de R$ 4 bilhões.

A ideia é vender metade dos ativos, ainda mantendo a controladoria dos mesmos em mãos.

No segmento residencial, a JHSF espera comprar 14 casas na Boa Vista que estão alugadas em contratos de longo prazo para clientes da empresa.

Netflix (NFLX34) terá anúncios em plano mais básico; entenda

A Netflix (NFLX34) terá um plano mais barato do que o catálogo atual que irá exibir anúncios aos assinantes da plataforma de streaming. A decisão foi comunicada nesta quinta-feira (13).

Segundo a plataforma, a serão doze países afetados pela mudança, agora tendo planos com anúncios na Netflix.

A mudança vem em meio a uma tentativa da Netflix de gerar mais receita – tanto com a publicidade quanto com o produto de ticket mais baixo.

No Brasil, o plano mais básico da Netflix custa R$ 25,90. O padrão custa R$ 39,90 e o premium custa R$ 55,90.

O número de assinantes da Netflix, conforme reportado pelos resultados trimestrais, tem estagnado nos últimos meses – pondo o domínio da companhia em xeque no mercado de streaming e ocasionando recuos intensos nas ações.

No acumulado de 2022, os papéis da empresa caem 61% na Nasdaq.

Outros concorrentes do segmento digital já utilizam anúncios, como o Amazon Prime Video – que só exibe anúncios das suas próprias produções – e o YouTube, que é conhecido por monetizar com publicidade há anos.

Além dessa mudança, que já era prevista pela plataforma para o ano de 2022, é possível que alguns países tenham cobrança por compartilhamento de senha da Netflix.

Além do Brasil outros países afetados serão:

• Alemanha
• Austrália
• Canadá
• Coreia do Sul
• Espanha
• Estados Unidos
• França
• Itália
• Japão
• México
• Reino Unido

No México e no Canadá o plano com publicidade passa valer já no dia 1º de novembro.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

• Ibovespa hoje: -1,95%
• IFIX hoje: -0,03%
• IBRX hoje: -1,95%
• SMLL hoje: -2,29%
• IDIV hoje: -1,30%

Cotação do Ibovespa nesta quinta (13)

O Ibovespa fechou o pregão da última quinta-feira (13) em baixa de 0,46%, aos 114.300,09 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Por: Victória Anhesini – Suno