O Ibovespa hoje fechou a quarta-feira (8) em queda de 1,55% aos 108.367,67 pontos, após oscilar entre 108.045,38 e 110.142,34 pontos. Na semana, o Ibovespa cede 2,46% e, no mês, 2,68%. No ano, limita a alta a 3,38%. O volume financeiro foi de R$ 22,4 bilhões, abaixo da média.
O índice regrediu mais dois degraus neste começo de junho, agora na faixa dos 108 mil pontos, após ter iniciado o mês aos 111,3 mil e chegado no melhor momento aos 112.392,91, considerando o fechamento do dia 2. De lá para cá, emendou quatro perdas diárias.
Em contexto de persistente pressão das commodities sobre a inflação global e de risco crescente de que algum parêntese recessivo venha a se impor no momento em que as maiores economias tornam as respectivas políticas monetárias mais restritivas, o quadro doméstico tem se tornado também mais desafiador, após reação inicial positiva do Ibovespa pela exposição a matérias-primas.
A aproximação do calendário eleitoral e a dificuldade da costura política de uma solução aceitável para os entes federativos sobre a desoneração de combustíveis recolocam sobre a mesa preocupações com a situação fiscal, não vistas desde o fim do ano passado. A ‘folga de arrecadação’ que havia contribuído para a melhora da percepção fiscal emerge agora como elemento acenado pelo governo para conquistar apoio à proposta de controlar a inflação por meio de atuação sobre o preço da energia na ponta final do consumo.
“Apesar do impacto positivo – a possibilidade de contenção da inflação -, existe um custo fiscal relevante caso a proposta (de desoneração tributária) seja aprovada. Um custo para o qual ainda não foi apresentada fonte de financiamento. Essa incerteza gera preocupação quanto a risco fiscal, um velho conhecido nosso”, diz Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos.
Os sobressaltos domésticos se somam à incerteza sobre o grau de ajuste das políticas monetárias no exterior, em momento de commodities ainda pressionadas, em meio à reabertura da China, e de falta de sinal quanto a uma resolução da guerra entre Ucrânia e Rússia, que se arrasta desde o fim de fevereiro. “O principal fator de risco ainda são os juros americanos. O aumento em curso por lá não é algo trivial, pode produzir grande efeito sobre empresas e setores mais alavancados”, diz Luzbel, acrescentando que, no Brasil, os juros de referência tendem a permanecer na casa de dois dígitos por mais tempo do que se antecipava.
Por aqui, o aumento do custo de crédito, em meio ao ajuste da Selic, tem afetado em particular as ações do varejo, enquanto as de commodities e de exportadoras seguem na preferência dos investidores, inclusive estrangeiros – com as de bancos sendo também favorecidas no ano, como boas pagadoras de dividendos.
“O mercado teve hoje um dia de realização, acompanhando também o exterior, com mais aversão a risco por conta da inflação. Amanhã, tem a reunião do Banco Central Europeu (BCE), com expectativa de sinal sobre retirada de estímulos e sobre quando a zona do euro começará a elevar juros. A discussão continua a ser também sobre em quanto o Federal Reserve, nos Estados Unidos, conseguirá elevar juros sem que isso interfira na economia e reverta em recessão”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos, mencionando também o “aumento do ruído na questão fiscal”, no Brasil. “O custo fiscal é alto, com a renúncia a impostos.”
Na agenda doméstica, destaque na quinta-feira para o IPCA de maio. “Com os dados do IPCA, amanhã, talvez fique mais clara a movimentação de hoje nos juros futuros, mas aparentemente o mercado parece precificar a persistência da pressão inflacionária no curto prazo, porém enxergando um cenário de melhora mais à frente”, observa Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora, chamando atenção para o “comportamento misto” dos juros futuros nesta quarta-feira.
Bolsas de Nova York
Os mercados acionários de Nova York registraram queda, nesta quarta-feira. Investidores estiveram atentos a riscos à economia, tanto dos Estados Unidos quanto global, o que tende a pressionar as ações. Desse modo, o sinal vermelho prevaleceu entre os setores, com os ganhos em energia como exceção, diante da alta do petróleo.
- Dow Jones caiu 0,81%, em 32.910,90 pontos;
- S&P 500 recuou 1,08%, a 4.115,77 pontos;
- Nasdaq teve queda de 0,73%, a 12.086,27 pontos.
O dólar à vista fechou em alta de 0,33%, a R$ 4,8901, após oscilar entre R$ 4,8483 e R$ 4,9078.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta robusta, nos níveis mais altos desde março. O óleo foi favorecido pelos dados do Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE), que mostrou demanda forte por gasolina, ao mesmo tempo em que a China relaxa restrições contra a covid-19 e retoma atividades. Enquanto isso, as restrições do lado da oferta continuam a preocupar.
O petróleo WTI para julho registrou alta de 2,26% (US$ 2,70), a US$ 122,11 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent para agosto avançou 2,50% (US$ 3,01), a US$ 123,58 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O contrato mais líquido do ouro estendeu ganhos nesta quarta. O metal se fortalece com os cortes nas projeções de crescimento econômico global, dizem analistas. O cenário de incertezas traz notícias positivas para o ouro, diz o analista da Oanda, Edward Moya. Para ele, a revisão para baixo no avanço do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2022 pelo Banco Mundial, de 4,1% para 2,9%, era o que o metal precioso precisava para iniciar um rali.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para agosto registrou alta 0,24%, a US$ 1.856,50 por onça-troy.
No Ibovespa hoje, o destaque foi para papéis atrelados ao setor de saúde, após decisão do STJ, que formou maioria para determinar que as operadoras não precisam cobrir procedimentos que não constem no rol da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Quem liderou as maiores altas foi a Qualicorp (QUAL3) com +3,20%, seguido por Hapvida (HAPV3), que subiu 3,07%. A terceira posição do ranking foi Cogna (COGN3), com alta de 2,41%.
A brMalls (BRML3) também figurou na lista, com valorização de 1,07%, após aprovação da fusão com a Aliansce Sonae (ALSO3) pelos acionistas.
Com o período de adesão da oferta de ações da Eletrobras (ELET3, ELET6) com dinheiro do FGTS encerrado hoje, as ações subiram 0,81% e 0,68%, respectivamente.
Já ativos ligados a commodities metálicas se destacaram entre as maiores perdas do índice. CSN (CSNA3) cedeu 4,93%, Gerdau (GGBR4) baixou 4,90%, Usiminas (USIM5) caiu 4,32% e Vale (VALE3) desvalorizou 3,44%.
A liderança das maiores quedas do dia ficou com Weg (WEGE3), que recuou 5,93%.
O setor bancário do índice fechou com perdas: Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,90%, Santander (SANB11) perdeu 1,13%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) desvalorizou 1,11% e 1,77%, respectivamente e Itaú (ITUB4) cedeu 1,92%.
Apesar da alta do petróleo, Petrobras (PETR3, PETR4) caiu 0,38% e 0,49%, respectivamente.
Maiores altas do Ibovespa:
- Qualicorp (QUAL3): +3,20% // R$ 11,30
- Hapvida (HAPV3): +3,07% // R$ 6,05
- Cogna (COGN3): +2,41% // R$ 2,55
- Via (VIIA3): +2,38% // R$ 3,01
- PetroRio (PRIO3): +1,79% // R$ 27,80
Maiores baixas do Ibovespa:
- Weg (WEGE3): -5,93% // R$ 24,41
- CSN (CSNA3): -4,93% // R$ 21,04
- Gerdau (GGBR4): -4,90% // R$ 28,90
- Usiminas (USIM5): -4,32% // R$ 10,63
- Locaweb (LWSA3): -3,58% // R$ 7,01
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Itaú (ITUB4) vende fatia na XP (XPBR31) e passa a deter menos de 10% do capital
- Oi (OIBR3) adia novamente prazo final para recuperação judicial e não tem nova data
Itaú (ITUB4) vende fatia na XP (XPBR31) e passa a deter menos de 10% do capital
O Itaú (ITUB4) completou uma nova venda da sua participação no capital social da XP Inc, holding da XP (XPBR31). A liquidação da operação se deu na noite de terça (7).
A venda de participação correspondente a 1,21% do capital social total da XP Inc pelo valor de US$ 153,7 milhões. Com isso, o Itaú passa a deter 9,96% do capital social total da XP.
“Tal participação não deve acarretar efeitos materiais nos índices de capital da companhia neste exercício social”, diz o Itaú, sobre a sua participação atual.
Vale lembrar que, ainda no início de maio, o presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho, disse que possivelmente o banco venderia uma pequena parcela da sua fatia na XP que fora comprada em abril pela cifra de R$ 8 bilhões.
O movimento se dá por conta das regras de Basileia, que estipulam que no caso de um banco ter uma participação superior a 10% em outra instituição financeira, deve ocorrer uma dedução no seu capital regulatório.
Contudo, caso a participação fica abaixo de 10%, entraria nos ativos ponderados pelo risco em termos contábeis.
Conforme o comunicado do banco, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), também foi celebrado um contrato de compra e venda de ações com a XP com o objetivo de vender mais 0,19% do capital social total da plataforma de investimentos, “venda esta que será liquidada nos próximos dias”.
Além disso, em outro comunicado, a XP frisou que comprará 1.056.308 ações Class B de sua emissão detidas pelo Itaú, equivalentes a US$ 24 milhões (ou seja, US$ 22,65 por ação). A cotação é a mesma da venda feita pelo Itaú na terça (7), de ações Class A, em um volume de 6.783.939 papéis.
“A XP deve utilizar seu caixa existente para executar a transação e as ações devem ser mantidas em tesouraria”, diz a XP Investimentos, ainda frisando que essa transação não faz parte do programa de recompra de ações que fora anunciado no dia 11 de maio.
CPFL (CPFE3) pagará em junho ‘parcela’ de dividendos bilionários; veja valores
A CPFL Energia (CPFE3) pagará R$ 400 milhões em em dividendos aos seus acionistas, segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça (7).
O valor dos dividendos da CPFL por ação será de R$ 0,3471, que serão pagos no dia 14 de junho.
Apenas os investidores que detinham ações da CPFL no dia 29 de abril terão direito de receber os rendimentos.
A partir do dia 2 de maio, as ações CPFE3 passaram a ser negociadas sem direito aos dividendos.
Segundo documento arquivado na CVM, esse valor faz parte do montante de R$ 3,73 bilhões anunciado em dividendos pela empresa ainda no fim de abril. A distribuição desses proventos foi aprovada em assembleia geral ordinária (AGO).
Vale lembrar que ainda no dia 11 de maio, a CPFL adiantou o pagamento da primeira parcela desse total, no valor de R$ 1,09 bilhão (R$ 0,9477 por ação).
Assim, a companhia do setor elétrico pagará aos seus acionistas um saldo remanescente de R$ 375,9 milhões, correspondendo a R$ 0,3262 por ação ordinária, até o dia 30 deste mês.
Já os demais R$ 1,86 bilhão serão pagos pela empresa até o dia 30 de dezembro.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: -1,55%
- IFIX hoje: -0,07%
- IBRX hoje: -1,60%
- SMLL hoje: -0,70%
- IDIV hoje: -1,03%
Cotação do Ibovespa nesta terça (7)
O Ibovespa fechou o pregão da última terça-feira (7) em queda de 0,11% aos 110.069,76 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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Por: Victória Anhesini – Suno