O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira (14) em queda de 0,18% aos 102.932,38 pontos, após oscilar entre 102.482,23 e 104.153,48 pontos. O volume financeiro do dia somou R$ 22,6 bilhões.
Apesar da queda, a bolsa de valores hoje operou em estabilidade na maior do pregão, com a melhora da percepção de risco no exterior. Nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor (CPI) de fevereiro veio em em linha com o esperado pelo mercado — alta de 0,4% na variação mensal e avanço de 6% no anual.
“Um corte de juros é pouco provável por parte do Federal Reserve Bank (FED). Acreditamos que o FED deve tirar da pauta um aumento de 0,50%, como Jerome Powell estava sinalizando em seus discursos, e deve manter o ritmo com uma alta de 0,25% ou manutenção da taxa, esse é o cenário que estamos trabalhando”, pontua André Fernandes, head de Renda Variável e sócio da A7 Capital.
Junto a queda do Ibovespa hoje, o dólar fechou em baixa (0,22%), a R$ 5,256, após oscilar entre R$ 5,222 e R$ 5,262. Em movimento contrário, as bolsas de Nova York fecharam com ganhos. Confira abaixo:
- Dow Jones: +1,05% (32.153,89 pontos);
- S&P500: +1,67% (3.920,30 pontos);
- Nasdaq: +2,14% (11.428,15 pontos).
Entre as blue chips do Ibovespa, os ativos preferenciais e ordinários da Petrobras (PETR4;PETR3) amargaram fortes quedas, com recuo de 1,78% e 1,79%, respectivamente. Novamente, a cotação internacional do petróleo fechou em queda, com os contratos para maio do Brent recuando 4,11%, a US$ 77,45 o barril.
Por outro lado, as ações da Vale (VALE3) não foram impactadas pela cotação do minério de ferro. A commodity teve queda de 0,22%, a US$ 133,71 a tonelada. Já os papéis da mineradora fecharam o Ibovespa com ganhos de 0,91%.
Enquanto isso, nesta terça-feira a ponta negativa do índice foi liderada pelos papéis do Grupo Natura (NTCO3).
“Após resultados fracos do 4T22, a alta alavancagem da companhia preocupa em meio a um cenário de juros altos e problemas na reformulação de suas operações Avon e TBS (The body shop). Em termos de fundamentos, o curto prazo deve continuar desafiador com margens pressionadas e receita fraca”, explica Lucas Almeida, sócio da AVG Capital.
Também caíram no pregão de hoje os ativos da CVC (CVCB3), que na semana passada até conseguiu pegar carona com a alta das companhias aéreas Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), mas agora vem devolvendo os ganhos.
“CVC cai hoje em dia de divulgação dos resultados, após o fechamento, e devido ao rebaixamento para underweight (equivalente a venda) pelo JP Morgan”, destaca Almeida.
Entre os ativos bancários, o dia também foi de perdas, sendo a única alta do Santander (SANB11), que avançou 0,34%. No pregão de hoje, o Itaú (ITUB4) perdeu 0,34%, o Banco do Brasil (BBAS3) desvalorizou 0,76%, e o Bradesco (BBDC4) teve queda de 0,60%. Apesar disso, analistas garantem que o setor não será afetado pela crise no Silicon Valley Bank (SVB).
Já a ponta positiva da bolsa, destaque para os ativos do setor aéreo, com altas da Embraer (EMBR3) e Azul (AZUL4). Outro avanço foi da Magazine Luiza (MGLU3), que teve um volume de negociação relevante no Ibovespa hoje.
“Ainda com investidores digerindo a melhora dos resultados, apresentados no último balanço da MGLU3, e mercado cada vez mais otimista com relação a uma queda nos juros com prazo menor que o esperado, favorecendo empresas ligadas ao setor que tem alto índice de endividamento atrelados ao CDI”, finaliza Almeida.
Maiores altas do Ibovespa
- Embraer (EMBR3): +3,88%
- Raízen (RAZI4): +3,44%
- 3R (RRRP3): +3,07%
- Azul (AZUL4): +2,83%
- Ambev (ABEV3): +2,5%
Maiores baixas do Ibovespa
- Grupo Natura (NTCO3): -17,49%
- CVC (CVCB3): -7,89%
- Rede D’Or (RDOR3): -5,07%
- Qualicorp (QUAL3): -4,84%
- Localiza (RENT3): -4,07%
Cotação do Ibovespa nesta terça-feira (14)
O Ibovespa fechou o pregão desta terça-feira (14) em queda de 0,18% aos 102.932,38 pontos.
Por: Janize Colaço – Suno