Outubro chega em sua penúltima semana, com clima de contagem regressiva para o segundo turno das eleições presidenciais. Tirando o noticiário político, os próximos dias reservam poucos indicadores econômicos no Brasil. Está previsto para esta segunda-feira a divulgação do IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central. O número deve ser divulgado antes da abertura dos mercados. O Itaú prevê uma ligeira queda de 0,1% de julho para agosto.

Já a agenda no exterior está lotada, com dados importantes nos Estados Unidos, Europa e China. A temporada de resultados trimestrais das companhias americanas ganha força e os investidores  seguem atentos a qualquer novo sinal de aumento de inflação, aperto monetário e de desaceleração econômica.

O Federal Reserve, mais uma vez, domina a agenda macroeconômica dos EUA. Diversos presidentes distritais do BC americano vão discursar ao longo da semana. Depois que o índice de inflação ao consumidor de setembro veio acima das estimativas, o mercado acredita que os dirigentes devem adotar um tom mais agressivo sobre combate à alta dos preços no país e elevação de juros. Na quarta-feira (19), será divulgado o Livro Bege, relatório sobre as condições econômicas nos distritos do Fed.

Dois importantes índices de atividade industrial também estão previstos para esta semana nos Estados Unidos: o Empire State, da indústria de Nova York, vai ser divulgado já na segunda-feira (17); o da Filadélfia, sairá na quinta. Para ambos, a expectativa é de contração, com algum sinal de alívio nos preços, ainda que limitado, por conta dos elevados custos de energia.

Na terça-feira (18), tem o indicador consolidado de produção industrial de setembro, e o consenso Refinitiv, com a média das projeções do mercado, aponta para uma alta mensal de 0,1% na comparação com agosto. “Esperamos que a elevação seja motivada por um aumento nos manufaturados, tanto duráveis quanto não-duráveis”, diz relatório do Morgan Stanley. O banco prevê alta mensal de 0,2% na produção industrial americana.

Dados do setor imobiliário também são destaque na agenda de indicadores americana. O segmento vem sofrendo nos últimos meses, sentindo o impacto dos juros mais altos. As taxas das hipotecas alcançaram o maior nível em 20 anos. Na quarta-feira, sai o número mensal de construção de casas novas referente a setembro. O consenso Refinitiv prevê um declínio em relação a agosto, para 1,478 milhões de unidades.

Destaques na Europa e Ásia

É também na quarta-feira que os britânicos vão conhecer o índice de preços ao consumidor referente a setembro. Depois de registrar um leve recuo em agosto, a expectativa é que a inflação do Reino Unido volte à casa dos 10%, com uma alta mensal de 0,4%. A permanência de Liz Truss no cargo de primeira-ministra está sendo ameaçada pela impopularidade de seu plano econômico, que prevê redução de impostos e ampliação de crédito. O ministro das finanças Kwasi Kwarteng foi demitido após a reação negativa dos  mercados à ideia.

Na zona do euro, serão divulgados o índice de percepção da economia (na terça-feira) e de confiança do consumidor (na sexta, dia 21).

Seguindo rumo ao oriente, a China também trará uma série de indicadores com potencial para mexer com os mercados. O congresso nacional do partido comunista chinês começou neste domingo e o evento deve marcar a reeleição do atual presidente, Xi Jinping, para um terceiro mandato.

Na segunda-feira, sai o Produto Interno Bruto (PIB) chinês do terceiro trimestre, e a média das projeções do mercado aponta para um crescimento de 3,4%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em relação ao segundo trimestre, a economia chinesa deve crescer 0,4%.

“A economia provavelmente sofrerá pressões baixistas no quarto trimestre, mas poderá ver um período de recuperação no próximo ano”, disse Nie Wen, economista do Hwabao Trust em Xangai, à Reuters. “Ainda assim, será difícil ver qualquer recuperação forte devido ao enfraquecimento da demanda global.”

Os números da indústria e do varejo chinês, referentes a setembro, também serão divulgados nesta segunda.

Temporada de balanços americanos esquenta

Na última sexta-feira, JP Morgan, Wells Fargo, Morgan Stanley e Citi deram o pontapé inicial à temporada de resultados trimestrais dos bancos. O mercado reagiu bem aos números que, apesar de queda nos lucros com aumento das provisões para inadimplentes, mostraram aumento de receitas. Nesta segunda-feira saem os resultados do Bank of America e no dia seguinta, os do Goldman Sachs.

Também na terça-feira será divulgado o balanço trimestral da Netflix. A expectativa é que a empresa volte a registrar adições líquidas de usuários, após uma redução da base no trimestre anterior. Ainda assim, deve ser um período de queda no lucro da companhia. Outro destaque da agenda de resultados nos EUA é o balanço da Tesla, de Elon Musk, previsto para quarta-feira.

Johnson & Johnson, Procter & Gamble e United Airlines são outras empresas que vão divulgar balanços ao longo da semana.

Aqui no Brasil, onde a temporada de resultados está prestes a começar, a Vale (VALE3), empresa de maior peso da Bolsa, divulgará seus números de produção de minério, pelotas e níquel já nesta segunda-feira.

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