Os Fiagro devem ser visados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2023, conforme falas recentes de executivos.
De acordo com o chefe de departamento do Complexo Agroalimentar e Biocombustíveis do banco, Mauro Mattoso, o fato dos Fiagro não terem prazos muito longos tornava os negócios menos atrativos até então.
“A gente tem bastante interesse, a partir do ano que vem, de tentar olhar e fazer algumas aquisições de fiagro”, disse nesta terça-feira (25), em evento promovido pela consultoria Datagro.
“Tentar ver um perfil de fiagro que a gente gostaria e não tem encontrado muito (com mais prazo), mas que de repente possa haver algum tipo de fomento”, continuou o executivo do BNDES.
Mattoso ainda disse que as compras de Fiagro serão uma maneira de entender melhor o ativo e também mostrar para o mercado o valor desse tipo de investimento, que está em ascensão.
“O banco sempre tem essa visão mais de longo prazo… buscamos fazer contato com os produtores e trazer esse mercado de capitais para dentro do setor agrícola… esperamos que em 2023 isso possa se desenvolver bem”, comentou.
As aquisições devem ser semelhantes aos movimentos de aquisição feitos em debêntures. Contudo, são compras ainda em estudo, sem mais detalhes sobre as movimentações.
Fiagro cresce seis vezes mais em 2022
O mercado de Fiagro movimentou um total de R$ 369,9 milhões no acumulado de setembro, com 29,2 milhões de negócios no mês. Os dados foram divulgados pela Bolsa de Valores brasileira, a B3 (B3SA3). Foram movimentados R$ 285 milhões em agosto.
Assim, o mercado de Fiagro cresceu 497% no acumulado de 2022 – foram R$ 61,9 milhões movimentados no mês de janeiro.
O Volume Diário de Negociações (Average daily trading volume, ou ADTV) foi de R$ 17,6 milhões, ante R$ 12,4 milhões no mês de agosto.
O SNAG11, Fiagro da Suno, teve 8,8% do ADTV do mês, sendo o quinto fundo mais negociado do segmento.
Os dados também mostram que Pessoas físicas individuais possuem 91,1% de participação na posição em custódia no acumulado de setembro.
Os demais foram de Investidores Institucionais (7,9%), Instituições Financeiras (0,3%), Investidores Não Residentes (0,1%) e Outros (0,6%).
Em termos de Participação no volume negociado, são 76% para Pessoas físicas individuais, ante 13% de institucionais, 9,2% de estrangeiros, 0,5% de instituições financeiras e 0,8% de outros.
Veja os 10 Fiagro mais negociados de setembro
- VGIA11
- RZAG11
- FGAA11
- XPCA11
- SNAG11
- KNCA11
- FZDA11
- BTAG11
- RURA11
- CPTR11
Retorno com dividendos é de até 30%
Atualmente, considerando os FIIs e os Fiagro de janeiro até 18 de outubro, os dois fundos com maior retorno são da segunda classe: o Valora CRA Fiagro (VGIA11), com alta de 31,5% desde o início de 2022, e o XP Crédito Agrícola (XPCA11), com 22,7%.
Esses retornos levam em consideração os dividendos pagos pelos fundos, além da oscilação das cotas. No caso do VGIA11, foram 7,7% de alta no preço da cota.
Logo em seguida, aparecem os fundos imobiliários do segmento de shoppings, como o HSI Malls (HSML11), o Malls Brasil Plural (MALL11), com retornos de 22,7% e 21,9%.
Pátria Logística (PATL11) vem logo em seguida, com 21,2% de retorno em 2022.
Considerando somente os FIIs de Tijolo, o maior retorno é o do HSML11. Dentre os FIIs de papel, o VGIA11 e o XPCA11 seguem no topo do ranking, dada a predominância desse segmento em 2022.
Os dados foram levantados pela consultoria Quantum Finance e divulgados pelo Valor Investe, levando em consideração somente os fundos (sejam eles Fiagro ou FIIs) com mais de 18 mil cotistas, volume financeiro médio superior a R$ 500 mil no ano e patrimônio líquido acima de R$ 100 milhões.
Por: Eduardo Vargas – Suno