O Índice de Confiança de Serviços (ICS) avançou pelo segundo mês seguido, subindo 0,7 ponto em abril, para 92,4 pontos, maior nível desde novembro do ano passado (93,7 pontos), informou nesta sexta-feira (28) o FGV/Ibre. Em médias móveis trimestrais, o índice subiu 1,0 ponto.
Segundo Rodolpho Tobler, economista do FGV/Ibre, o ICS começa a dar sinais de recuperação após um período de forte desaceleração. Pra ele, pelo menos o pior momento pode ter passado.
“A segunda alta consecutiva foi influenciada pela melhor de percepção com o momento atual e disseminada nos principais segmentos do setor. Apesar dessa sequência de altas, só foram recuperados 26% de toda perda que ocorreu a partir do último trimestre do ano passado”, ponderou em nota.
Para os próximos meses, Tobler disse que o cenário parece estar mais relacionado a uma acomodação no patamar baixo do que uma aceleração dessa recuperação. “Isso porque os fatores macroeconômicos que contribuíram para desaceleração, ainda permanecem presentes”, avaliou.
Situação atual
O resultado do ICS do mês foi influenciado exclusivamente pela melhora da percepção sobre momento corrente. O Índice de Situação Atual (ISA-S) subiu 1,7 ponto, para 94,8 pontos, maior desde novembro de 2022 (96,9 pontos).
Os dois indicadores do ISA-S contribuíram para essa alta: o indicador que avalia a percepção sobre a situação atual dos negócios avançou 1,3 ponto, para 95,2 pontos, alcançando maior nível desde novembro de 2022 (97,1 pontos), e o que mede o volume de demanda atual subiu 2,1 pontos, para 94,3 pontos.
Expectativas
Pela ótica das expectativas, o Índice de Expectativas ficou relativamente estável ao variar -0,2 ponto, para 90,2 pontos. Esse resultado foi afetado exclusivamente pelo componente do IE que mede a perspectivas sobre demanda nos próximos três meses, cujo indicador caiu 1,0 ponto, para 89,3 pontos.
Enquanto no horizonte dos próximos seis meses, a tendência dos negócios cresceu 0,7 ponto, para 91,3 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (98,6 pontos).
Indicador de Desconforto
A alta do Índice de Situação Atual nos últimos dois meses contribuiu para interromper o período de queda do índice em médias móveis trimestrais. O ISA-S vinha desacelerando desde o final de 2022 e na passagem do primeiro para o segundo trimestre de 2023 começou a reagir, mas ainda em pequena escala.
No mesmo período, o Indicador de Desconforto (composto pela média das parcelas padronizadas de demanda insuficiente, taxa de juros, problemas financeiros e outros como limitações a melhoria dos negócios) ainda não mostra sinais de recuperação, uma vez que o indicador em médias móveis trimestrais subiu pelo quinto mês consecutivo.
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Por: Roberto de Lira – InfoMoney