Comprar ou alugar um imóvel residencial em várias cidades brasileiras é mais barato (às vezes muito mais barato) do que em diversas capitais de países vizinhos, mostra pesquisa do QuintoAndar feito com base em anúncios de 12 das cidades mais populosas da América Latina.
A capital da Argentina (Buenos Aires) é a cidade mais cara tanto para comprar quanto para alugar um imóvel residencial, entre as que fazem parte do levantamento. Na sequência vêm as capitais do México (Cidade do México) e do Panamá (Cidade do Panamá).
Já capitais brasileiras como Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre aparecem entre as mais baratas, com o preço do metro quadrado mais baixo até do que o da capital do Equador (Quito), na compra e na locação. Até mesmo Brasília é mais em conta do que a capital do Peru (Lima).
O metro quadrado em Buenos Aires custa em média US$ 2.479 na compra e US$ 11,80 na locação, contra US$ 1.725 e US$ 8,60 em São Paulo e US$ 1.784 e US$ 5,10 no Rio de Janeiro, por exemplo. Assim, o preço para comprar um imóvel na capital argentina é 43% mais caro do que na capital paulista e, para alugar, 131% mais caro do que na capital fluminense.
Isso significa que um apartamento de 50 m² não sai por menos de US$ 590 por mês (mais de R$ 3,1 mil por mês) em Buenos Aires, segundo o QuintoAndar.
Vinicius Oike, economista da empresa, diz que a capital da Argentina “vive um cenário de muita oferta e pouca procura”, mas, devido à inflação em alta, “ainda assim os preços de imóveis na cidade são comparativamente maiores que os de outras cidades da região”.
O preço do metro quadrado de venda em Quito (US$ 1.155), é mais caro do que em 4 capitais brasileiras: Curitiba (US$ 1.144), BH (US$ 1.117), Salvador (US$ 1.112) e Porto Alegre (US$ 990). Já o preço do aluguel na capital equatoriana (US$ 5,70/m²) é superior ao do Rio (US$ 5,10), além de Salvador (US$ 5,50), BH (US$ 4,90), Porto Alegre (US$ 4,10) e Curitiba (US$ 3,90).
Compromentimento da renda
O estudo também aponta uma situação crítica para quem não tem imóvel próprio: em 9 das 12 cidades pesquisadas o comprometimento da renda com o aluguel supera os 30% (limite considerado “saudável” por especialistas).
A “boa” notícia e que as 3 cidades onde esse limite não é superado são brasileiras: Curitiba, Porto Alegre e Rio.
Além disso, em 11 das 12 cidades analisadas o “índice de acessibilidade financeira” é considerado alarmante pelo QuintoAndar (quando uma família precisa de mais que 7-10 anos de renda para comprar um imóvel).
Novamente, a única exceção é brasileira: BH. Ainda assim, a capital mineira possui um indicador considerado preocupante (pouco menos de 7 anos).
Metodologia da pesquisa
A pesquisa usa dados de anúncios e de buscas feitas entre agosto de 2021 e julho de 2022 nos sites Zonaprop (Argentina), Imovelweb e WImóveis (Brasil), Plusvalia (Equador), Inmuebles24 (México), Compreoalquile (Panamá), Adonde Vivir e Urbania (Peru). Todos fazem parte do grupo QuintoAndar desde que a empresa brasileira comprou o grupo argentino Navent, em dezembro.
Foram analisadas 7 capitais brasileiras (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo) e 5 da América Latina (Buenos Aires, na Argentina; Cidade do México, no México; Cidade do Panamá, no Panamá; Quito, no Equador; e Lima, no Peru).
Juntas, essas cidades têm uma população superior a 55 milhões de habitantes. Mas não há dados para cidades importantes da região, como Santiago, no Chile, ou Bogotá, na Colômbia.
Conversão para o dólar
Para fazer a comparação, o QuintoAndar converteu os valores em reais para dólares americanos, usando como câmbio a taxa média mensal de fechamento do mês em que o anúncio foi criado (essa conversão não precisou ser feita fora do Brasil porque os imóveis são listados em moeda local e em dólar).
Para comparar o custo de vida entre as cidades, a conversão para dólar levou em consideração a paridade de poder de compra, que leva em conta o custo de vida e o poder de compra da população — o que permite uma comparação mais adequada, segundo o QuintoAndar.
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Por: Equipe InfoMoney – InfoMoney