Após os fundos imobiliários conquistarem espaço na carteira dos investidores, o próximo ativo que deve entrar nessa lista são os Fiagros. Para os especialistas do setor, esses ativos focados no agronegócio têm potencial de mudar a dinâmica nacional deste setor.
“Não tenho dúvidas, o Fiagro vai mudar a dinâmica do País, tanto na questão da economia que se gira em torno do agro, como também em oportunidades para investidores”, projeta Tiago Reis, fundador do Grupo Suno.
Durante o evento Fiagro Experience, realizado nesta sexta (28) na Bolsa de Valores, o Grupo Suno reúne os principais players do agronegócio nacional para debaterem sobre os rumos e oportunidades deste setor, um dos principais da economia brasileira.
Na visão de Reis, os Fiagros podem protagonizar, nos próximos anos, uma trajetória similar a que ocorreu com fundos imobiliários no passado: “Vi essa transformação que os FIIs fizeram no mercado imobiliário do Brasil e acredito que a mesma coisa pode acontecer com o agronegócio”.
Além do trabalho dos produtores rurais, as pesquisas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e o investimento constante na parte tecnológica contribuem para o desenvolvimento do setor. E, com a junção do agro com o mercado de capitais, o crescimento pode ser ainda maior.
“O grande diferencial, que faz com que o agro adquira essa maturidade, foi acreditar que não podia ficar na dependência do governo, que tinha que criar iniciativas e caminhos próprios. Isso o agro fez, acertou e os resultados estão vindo”, reforça o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania – SP), autor da Lei do Fiagro.
Os Fiagros beberam dessa boa experiência dos FIIs, então realmente pavimentaram o caminho.
Agronegócio no Brasil: Potencial e oportunidades
No ano passado, o setor agro recuou 1,7%, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um dos fatores para essa queda foram os efeitos climáticos adversos na região Sul, como a seca do ano passado.
Contudo, na visão do Itaú, o PIB do agro deve disparar 10,% neste ano. De acordo com os dados do IBGE, a produção de grãos deve chegar na casa dos 302 milhões de toneladas, recorde para o setor. Por isso, a atual colheita está sendo batizada como supersafra 2023.
Reis também acredita que a união entre o mercado de capitais e o agronegócio trará o financiamento necessário para o setor: “Apesar da competitividade, ainda tem muitos investimentos que não são feitos em todas as frentes. Muitas vezes, o agricultor não tem dinheiro pra fazer o custeio, não compra o material que gostaria nem as máquinas”.
“Infelizmente, no Brasil hoje, o produtor do agronegócio subinveste porque falta dinheiro. Se a agricultura quer continuar crescendo, ela vai precisar encontra outra forma de se financiar. Sou muito confiante de que os Fiagros podem ser uma solução, se não a principal do mercado, que repete o que aconteceu com os fundos imobiliários”, complementa.
Por: Erick Matheus Nery – Suno