Na contramão das quedas da renda variável, a renda fixa cresceu e ocupa boa parte nas carteiras dos brasileiros, representando 61,3% dos investimentos. É possível enxergar esse movimento com mais clareza no varejo, uma vez que 81,7% do seu volume financeiro está na renda fixa. No private a renda fixa representa 27,5% do volume financeiro, no varejo de alta renda 11,4% e, no tradicional, 6%. As informações são da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
A poupança, ainda que rendendo abaixo da inflação, segue como produto principal do varejo, com uma fatia de 32,9% entre os investidores. O CDB, outro favorito na renda fixa, em logo atrás, com 19,9%. LCA e LCI apresentaram crescimento expressivo no primeiro semestre de 2022, maior do que o apresentado em 12 meses de 2021. LCA chegou aos R$ 249,6 bilhões, um crescimento de 38,5% e LCI chegou a marca de R$162,4 bilhões, registrando alta de 25,4% no semestre, contra 12,3% em 2021.
Segundo dados da Anbima, os fundos de investimento perderam 3,5% de volume financeiro, chegando a R$ 1,42 bilhão – a maior perda entre os instrumentos financeiros. Enquanto os fundos imobiliários cresceram R$ 4,3 bilhões, os fundos de ações despencaram 18%, ou seja, R$ 38,6 bilhões, entre janeiro e junho deste ano, chegando a R$ 176 bilhões.
Renda fixa: relação com alta de juros
“O cenário para a renda variável segue bastante conturbado no mundo todo com o ambiente inflacionário e bolsas para baixo. A gente não vê ainda recuperação, é um momento de muita desconfiança do investidor com o mercado, esperando os próximos passos”, pontou Ademir Correa, presidente do fórum de distribuição da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (2).
De acordo com Correa, a volta da alta de juros, a recessão dos Estados Unidos, a Guerra entre Rússia e Ucrânia, a taxa Selic em 13,5% e o ano eleitoral mexeram com a confiança do investidor, que antes se viu obrigado a apostar em ativos de risco. Ainda que haja um movimento de volta a renda fixa, entre os clientes de alta renda segue a premissa de diversificação.
Para Ademir Correa, a migração de pessoas físicas para ativos de renda fixa possui maior relação com a alta de juros, do que com a falta de opções de ativos de risco.
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Por: Redação Suno Notícias – Suno