O agronegócio é um dos principais motores da economia brasileira, mas não está representando nesta mesma proporção no mercado financeiro. De acordo com os gestores dedicados ao setor, a falta de governança é a principal causa desta lacuna. As empresas do setor agro estão cientes disso e trabalham para modernizar suas estruturas, tendo em vista as oportunidades que podem alcançar ao ficar aliadas ao agentes econômicos.
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Idalicio Silva, gestor da estratégia agro da AZ Quest, é um dos especialistas que compartilham dessa visão: “Uma das respostas que chegamos é que faltava governança no setor, que teve muito crescimento, mas falta liderança, o que limitava o acesso para as empresas chegarem na Bolsa”.
Marcos Bertomeu, gestor de fundos de investimentos do agronegócio na Fator, afirma que o caminho para o crescimento do agronegócio brasileiro está no investimento em produtividade, o que ocorre no setor via insumos e maquinários.
“Isso tudo acontece via crédito. O que é importante para trazer os fundos ao segmento é reduzir o gap de informação entre o mercado financeiro e o agro. Existem diversos financiamentos nesse sentido, big techs com informações de áreas especificas, dados de preço. Tudo isso deve contribuir para o desenvolvimento do setor”, destaca o gestor.
Os especialistas participam do Fiagro Experience, evento realizado pelo Grupo Suno nesta sexta (28) na Bolsa de Valores e que reúne os principais players do agronegócio nacional em debates sobre os rumos e oportunidades deste setor, um dos principais da economia brasileira.
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Agronegócio no Brasil: Potencial e oportunidades
No ano passado, o setor agro recuou 1,7%, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um dos fatores para essa queda foram os efeitos climáticos adversos na região Sul, como a seca do ano passado.
Mas, na visão do Itaú, o PIB do agro deve disparar 10% neste ano. De acordo com os dados do IBGE, a produção de grãos pode chegar à casa das 302 milhões de toneladas, recorde para o segmento. Por isso, a atual colheita está sendo batizada como supersafra 2023.
Paulo Mesquita, gestor de portfólio na Riza Asset, reforça que o agronegócio é um “mercado de oportunidades” para o investidor, seja por meio de fundos imobiliários voltados a este setor ou pelos Fiagros.
“É uma oportunidade para o grande produtor com recursos que podem ser de longo prazo. Dificilmente o investidor teria acesso a esse tipo de papel se não fosse pelos Fiagros. Quem fazia esse tipo de operação, por exemplo, eram os grandes bancos, que vendem uma LCA ou um CDB e fazem o que querem com o dinheiro. Não necessariamente vão colocar no agronegócio”, analisa Mesquita.
Vitor Duarte, CIO da Suno Asset, complementa que, com os recursos dos Fiagros sendo direcionados para operações de médio e grande porte do agronegócio, os bancos podem focar suas operações nos pequenos produtores, o que facilita o acesso deles ao crédito.
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Por: Erick Matheus Nery – Suno