As ações do Credit Suisse chegaram a saltar 20% e agora operam em alta de 6% nas negociações que precedem a abertura de mercado em Nova York.
Os papéis do banco disparam após a notícia de que o Credit Suisse pode captar cerca de 50 bilhões do Banco Nacional da Suíça – cifra que equivale a cerca de US$ 54 bilhões.
O banco comunicou que deve ser uma “ação decisiva para fortalecer sua liquidez”.
Com isso, o banco reduziria a pressão dos juros e conseguiria aproveitaria os preços muito baixos dos títulos.
O Credit Suisse disse que com o empréstimo, conseguiria recomprar títulos, contemplando 10 títulos seniores em dólares americanos no valor de US$ 2,5 bilhões e quatro títulos seniores em euros no valor de 500 milhões de euros, ou cerca de US$ 529 milhões.
“Minha equipe e eu estamos decididos a avançar rapidamente para oferecer um banco mais simples e focado, construído em torno das necessidades do cliente”, disse o CEO, Ulrich Koerner.
O movimento também puxou ações de bancos que havia sofrido com a crise do Credit Suisse, com alta de 0,3% no Société Générale e 1,1% no BNP Paribas.
O UniCredit chegou a subir 0,46% e o UBS registrava elevação de 3,05%.
Na véspera, funcionários do Banco Central Europeu (BCE) chegaram a ligar para os bancos do continente pedindo informações acerca da exposição ao Credit Suisse.
Isso, considerando que as bolsas da Europa operaram em plena derrocada e juntos, os bancos que integram os principais índices chegaram a perder US$ 75 bilhões em valor de mercado.
Entenda a recente queda das ações do Credit Suisse
As ações do banco Credit Suisse (C1SU34) operaram em forte queda na manhã desta quarta-feira (15) após o principal acionista da instituição suíça, o Saudi National Bank (SNB), da Arábia Saudita, descartar a hipótese de oferecer mais assistência financeira à instituição.
Com isso, as ações do Credit Suissse despencaram 26% nas negociações que precedem a abertura de mercado (premarket) em Nova York.
“A resposta é absolutamente não, por muitas razões além da razão mais simples, que é regulatória e estatutária”, disse o presidente do SNB, Ammar Al Khudairy, em entrevista à Bloomberg TV.
Na terça (14), o Credit Suisse havia dito ter identificado “fraquezas significativas” na divulgação de resultados financeiros dos últimos anos em função de controles internos ineficientes.
No relatório anual de 2022, o banco suíço disse que sua liderança, incluindo o CEO Ulrich Körner e o diretor financeiro Dixit Joshi, que começaram a trabalhar na instituição no ano passado, concluiu que seus controles não são eficientes.
Apesar das falhas, o Credit Suisse disse que suas demonstrações financeiras “representam razoavelmente, em todos os aspectos relevantes, a condição financeira consolidada do grupo”.
O Credit Suisse teve de adiar seu relatório anual na semana passada, por conta de questionamentos da Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM dos EUA) sobre fluxos de caixa de 2019 e 2020, que foram revisados no relatório anual de 2021.
No documento divulgado na terça, o Credit Suisse disse que as revisões são resultado das fraquezas apontadas e que pode haver outras distorções relevantes.
O banco suíço enfrenta uma grande crise de desconfiança, com resultados ruins, desde o ano passado.
No final de julho, o Credit Suisse anunciou que reformularia seu banco de investimento e sairia de alguns outros negócios para se tornar uma instituição mais enxuta e menos arriscada, após desastres financeiros que incluíram um golpe de US$ 5,1 bilhões em 2021 do cliente Archegos Capital Management.
Por: Eduardo Vargas – Suno