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Copom diz que continua “vigilante com inflação” e pode retomar alta da Selic

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Copom diz que continua “vigilante com inflação” e pode retomar alta da Selic

Nesta terça-feira (27), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central repetiu,na ata de seu último encontro nos últimos dias 20 e 21 de setembro, que vai avaliar se a estratégia de manutenção da taxa Selic por um período “suficientemente prolongado” garantirá a convergência da inflação.

Além disso, reforçou o alerta de que “não hesitará” em retomar as altas dos juros básicos caso a desinflação não ocorra como esperado, após lembrar que os passos futuros de política monetária poderão ser ajustados.

Na semana passada, o Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano, encerrando o mais longo ciclo de alta de juros da sua história. O Copom ainda destacou que seguirá “vigilante” e reafirmou que “irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.

Combustíveis

O Copom também esclareceu, por meio da ata, que, caso a desoneração de impostos federais sobre os combustíveis seja mantida em 2023, voltará a enfatizar horizontes que incluam o primeiro trimestre de 2023 na estratégia de política monetária.

“No entanto, o Copom avalia que não haverá impactos relevantes sobre a condução de política monetária, uma vez que os efeitos primários de tais medidas já estão sendo desconsiderados”, ponderou no documento.

Atualmente, o Copom está optando por dar ênfase no horizonte de 12 meses até o primeiro trimestre de 2024, porque avalia que “limpa” os ruídos causados pela política tributária patrocinada pelo governo para aliviar os preços de combustíveis. “O Comitê optou por novamente dar ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente em suas projeções e nota que essa decisão é condicional ao caráter temporário dos impostos”, destacou.

Enquanto a maior parte do mercado já considera no cenário básico a manutenção da política em 2023, prevista inicialmente para acabar no fim deste ano, o comitê trata essa possibilidade apenas como um risco de baixa.

Atualmente, o BC projeta 3,5% para a inflação oficial (IPCA) em 12 meses no primeiro trimestre de 2024. Assim como no Copom de agosto, o colegiado considerou que a projeção “segue compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”. Além disso, também avaliou que a projeção para o fim de 2024, de 2,8%, também se encontra “ao redor da meta”. O centro da meta para 2024 é de 3,0%.

Mas o comitê ponderou que há incerteza nas projeções pontuais. “Essa avaliação reflete a visibilidade abaixo do normal do cenário prospectivo, que eleva a incerteza das projeções pontuais comunicadas pelo Comitê em horizontes mais longos.”

O Copom ainda destacou que a discussão de política monetária na semana passada foi iniciada com a avaliação do ciclo de alta empreendido até a reunião, de 11,75 pontos porcentuais, o mais forte choque de juros desde 1999, o que o comitê caracteriza como “bastante intenso e tempestivo”.

Mas o BC voltou a avaliar que “devido às defasagens longas e variáveis da política monetária, ainda não se observa grande parte do efeito contracionista esperado, bem como seu impacto sobre a inflação corrente”.

“Esses impactos devem ficar mais claros nos indicadores de atividade ao longo do segundo semestre, mas o Comitê antecipa que medidas de sustentação da demanda agregada dificultam uma avaliação mais precisa sobre o estágio do ciclo econômico e dos impactos da política monetária”, repetiu, em referência aos auxílios criados pela PEC “Kamikaze”, como o aumento do Auxílio Brasil e os vales para taxistas e caminhoneiros.

Projeção do IPCA para 2023 no cenário referência é de 4,6%, diz ata do Copom

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada na manhã desta terça-feira, 27, indicou que a projeção para o IPCA de 2023 está em 4,6% no cenário de referência. Para 2024, a projeção para o IPCA está em 2,8%.

Atualmente, o horizonte relevante do Copom inclui os anos de 2023 e, em menor grau, de 2024, mas o BC optou por dar ênfase ao primeiro trimestre de 2024, cuja projeção é de 3,5% em 12 meses, para eliminar ruídos relacionados às desonerações tributárias adotadas este ano.

“O Comitê optou novamente por dar ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, que reflete o horizonte relevante, suaviza os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias, mas incorpora os seus impactos secundários.”

Para 2022, a estimativa de IPCA do BC é de 5,8%. “O Comitê julga que a incerteza em torno das suas premissas e projeções atualmente é maior do que o usual”, repetiu na ata.

A projeção para 2023 está acima do centro da meta (3,25%), mas levemente abaixo do limite superior, de 4,75%. No caso de 2024, a estimativa está aquém do alvo central (3,00%, banda de 1,50% a 4,50%). Já para este ano, mesmo após as desonerações, a projeção segue indicando novo rompimento da meta, uma vez que supera o teto de 5,00%.

O cenário de referência pressupõe a taxa de juros variando de acordo com a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 5,20 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Além disso, a premissa é de que o barril de petróleo segue aproximadamente a curva futura de mercado pelos próximos seis meses e sobe a 2% ao ano na sequência.

As projeções de IPCA do BC já constaram no comunicado da semana passada, quando o Copom manteve a Selic (a taxa básica de juros) em 13,75% ao ano, encerrando o mais longo ciclo de alta de juros da sua história.

No documento, o BC ainda disse que “se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”. Também alertou que “não hesitará” em retomar o ciclo de alta caso a desinflação não ocorra como esperado.

Ata do Copom anterior

Na ata da última reunião do Copom, em agosto, as projeções de inflação no cenário que considerava juros do Focus e câmbio PPC eram de 6,8% para 2022, 4,6% para 2023 e 2,7% para 2024.

(Com informações do Estadão Conteúdo)



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Por: Ana Clara Macedo – Suno

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