A semana está mais curta, com feriados nos Estados Unidos e no Brasil. Já nesta segunda-feira (5), as Bolsas em Wall Street estarão fechadas em função do Dia do Trabalho. Na quarta-feira (7) não haverá negociações na B3 por conta do feriado da Independência, data que promete ser marcada por manifestações políticas. Contudo, mesmo com essas pausas nos negócios do mercado financeiro, os próximos dias guardam indicadores relevantes.
Aqui no Brasil, o principal dado sai na sexta-feira (9): o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), referente ao último mês de agosto. A média da projeção dos economistas consultados pela Refinitiv aponta para mais uma deflação, a segunda consecutiva, desta vez de -0,39%. Assim sendo, na comparação anual, o IPCA desaceleraria de 10,1% (de julho) para 8,71%.
“A leitura vai mostrar deflação de preços em combustíveis, eletricidade e comunicações, ainda refletindo redução de impostos e cortes feitos pela Petrobras em julho e agosto”, diz Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú. Pelos cálculos do banco, só a redução no preço dos combustíveis deve ter um impacto de -0,74 ponto percentual no índice.
“Considerando os preços definidos pelo mercado, alimentação em casa deve desacelerar por causa dos preços do leite. Já o núcleo da inflação de serviços, como alimentação fora de casa e aluguéis, deve se manter em níveis elevados, mas sem acelerar de forma muito aprofundada. A inflação de bens deve seguir mostrando tendência de desaceleração”, escreveu Mesquita.
Antes do IPCA, tem um outro indicador de inflação na quinta-feira (8): o IGP-DI. Para este, o Itaú prevê deflação de 0,81% em agosto na comparação com julho. “A leitura deve continuar sendo impactada pela redução de impostos, mostrando forte deflação em preços ao consumidor. Itens industriais podem apresentar deflação, refletindo minério de ferro, diesel e gasolina mais baratos”, afirma o economista do Itaú. Entre os itens da indústria agropecuária, os preços do leite tendem a desacelerar, mas seguem avançando, enquanto soja e carne devem apresentar deflação.
Finalizando a semana, a sexta-feira também vai trazer os números mais recentes da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), referentes ao mês de agosto.
BCE deve acelerar aperto monetário
Na agenda internacional, a Europa, que tem semana cheia, traz um grande volume de indicadores. Além de uma série de PMIs (sigla em inglês para índices de gerentes de compras), tem a revisão do Produto Interno Bruno (GDP) da zona do euro no segundo trimestre, que será divulgada na quarta-feira. O consenso Refinitiv acredita que o crescimento trimestral de 0,6% será mantido. Mas o momento mais aguardado da semana é reunião do Banco Central Europeu, que termina na quinta (8) com mais uma decisão sobre taxa de juros.
“A inflação elevada na área do euro deverá levar a autoridade monetária a continuar o ciclo de aumento de juros, acelerando o passo para uma alta de 0,75 ponto percentual”, preveem os analistas do Bradesco.
Jerome Powell fala na quinta-feira
Nos Estados Unidos, olhos e ouvidos atentos ao que os dirigentes do Federal Reserve vão dizer ao longo da semana. Na quinta-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, participa do evento “O estado da política monetária após 40 anos”, organizado pelo Cato Institute. A conversa com o chairman está prevista para ter início às 10h10 (horário de Brasília) e será transmitida ao vivo pela internet. Esta será a primeira fala pública de Powell após seu discurso no simpósio anual de Jackson Hole, que fez com que a maioria do mercado voltasse a apostar em uma alta de 75 pontos-base nos juros.
Antes da fala de Powell, a vice-presidente do Federal Reserve, Lael Brainard, também vai discursar em um evento sobre perspectivas econômicas e de política monetária, na quarta-feira. Nesse mesmo dia, sai o Livro Bege, relatório sobre a atividade econômica nos distritos do Fed.
Ainda na agenda internacional, destaque também para indicadores da China. Novos lockdowns foram anunciados no país na última semana e os dados que vão ser divulgados nos próximos dias prometem mostrar o quanto a economia do país ainda sente as medidas restritivas. Na quarta-feira sai a balança comercial do país, enquanto que na quinta-feira serão divulgados os índices de preços ao produtor e ao consumidor.
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Por: Mitchel Diniz – InfoMoney