O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou alta de 1,2% no segundo trimestre de 2022 em relação ao primeiro trimestre do ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima da mediana do mercado, de avanço de 0,9%. Para a economista da Órama Elisa Andrade, as previsões para o fechamento da economia no ano são positivas, com o resultado do primeiro semestre em alta. Já para 2023 a perspectiva é de incertezas.
Na visão da especialista, o que realmente surpreendeu no resultado foi a composição do PIB do Brasil, com crescimento de todas as atividades econômicas do lado da oferta. O setor de serviços teve avanço de 1,3% no período, em comparação ao primeiro trimestre de 2022. “Os serviços impulsionaram muito o crescimento no primeiro semestre como um todo. Na margem, foi o setor que mais contribuiu, é o que mais pesa no resultado, apesar de não ter registrado a maior variação. A indústria também chegou firme. Foi um avanço de todos os setores”, destaca.
A indústria subiu 2,2% no segundo trimestre de 2022 ante o primeiro trimestre, em taxa positiva mais alta desde o terceiro trimestre de 2020, quando registrou 14,7%. O crescimento se deve aos desempenhos positivos na atividade de eletricidade e gás, água, construção, entre outros.
PIB do Brasil vê economia em patamar pré-pandemia
A atividade econômica do país está 3,0% acima do patamar pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019, no segundo patamar mais alto da série, atrás apenas do alcançado no primeiro trimestre de 2014, segundo o IBGE.
No entanto, Elisa Andrade vê uma normalização da economia, mais do que uma força. “Apesar do setor de serviços crescer acima dos níveis pré-pandemia, ainda está em recuperação. Há muitas demandas reprimidas e muitos incentivos do governo com medidas. Dificilmente esse ‘gás’ será segurado por muito tempo”, pondera.
As medidas impostas pelo governo nos últimos meses, como os auxílios sociais à população, também têm um peso forte no PIB. O Auxílio Brasil em R$ 600, com uma boa perspectiva do mercado de trabalho, deve otimizar o consumo das famílias e as atividades de serviços, trazendo boas perspectivas para o resultado no 3T22.
“Em relação aos esforços do governo, a grande questão é que traz um risco fiscal para o país, que também pode afastar investidores. Poderá ter um grande impacto para o ano que vem. No curto prazo, é um estímulo para a economia. Com a política monetária extremamente contracionista, a atividade econômica do país começará a sentir, ainda que o primeiro semestre tenha sido forte”, avalia Elisa.
As projeções para 2023 se baseiam em muita incerteza fiscal, para a especialista. “Há expectativas sobre como o candidato à presidência vai conduzir a questão fiscal e dos estímulos”, diz.
A projeção do PIB do Brasil pela Órama é de 2,7% para 2022, enquanto 2023 fica com uma expectativa de crescimento de 0,5%.
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Por: Beatriz Boyadjian – Suno