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Ibovespa recua, em linha com exterior, aos 100,5 mil pontos; Vale (VALE3) sobe

Ibovespa hoje tem a quarta queda seguida
Ibovespa hoje. Foto: Agência Brasil

Ibovespa hoje encerrou o pregão desta terça-feira (28) em queda de 0,17% aos 100.591,41 pontos, após oscilar entre 99.956,21 e 102.237,09 pontos. Moderado, mas superior ao de segunda-feira, o giro financeiro foi a R$ 24,6 bilhões. Na semana, o Ibovespa segue no positivo (+1,94%), ainda cedendo 9,66% no mês e 4,04% no ano.

Além da fraca leitura sobre o índice de confiança do consumidor nos Estados Unidos, do Conference Board, a 98,7 em junho, ante expectativa a 100,0 para o mês, falas de autoridades do Federal Reserve seguiram no radar dos investidores nesta terça-feira – assim como as preocupações domésticas em torno da situação fiscal em meio à discussão sobre alargamento de benefícios e transferências sociais, o que tem se refletido não apenas na Bolsa, mas especialmente nos DIs e no câmbio.

“Do ponto de vista dos fundamentos, seria até um momento de comprar o quanto se conseguisse, com os indicadores técnicos mostrando também que se está chegando a uma região de sobrevenda, especialmente se olharmos de forma setorial para a Bolsa. Mas há muita incerteza, ruído, e isso atrapalha bastante, com o governo entrando em uma agenda mais populista”, diz Edmar de Oliveira, operador da mesa de renda variável da One Investimentos, acrescentando que, além da B3, os mercados americanos têm mostrado também desempenho mais fraco, em termos de fluxo.

“O cenário de desaceleração da economia ainda é majoritário, em relação ao de recessão (nos Estados Unidos). E a reabertura da China, caso se firme, tende a ser positiva para as commodities, a que a Bolsa aqui tem exposição”, observa Oliveira, que vê espaço para o Ibovespa retomar os 110 mil ou mesmo os 112 mil pontos caso a melhor combinação de cenários para EUA e China se materialize e, do lado oposto, para voltar aos 92 ou 90 mil pontos caso o pior aconteça.

Por enquanto, a tendência é de que o Ibovespa se mantenha de lado, na faixa de 98 a 100 mil pontos, até que se tenha clareza sobre o efeito da elevação de juros na economia americana e também sobre o fôlego e o grau de normalização da atividade chinesa, com relação à covid-19.

Nos Estados Unidos, o presidente da distrital do Federal Reserve em Nova York, John Williams, afirmou nesta terça que considera “razoável” a projeção de que os juros básicos terão de chegar a um nível entre 3,5% e 4% para controlar a escalada inflacionária. Em entrevista à CNBC, ele ressaltou que a taxa de juros real neutra está mais alta do que o normal por causa da inflação elevada. Dessa forma, os juros de referência precisarão avançar a um patamar restritivo até o próximo ano, na visão de Williams.

Por sua vez, a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, atualmente sem direito a voto no comitê de política monetária (Fomc), disse, em evento, que projeta crescimento menor na economia dos Estados Unidos, mas não uma recessão. E James Bullard, do Fed de St. Louis, em texto publicado no site da distrital, apontou que as altas de juros previstas para as próximas reuniões, nas projeções do Fed, são “um passo deliberado para ajudar” os dirigentes a “mover a política mais rapidamente, conforme necessário para levar a inflação de volta à meta de 2%”. Bullard tem direito a voto este ano no Fomc.

“O mercado ficou pesado para a bolsa brasileira após o dia ter começado bem lá fora, da Ásia para a Europa. Aqui, o que segurou um pouco, ante a piora vista à tarde também em Nova York, foi o desempenho positivo dos setores de energia e commodities. Nos Estados Unidos, o índice de confiança dos consumidores veio abaixo das expectativas, o que afetou os mercados de Nova York (desde o fim da manhã), frustrando percepção para a economia americana em meio à elevação de juros. Com a piora, o dólar subiu”, aponta Ariane Benedito, economista da CM Capital.

“Os dados sobre a confiança do consumidor americano, do Conference Board, vieram hoje muito ruins, após leitura também negativa de outro índice de sentimento, o da Universidade de Michigan, na sexta-feira. Os números de junho sobre a economia dos Estados Unidos têm vindo bem fracos – por enquanto, temos apenas os ‘soft data’ do mês, como as sondagens e os índices de confiança”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

“Os ‘hard data’ de abril e maio até que não foram ruins, mas o conjunto de dados já disponíveis para junho – o que inclui as prévias dos PMIs e dados regionais das distritais do Fed, como os de Richmond, Dallas, Filadélfia e Nova York – tem estado no pior nível do ano, em indicação clara da desaceleração americana. Junho pode se confirmar como o mês em que atividade está começando a parar, e isso vai ter que ser levado em conta pelo Fed no atual ciclo de aperto monetário”, acrescenta o economista.

Bolsas de Nova York em forte queda

As bolsas de Nova York fecharam em baixa forte, de até quase 3%. O investidor americano segue preocupado com o ritmo de alta de juros pelo Federal Reserve nos EUA. Nesta terça-feira, três dirigentes do BC adotaram postura hawkish ao comentar a necessidade de controlar a inflação por meio dos próximos passos da entidade. Além disso, o recuo além do esperado da confiança do consumidor no país ajudou a deteriorar o sentimento por risco em Wall Street.

  • Dow Jones teve queda de 1,56%, aos 30.946,99 pontos;
  • S&P 500 caiu 2,01%, aos 3.821,55 pontos;
  • Nasdaq recuou 2,98%, aos 11.181,54 pontos.

dólar à vista fechou em alta de 0,60%, a R$ 5,2660, depois de oscilar entre R$ 5,1891 e R$ 5,2790.

O petróleo fechou em alta robusta nesta terça-feira, apoiado pela decisão da China de afrouxar as regras para quarentena de viajantes internacionais. Investidores também monitoraram fatores que indicam mais aperto na oferta global da commodity, como discussões sobre estabelecer um limite aos preços do óleo russo e alerta de baixa capacidade excedente de produção dos Emirados Árabes Unidos.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para agosto avançou 2,00% (US$ 2,19), a US$ 111,76, enquanto o do Brent para o mês seguinte subiu 2,54% na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 113,80.

O contrato futuro de ouro mais líquido fechou em queda nesta terça-feira, pressionado pelo avanço dos juros dos Treasuries e do dólar no mercado internacional. A decisão do G7 de interromper as importações do metal precioso da Rússia ficaram em segundo plano.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto encerrou a sessão em baixa de 0,20%, a US$ 1.821,20 a onça-troy.

No Ibovespa hoje, Pão de Açúcar (PCAR3) ganhou destaque, liderando as maiores altas do dia com +2,86%, movimento influenciado pela retomada da cobertura da empresa pelo Itaú BBA, com avaliação “outperform”.

Foi o mesmo movimento do BB Seguridade (BBSE3), que ganhou 2,13%. Vale (VALE3) ficou na terceira posição, com alta de 1,79%, apoiada pelo aumento do preço do minério de ferro.

Outro destaque do dia no campo positivo foi Petrobras (PETR3, PETR4), com valorização de 1,46% e 1,25%, respectivamente, refletindo a alta do petróleo.

Já na ponta oposta, quem liderou foi Hapvida (HAPV3), que caiu 5,78%, Via (VIIA3), que baixou 5,45% e Positivo (POSI3), que cedeu 5,38%.

A tendência predominante de queda entre o setor bancário do índice levou Santander (SANB11) a perder 0,23%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) caiu 0,93% e 1,43%, respectivamente, Itaú (ITUB4) desvalorizou 1,10% e, na contramão, Banco do Brasil (BBAS3) subiu 0,36%.

Maiores altas do Ibovespa:

Maiores baixas do Ibovespa:

Outras notícias que movimentaram o Ibovespa

  • Petrobras (PETR4): Caio Paes de Andrade assume como novo CEO; posse é questionada
  • EDP Renováveis vende parques eólicos à China Three Gorges (CTG) por R$ 1,8 bi

Petrobras (PETR4): Caio Paes de Andrade assume como novo CEO; posse é questionada

O novo presidente da Petrobras (PETR4), Caio Paes de Andrade, o quarto indicado pelo governo Bolsonaro em menos de quatro anos, tomou posse do cargo nesta terça-feira (28), sem a tradicional cerimônia de posse. O executivo foi aprovado na segunda (27), pelo Conselho de Administração da estatal para conselheiro e presidente da companhia.

Formado em comunicação social e sem nenhuma experiência no setor de óleo e gás, Paes destoa pela segunda vez dos presidentes anteriores da empresa.

Além de dispensar o habitual discurso de posse, o ex-secretário de Desburocratização do Ministério da Economia também recusou convite do Comitê de Elegibilidade (Celeg) para uma entrevista formal antes da nomeação, onde poderia expor seus planos para a empresa.

Segundo a Petrobras, “Caio tomou posse no Rio de Janeiro, sede da companhia, em agenda interna”.

O mandato como conselheiro segue até a realização da próxima Assembleia Geral de Acionistas (ainda sem data agendada) e o de presidente até o dia 13 de abril de 2023.

Paes de Andrade foi nomeado por Bolsonaro para segurar os preços dos combustíveis, como já afirmou o presidente da República em algumas ocasiões.

A defasagem de preços do mercado interno em relação ao internacional, porém, continua.

No fechamento da segunda-feira, a gasolina no Brasil tinha preços 11% menores do que no exterior e o diesel era comercializado com uma defasagem de 8%, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

EDP Renováveis vende parques eólicos à China Three Gorges (CTG) por R$ 1,8 bi

EDP Renováveis, subsidiária espanhola do grupo Energias de Portugal, anunciou a venda para a China Three Gorges (CTG) de uma participação de 100% em portfólio eólico na Espanha pelo valor de 328 milhões de euros, o equivalente a R$ 1,8 bi.

A EDPR detalhou, ainda, que o portfólio eólico operacional na Espanha possui 181 MW (megawatts) e inclui doze parques eólicos operacionais que estão “sobre o esquema remuneratório regulado da Espanha há 20 anos”, com uma idade média de 12.

Com a conclusão da venda, a empresa passa a alcançar 2,4 milhões de euros (R$ 13,2 bi) de encaixes com rotação de ativos.

A EDPR está inserida no programa de rotação de ativos de 8 milhões de euros (R$ 44 bi) no período entre 2021 e 2025, anunciado no Capital Markets Day da companhia.

Segundo a empresa disse em nota, esse programa permitirá “acelerar a criação de valor e reciclar capital para reinvestir em crescimento rentável”.

Desempenho dos principais índices

Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:

  • Ibovespa hoje: -0,17%
  • IFIX hoje: -0,24%
  • IBRX hoje: -0,09%
  • SMLL hoje: -1,05%
  • IDIV hoje: 0,00%

Cotação do Ibovespa nesta segunda (27)

Ibovespa fechou o pregão da última segunda-feira (27) em alta de 2,12% aos 100.763,60 pontos.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Por: Victória Anhesini – Suno

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