O Ibovespa hoje fechou esta segunda-feira (13) em queda de 2,73% aos 102.598,18 pontos, após oscilar entre 105.478,15 e 101.699,55 pontos. O giro foi de R$ 31,5 bilhões.
Com a aversão a risco externo, o índice Bovespa engatou a sétima perda e igualando em extensão a série da segunda quinzena de abril, entre os dias 14 e 26 daquele mês. Agora, a inclinação do ajuste é maior em pontos, com o Ibovespa acumulando retração de quase 9,8 mil ante o fechamento do último dia 2, comparados a 8,5 mil pontos naquela ocasião.
O nível de fechamento nesta segunda-feira foi o menor desde 10 de janeiro (101.945,20 pontos), tendo saído, em 2 de junho (112.392,91), do maior nível de encerramento desde 20 de abril. Assim, perto do fim da primeira quinzena do mês, a referência da B3 acumula perda de 7,86% em junho, passando do positivo ao negativo no ano (-2,12%), após a recuperação de maio (+3,22%) ante abril (-10,10%).
Devolvendo a relativa melhora do começo da tarde, quando o Ibovespa conseguia se manter acima dos 103 mil pontos, o índice acompanhou a piora em Nova York no fim da sessão, em que tanto S&P 500 como Nasdaq chegaram a assinalar perdas na casa de 4%.
A aversão a risco neste começo de semana superou a da última sexta, quando dados de inflação nos Estados Unidos, acima do esperado, já favoreciam recalibragem de expectativas para os futuros passos do Federal Reserve, cujo comitê de política monetária, o Fomc, volta a se reunir nesta semana, assim como o Copom.
A expectativa por aumento de meio ponto na taxa de referência do Fed se mantém para a reunião, mas há grande apreensão para o comunicado da instituição, após a decisão desta quarta-feira. Dessa forma, a curva de juros e o câmbio também reagiram por aqui, com a moeda americana à vista chegando a R$ 5,1374 na máxima da sessão.
“As ações dos EUA só tinham um caminho a percorrer. Os temores de inflação se intensificaram, e aumentou o risco de aperto mais forte do Fed e de uma recessão muito mais cedo. Wall Street está enfrentando uma infinidade de notícias negativas, mas o problema é que, até vermos deterioração nas condições de crédito e no funcionamento do mercado, o Fed tem luz verde para apertar ao máximo”, aponta em nota Edward Moya, analista da OANDA em Nova York, destacando o retorno do S&P 500 para o “bear market”, em viés de baixa sustentada em relação ao pico histórico mais recente – e a disfunção observada no volátil terreno das criptomoedas.
“A inflação nos Estados Unidos, muito acima do esperado para maio, continuou a causar reflexos hoje, desde antes da abertura do mercado por aqui. O aperto monetário por lá ainda não está surtindo o efeito esperado, e os juros precisarão subir mais, o que afetará a orientação da política monetária de outras grandes economias, como a europeia”, diz Charo Alves, especialista da Valor Investimentos. “Juros para cima e crescimento travado afetam de fato a renda variável, com a fuga dos investidores para a segurança em ativos de renda fixa, principalmente do Tesouro americano”, acrescenta.
“Os mercados caíram forte antes da ‘superquarta’, também com os anúncios de mais casos de covid na China. Assim, as perdas começaram na sessão da Ásia e se estenderam para os mercados da Europa e dos Estados Unidos, com forte avanço do índice do medo, o VIX, em Nova York”, diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, chamando atenção para o vencimento de opções sobre ações na sexta-feira na B3, pós-feriado de Corpus Christi e pós-deliberações do Fed e do Copom – ainda na quarta-feira (15), há o vencimento de opções sobre o Ibovespa.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York fecharam em queda robusta nesta segunda-feira, em meio à deterioração do sentimento de risco. Enquanto o mercado aguarda pela decisão do Federal Reserve (Fed) na quarta-feira, crescem as perspectivas de que o BC americano pode acelerar ainda mais o ritmo de aperto monetário, sendo que alguns analistas dizem que a instituição pode surpreender ao subir juros em 75 pontos-base já no dia 15. Neste cenário, o S&P 500 fechou em bear market, ou seja, caiu 20% em relação ao último pico.
- Dow Jones caiu 2,79%, a 30.516,74 pontos;
- S&P 500 recuou 3,88%, a 3.749,63 pontos;
- Nasdaq teve queda de 4,68%, a 10.809,23 pontos.
O dólar à vista fechou em alta de 2,54%, a R$ 5,1151, depois de oscilar entre R$ 5,0318 e R$ 5,1374.
O petróleo fechou em leve alta nesta segunda-feira. O movimento reverteu queda registrada mais cedo, quando os contratos da commodity foram pressionados pela ampla aversão ao risco nos mercados hoje, com investidores temerosos diante da perspectiva de aperto monetário global. Nas últimas horas da sessão, novos sinais de escassez na oferta deram fôlego ao óleo.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para julho avançou 0,22% (US$ 0,26), a US$ 120,93. Já o do Brent subiu 0,21% (US$ 0,26) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 122,27.
O contrato futuro de ouro mais líquido fechou em forte queda nesta segunda, pressionado pelo fortalecimento dos juros dos Treasuries e do dólar no exterior. Os mercados reavaliaram expectativas para o processo de aperto monetário em economias desenvolvidas, na semana em que Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e Banco da Inglaterra (BoE) devem subir juros.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto encerrou a sessão em baixa de 2,33%, a US$ 1.831,80 a onça-troy, na mínima desde 18 de maio, há mais de três semanas.
No Ibovespa hoje, somente quatro ações encerraram o dia em alta, com a liderança indo para Cielo (CIEL3), que subiu 1,32%, seguida de Suzano (SUZB3), com +0,70%, EDP Brasil (ENBR3) com elevação de 0,64% e Taesa (TAEE11), com ganhos de 0,30%.
Papéis de companhias aéreas e turismo se destacaram entre as maiores baixas, em meio à pressão dos combustíveis e do câmbio. Gol (GOLL4) mergulhou 14,46%, liderando no ranking das maiores quedas, acompanhado de CVC (CVCB3), que caiu 11,72%, Azul (AZUL4), com desvalorização de 10,92%.
Méliuz (CASH3) teve baixa de 11,11%, também presente do ranking.
Na estreia depois da oferta, Eletrobras (ELET3, ELET6) recuou 2,20% e 0,81%.
Entre as blue chips, Petrobras (PETR3, PETR4) registrou -1,52% e -1,28%, respectivamente, e Vale (VALE3) perdeu 3,17%.
O bloco de bancos do Ibovespa fechou integralmente em queda, com Banco do Brasil (BBAS3) perdendo 2,29%, Santander (SANB11) desvalorizando 2,29%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) em queda de 1,57% e 1,47%, respectivamente e Itaú (ITUB4) com -1,20%.
Maiores altas do Ibovespa:
- Cielo (CIEL3): +1,32% // R$ 3,83
- Suzano (SUZB3): +0,70% // R$ 52,05
- EDP Brasil (ENBR3): +0,64% // R$ 20,60
- Taesa (TAEE11): +0,30% // R$ 40,46
Maiores baixas do Ibovespa:
- GOL (GOLL4): -14,46% // R$ 9,94
- CVC (CVCB3): -11,72% // R$ 8,21
- Méliuz (CASH3): -11,11% // R$ 1,36
- Azul (AZUL4): -10,92% // R$ 13,70
- Via (VIIA3): -9,89% // R$ 2,55
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- BTG (BPAC11) assume unidade de fibra ótica da Oi (OIBR3) e anuncia nova estrutura executiva
- Eletrobras (ELET3) recua 2,6% em estreia dos novos ativos após privatização
BTG (BPAC11) assume unidade de fibra ótica da Oi (OIBR3) e anuncia nova estrutura executiva
Após a conclusão da venda da unidade de fibra ótica da Oi (OIBR3), a V.tal, para o BTG Pactual (BPAC11) em conjunto com a Globenet Cabos Submarinos por R$ 12,9 bilhões, o banco anuncia a nova estrutura executiva da companhia.
Com a aquisição, o BTG e a Globenet assumem a responsabilidade pela gestão da V.tal e a Oi passa a ser um cliente relevante e acionista minoritário, porém sem qualquer participação na gestão direta da companhia e com as mesmas condições comerciais dos demais clientes, conforme o comunicado ao mercado.
O modelo de negócio da V.tal consiste no compartilhamento da sua rede neutra para operadoras e provedores de internet, de todos os tamanhos e regiões, que não precisam investir na construção, manutenção e evolução da sua própria infraestrutura. Eles podem se concentrar no atendimento ao cliente e na oferta de serviços, além de expandirem rapidamente para mais cidades e regiões do que aquelas onde já atuam. É um modelo também que favorece a entrada de novos players no mercado, aumentando a competição e oferecendo mais opções para os consumidores, segundo o BTG.
Com isso, o banco anunciou Amos Genish como Presidente Executivo do Conselho de Administração e, inicialmente, também na função de CEO.
De acordo com o anuncio do BTG, a V.tal tem um plano ambicioso de investimento para expansão da infraestrutura de fibra ótica e aumento da capacidade de transporte de dados de sua rede em todas as regiões do país.
Como empresa de rede neutra, a estratégia da V.tal é atuar no mercado de atacado junto a operadoras e provedores de internet, oferecendo um novo modelo de negócios de compartilhamento de infraestrutura através do FTTH (Fiber-To-The-Home), além de ser uma das principais viabilizadoras da conectividade em fibra ótica para atender a demanda de 5G no Brasil.
“Vamos investir para dobrar nossa cobertura de FTTH chegando a 34 milhões de endereços em 4 anos e alavancar os negócios das operadoras e dos provedores, ofertando uma internet de alta qualidade e contribuindo com a digitalização mais rápida de toda a sociedade”, afirma Amos Genish, novo Presidente do Conselho de Administração e CEO da V.tal.
A diretoria executiva de C-level (ou de primeiro nível) da V.tal será composta por 11 áreas
Eletrobras (ELET3) recua 2,6% em estreia dos novos ativos após privatização
Após a privatização, novas ações da Eletrobras (ELET3) passaram a ser negociadas na bolsa de valores nesta segunda-feira (13) e estreiam em baixa com temores do mercado sobre novas medidas restritivas na China e a inflação em alta nos EUA, que aumenta a perspectiva de aumento dos juros.
As ações da Eletrobras (ELET3) fechou queda de 2,20%, negociadas a R$ 40,10, enquanto os papéis da ELET6 se desvalorizam 0,81%, a R$ 39,38.
O volume na oferta de ações pode alcançar a marca dos R$ 33,7 bilhões, em meio ao preço fixado por ação de R$ 42. É a terceira maior operação do mundo em 2022, segundo informações da Dealogic.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, opera em queda de 2,34%, a 103,012 mil pontos e todos os ativos negociados, assim como o da companhia elétrica, estão em baixa hoje com o exterior e o risco de recessão no radar dos investidores.
Além disso, a liquidação das ações da Eletrobras vai ocorrer até amanhã (14), às 10h. A empresa, juntamente com o governo, está trabalhando para assinar novos contratos de concessão, que incluem 22 usinas hidrelétricas. Os papéis, por sua vez, poderão vender energia com preços de mercado, conforme Ambiente de Comercialização Livre (ACL).
As concessões têm um volume total de R$ 67 milhões, dos quais R$ 25,3 bilhões têm como destino a União, para bonificação da outorga de novos contratos, com um prazo 30 anos. O montante total foi definido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Com a privatização da Eletrobras, boa parte dos contratos serão retirados do regime de cotas, se inserindo no regime independente e fazendo com que a empresa tenha mais liberdade para negociar.
Os novos contratos de concessão incluem as usinas Mascarenhas, Sobradinho, Tucuruí e Itumbiara. As novas assinaturas poderão ocorrer no próximo mês, segundo informações do Broadcast, embora os recursos não estejam previstos no Orçamento da União de 2022.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: -2,73%
- IFIX hoje: -0,37%
- IBRX hoje: -2,74%
- SMLL hoje: -4,46%
- IDIV hoje: -2,00%
Cotação do Ibovespa nesta sexta (10)
O Ibovespa fechou o pregão da última sexta-feira (10) em queda de 1,51% aos 105.481,23 pontos.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
O post Ibovespa despenca e acumula queda de 7,86% em junho; Eletrobras (ELET3) cai 2,2% apareceu primeiro em Suno Notícias.
Por: Victória Anhesini – Suno