O Ibovespa hoje fechou a quinta-feira (26) com alta de 1,18% aos 111.889,88 pontos, após oscilar entre 110.388,48 e 112.101,51 pontos. O volume financeiro foi de R$ 27 bilhões, abaixo da média. No mês, sobe 3,72% e, no ano, 6,74%, com ganho de 3,14% na semana.
Após a estabilidade da quarta, a referência da B3 retoma a trajetória positiva iniciada no último dia 19, sem retrocessos desde então. Indo um pouco além, desde 11 de maio registrou apenas uma perda, de 2,34%, no dia 18 – ou seja, uma queda em 12 sessões até esta quinta-feira.
Nesta quinta, os ganhos firmes em Nova York deram impulso ao índice brasileiro, em sessão na qual a segunda leitura sobre o PIB americano janeiro-março corroborou a impressão deixada no dia anterior pela ata do Federal Reserve, de que acentuação do ritmo de alta dos juros de referência nos EUA está fora da agenda no momento, apesar da pressão inflacionária.
A percepção de que uma guinada “hawkish” na política monetária americana está ficando fora de questão foi reforçada, nesta quinta, pela contração do PIB no primeiro trimestre, segundo revisão divulgada nesta manhã, que despertou o apetite por risco nos mercados globais em típica leitura de que menos, neste caso, é mais. Aqui, o dólar à vista cedeu 1,23%, a R$ 4,7614 no fechamento, com mínima a R$ 4,7514. O petróleo Brent para julho avançou quase 3%, negociado a US$ 118 por barril na máxima do dia.
Apesar da commodity em retomada, as ações da Petrobras (PETR4) tiveram ganhos leves na sessão, em meio à incerteza sobre a troca de comando, de José Mauro Coelho por Caio Paes de Andrade, cujo nome precisará ser submetido aos procedimentos de governança interna antes da AGE (Assembleia Geral Extraordinária), o que tende a alongar o processo ao menos até julho.
“A ata do Fomc, ontem, tirou um pouco do medo do mercado sobre recessão nos Estados Unidos”, diz Arthur Schneider, responsável por distribuição de produtos na Monte Bravo Investimentos, com o mercado passando a cravar duas altas de meio ponto porcentual nas próximas reuniões do comitê de política monetária do Federal Reserve, em junho e julho, após ata vista como sem novidades, em linha com pronunciamentos recentes das autoridades monetárias americanas. Nesta quinta, contudo, veio a revisão do PIB americano no primeiro trimestre, agora em contração anualizada de 1,5%, na segunda leitura oficial para o intervalo.
“Desde a reunião do Fomc, tudo o que tem saído de dados americanos veio pior do que se imaginava. Os sinais de desaceleração já deixavam o mercado em uma ‘vibe’, em um registro de juro não tão alto por lá, e a ata do Fomc também contribuiu nessa direção”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.
Por aqui, “a limitação da alíquota do ICMS (na noite de quinta na Câmara), em 17% sobre os combustíveis, foi o grande destaque”, observa o economista. “Precisa passar agora pelo Senado, mas se for aprovada lá também deve ter grande efeito sobre a gasolina e o diesel. A gasolina deve cair 0,70 centavo, segundo as primeiras estimativas, com efeito de 1 ponto porcentual sobre o preço do diesel, o que é benéfico para a inflação. O IPCA pode ficar de 1 a 1,5 ponto abaixo do que se projeta de inflação para o ano, um alívio considerável”, diz Gala.
Ele ressalva que a medida trará também uma perda considerável de arrecadação para Estados e municípios, com consequência para a situação fiscal e os juros futuros, o que resulta em inclinação da curva, com os curtos retroagindo e os longos avançando, conforme movimento visto ainda na quarta.
Bolsas de Nova York
As bolsas de Nova York estenderam os ganhos registrados na quarta-feira ao fecharem em alta robusta nesta quinta-feira. Investidores observaram uma leitura fraca do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, um dia após a ata do Federal Reserve não trazer novidades sobre o aperto monetário. Ao mesmo tempo, ações de varejistas dispararam após balanços melhores que o esperado, contrariando a onda de vendas no setor na semana passada.
- Dow Jones em alta de 1,61%, aos 32.637,19 pontos;
- S&P 500 ganha 1,99%, aos 4.057,84 pontos;
- Nasdaq avança 2,68%, aos 11.740,65 pontos.
O dólar à vista fechou em baixa de 1,23%, a R$ 4,7614, depois de oscilar entre R$ 4,7514 e R$ 4,8439.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quinta, em um cenário no qual as perspectivas para a demanda seguem elevadas, especialmente levando em conta a chegada do verão no Hemisfério Norte, afetando a mobilidade, enquanto a produção não é signficativamente elevada. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deve manter seu acordo atual, sem ceder às pressões para que o grupo aumente sua produção. Neste cenário, a possibilidade de embargo da União Europeia ao petróleo russo segue sendo observada.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para julho fechou em alta de 3,41% (US$ 3,76), a US$ 114,09, enquanto o do Brent para o mês seguinte subiu 2,74% (US$ 3,05), na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 114,17.
O ouro fechou em alta marginal nesta quinta, próximo à estabilidade, à medida que o metal precioso reage ao maior apetite por risco nos principais mercados acionários do mundo e o recuo do dólar ante moedas rivais. Operadores também observam as perspectivas para o aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), após ata e o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para junho subiu 0,07%, a US$ 1.847,60 por onça-troy.
No Ibovespa hoje, o setor de elétricas ficou entre as maiores baixas do dia. A Eletrobras (ELET3, ELET6) reagiu ao atraso no protocolo da oferta de ações na CVM e na SEC e fechou em queda de 2,05% e 2,54%, respectivamente.
Quem liderou o ranking do campo negativo foi Energisa(ENGI11), com -2,35%, seguido por Taesa (TAEE11), que perdeu 2,77%, Cemig (CMIG4) com queda de 2,57%, CPFL Energia (CPFE3) com -2,55%, Engie (EGIE3), que desvalorizou 2,35%.
No campo positivo, quem liderou foi Cielo (CIEL3), que registrou 11,29% após elevação do papel para overweight feita pelo JP Morgan. Em seguida, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 9,70% e Rumo (RAIL3) ficou com +6,92%, beneficiado pela boa avaliação do mercado quanto às projeções dos executivos da controladora da empresa durante o Cosan Day. O Cosan (CSAN3) avançou 6,09%.
O setor bancário do índice ficou sem sinal único. Banco do Brasil (BBAS3) teve baixa de 0,29%, Santander (SANB11) caiu 0,30%, Bradesco (BBDC3, BBDC4) ganhou 0,42% e 0,55%, respectivamente e Itaú (ITUB4), +0,42%.
Volátil durante o pregão, Vale (VALE3) caiu 0,06%. Já Petrobras (PETR3, PETR4) subiu 0,31% e 0,25%, respectivamente.
Maiores altas do Ibovespa:
- Cielo (CIEL3): +11,29% // R$ 4,04
- Magazine Luiza (MGLU3): +9,70% // R$ 4,07
- Rumo (RAIL3): +6,92% // R$ 17,15
- CVC (CVCB3): +6,75% // R$ 11,55
- Banco Pan (BPAN4): +6,49% // R$ 8,21
Maiores baixas do Ibovespa:
- Energisa (ENGI11): -2,88% // R$ 44,90
- Taesa (TAEE11): -2,77% // R$ 40,41
- Cemig (CMIG4): -2,57% // R$ 11,73
- Eletrobras (ELET6): -2,54% // R$ 42,51
- Engie (EGIE3): -2,35% // R$ 44,11
Outras notícias que movimentaram o Ibovespa
- Ação da Cosan (CSAN3) sobe 6,6% com anúncios do dia do investidor
- JP Morgan analisa Cielo (CIEL3) como ‘ação barata’ e papel dispara 11%
Ação da Cosan (CSAN3) sobe 6,09% com anúncios do dia do investidor
A Cosan (CSAN3) realizou seu evento anual focado nos investidores da companhia nesta quinta-feira (26).
Os anúncios feitos no Cosan Day foram vistos positivamente pelos investidores. Outros movimentos da empresa, como aquisições milionárias feitas por subsidiárias, também contribuem para a alta dos papéis.
As ações da Cosan subiram 6,09%, cotadas a R$ 21,36, às 16h15.
Confira alguns destaques do evento:
A Cosan Investimentos, criada pelo grupo para buscar novos negócios dentro do segmento para encontrar soluções disruptivas, possui R$ 2,5 bilhões em aportes ou comprometidos, conforme o presidente da empresa, Leonardo Pontes.
Durante o Cosan Day, Pontes afirmou que esse é um veículo novo, que preserva o modelo de geração de valor da empresa, mas está focando em médio e longo prazos, de forma que haja mais oportunidades de ir além do portfólio atual da Cosan.
Já são cinco empreendimentos neste momento:
- Radar, de gestão de terras, que já era da Cosan;
- Ligga, uma joint venture com a Aura Minerals (AURA33), com foco em minério de ferro — mas procurando oportunidades de descarbonização;
- Fifth Wall, gestora de um fundo climático no Vale do Silício;
- Payly, que encontra soluções financeiras de capital de giro e serviços financeiros;
- Trizy, marketplace com objetivo de cruzar embarcadores e transportadores, com aproximadamente 115 mil caminhoneiros ativos.
A Compass Gás e Energia, subsidiária da Cosan (CSAN3) disse que espera a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a compra da fatia de 51% da Petrobras (PETR4) na distribuidora Gaspetro em mais alguns meses, de acordo com o presidente-executivo da subsidiária.
Nelson Gomes, o CEO da subsidiária, afirmou ainda que a companhia está considerando alienar participações na maior parte das distribuidoras que compõem a Gaspetro. Isso ocorre pela Compass, dona da Comgás (CGAS3), ter planos de focar na alocação de capital e fará uma gestão do portfólio.
A subsidiária da Cosan já havia assinado contratos para a possível alienação. No total, seriam 12 distribuidoras de gás natural que sairiam do controle da empresa. Conforme falado no evento, a alienação das futuras participações são de distribuidoras em que a Gaspetro possui fatias minoritária.
JP Morgan analisa Cielo (CIEL3) como ‘ação barata’ e papel dispara 11%
A Cielo (CIEL3) dispara na tarde desta quinta-feira (26), com a classificação de compra pelo JP Morgan. Por volta das 15h55, as ações da empresa de maquinhas saltavam 10,74%, negociadas a R$ 4,02.
O JP Morgan reclassificou a ação da Cielo como overweight. Ou seja, diz que o ativo está barato e tem potencial de valorização. Além disso, o banco americano elevou o preço-alvo para R$ 5, com recomendação de compra.
Na quarta-feira (25), o Itaú BBA também avaliou os papéis da empresa de maquininhas como market perform (desempenho do mercado) e estimou um preço justo de R$ 4,30 por ação, o que implica em upside (potencial de valorização) de 18%.
A análise dos especialistas do Itaú BBA tem como base o PIX favorecendo as empresas de adquirência. Mas alerta que o risco-recompensa em investir na Cielo não é tão atraente.
“O próprio PIX é um sucesso, sem dúvida. Vemos espaço substancial para descompressão de risco para pagamento à medida que esta tendência continua. A repactuação bem-sucedida das taxas de pré-pagamento deve oferecer suporte para perspectiva de lucro e múltiplos”, informou o relatório.
“Existem melhores tendências de curto prazo para Stone e Cielo, mas o risco-recompensa não é tão atraente”, concluiu.
O BTG Pactual (BPAC11) também afirmou em relatório que a empresa de maquininhas teve um bom desempenho no primeiro trimestre deste ano. Na análise do banco, apesar das desvalorizações recentes, a ação da Cielo ainda possui um potencial de valorização.
Com isso a recomendação do BTG Pactual é neutra, com preço-alvo de R$ 4,00.
Desempenho dos principais índices
Além do Ibovespa, confira o fechamento dos principais índices da bolsa hoje:
- Ibovespa hoje: +1,18%
- IFIX hoje: +0,09%
- IBRX hoje: +1,14%
- SMLL hoje: +1,64%
- IDIV hoje: -0,32%
Cotação do Ibovespa nesta quarta (25)
O Ibovespa fechou o pregão da última quarta-feira (25) estável, aos 110.579,81 pontos
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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Por: Victória Anhesini – Suno