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Investidor estrangeiro deve ‘compensar’ efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia

Apesar de, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Brasil não passar imune aos impactos da invasão da Rússia à Ucrânia, os aportes do investidor estrangeiro devem compensar os efeitos negativos.

Enquanto do lado dos preços a pressão sobre as commodities, matérias-primas e insumos em geral levantou um alerta, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), um impacto negativo pode ser compensado pelo crescimento das exportações e pela atração do capital do investidor estrangeiro.

“Diante desse novo choque, que adiciona incertezas no cenário econômico mundial, o quadro indica maior freio da atividade global, e é difícil imaginar que o Brasil saia ileso nesse contexto. Mas temos potencial para mitigar os efeitos”, diz o presidente da Febraban, Isaac Sidney.

Segundo ele, o desempenho da economia brasileira no ano passado veio em linha com a expectativa da federação, com um quarto trimestre “até um pouco melhor do que o esperado”, como reflexo da retomada da mobilidade urbana e o avanço da vacinação.

O PIB cresceu 4,6% ante 2020, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A expansão mais do que compensou a retração de 2020, colocando o PIB de 2021 cerca de 0,5% acima do nível de 2019”, avalia o presidente da Febraban.

Mesmo com a ajuda da venda de commodities e a atração de investidores externos, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, prevê que a inflação continuará dificultando “muito” o trabalho do Banco Central.

No entanto, na sua visão, “parece improvável” que o real consiga se valorizar o suficiente para compensar integralmente o aumento de preços das commodities no mercado internacional.

“Se já era improvável o Banco Central entregar a inflação no intervalo da meta (de 3,5%), agora ficou muito mais desafiador”, avalia.

A questão crucial, segundo Sidney, é se as expectativas e as projeções para 2023 vão subir mais. Na pesquisa Focus do BC, a projeção para o IPCA do próximo ano já está em 3,51%, acima do centro da meta (3,25%). “Este parece ser o ponto-chave na condução da política monetária pelo BC, dado que a partir do segundo trimestre o horizonte relevante da política monetária estará todo voltado para 2023″, diz.

Apesar do investidor estrangeiro, atenção fica com os BCs

Sobre o crédito, Sidney não antevê impactos relevantes por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia que justifiquem mudanças nas projeções da Federação. A Febraban espera que os empréstimos cresçam acima dos 9%, com recursos livres para empresas e famílias.

No mercado financeiro, que já teria um ano desafiador por conta das eleições no Brasil, os bancos têm capacidade de absorver a demanda, de acordo com o presidente da Febraban.

“O setor bancário brasileiro está preparado para absorver a demandas das empresas por linhas, no caso de eventual piora no mercado de capitais”, reforça.

Para o presidente da Febrabanm principalmente considerando o cenário internacional e com o investidor estrangeiro sendo relevante para o mercado, a maior atenção fica com o movimento das autoridades monetárias. “O perigo aqui é que os BCs (em especial, o Fed, o BC americano) demorem muito para retirar estímulos e percam controle das expectativas, necessitando de um ajuste do juro muito forte à frente”.

Com informações do Estadão Conteúdo

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Por: Eduardo Vargas – Suno

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