O dólar voltou a cair nesta quinta (27) e passou a ser negociado abaixo dos R$ 5 novamente. A moeda norte-americana não ficava abaixo desse patamar desde o dia 18 de abril e fechou o dia em baixa de 1,52%, a R$ 4,9802.
“A queda do dólar hoje resulta da combinação de fatores positivos locais e internacionais. No Brasil, o pedido de vista pelo ministro Nunes Marques do processo sobre a correção do FGTS (com impacto fiscal bilionário para o governo) e os números positivos de geração de emprego pesaram favoravelmente ao Real. Já no exterior, o mercado de bolsas teve um dia excelente, puxado pelos resultados das empresas de tecnologia (com resultados melhores que o esperado) e pelo PIB americano crescendo menos que o esperado”, aponta Celso Pereira, diretor de investimentos da Nomad.
Esses fatos sugerem tendência de maior taxa de juros no Brasil e possibilidade de menor taxa de juros terminal nos EUA em 2023, ambos fatores favorecem o real em relação ao dólar.
“Vale ressaltar que o mercado segue aguardando a decisão sobre aumento de juros nos EUA na primeira semana de maio. Até lá, o investidor pode esperar volatilidade nos mercados e moedas”, reforçou o especialista.
Esse movimento de queda no dólar ocorreu após a divulgação dos números do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos. O indicador cresceu ao ritmo anualizado de 1,1% no primeiro trimestre deste ano. De acordo com os especialistas, esse resultado mostra uma forte desaceleração na economia norte-americana.
É hora de comprar dólar?
Para o investidor que deseja comprar dólar, um bom parâmetro é monitorar o Boletim Focus. Sempre que a cotação estiver abaixo da previsão do boletim, significa que a moeda está “barata”. A previsão mais recente é de que a moeda chegue em R$ 5,20 no final do ano.
Atualmente, é possível efetuar essa operação diretamente pelo celular. Clique e confira mais detalhes sobre como comprar dólar no smartphone.
Enquanto o Focus trabalha com R$ 5,20, o Itaú (ITUB4) e a XP Investimentos veem a moeda na casa dos R$ 5,30 no final de 2023.
“O cenário externo está mais volátil, seguindo os episódios recentes em bancos e a reprecificação dos juros terminais do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) para um nível mais baixo. Como resultado, a maior parte das demais moedas, em especial em emergentes, se valorizou ao longo do mês de março”, argumenta Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.
“A nosso ver, a incerteza fiscal e os ruídos políticos sobre o quadro fiscal pesam sobre a taxa de câmbio, evitando a valorização que seria esperada pela balança comercial positiva e pelos preços de commodities favoráveis”, complementam os especialistas da XP Caio Megale, Rodolfo Margato e Tiago Sbardelotto ao analisarem os rumos do dólar.
Por: Erick Matheus Nery – Suno