Os bancos regionais dos EUA tiveram quedas expressivas nesta terça-feira (25), arrastados pela baixa do First Republic Bank para uma mínima recorde, depois que o banco apontou que os depósitos afundaram no último trimestre.
O KBW Regional Banking Index atingiu seu nível mais baixo desde novembro de 2020 – já que a queda do First Republic prejudicou o sentimento em todo o setor, que já tinha sido abalado pelos colapsos do Silicon Valley Bank e do Signature Bank. O indicador do banco regional foi levado à queda também por outro banco, o PacWest Bancorp, que teve baixa de 8,9% antes dos resultados reportados após o fechamento do mercado na terça-feira.
A dificuldade do First Republic em reter depósitos representa os desafios enfrentados pelos bancos menores para superar a crise do mês passado. O resultado do credor com sede em San Francisco parece único entre os números de bancos apontando ganhos até agora por causa da escala de declínio de seus depósitos, enquanto os pares regionais enfrentam pressões à medida que o custo de manter os depósitos aumenta.
O total de depósitos fechou o trimestre em U$$ 104,5 bilhões, incluindo os US$ 30 bilhões recebido dos grandes bancos. Isso representa uma queda de US$ 76 bilhões no comparativo com o final de 2022 e bem abaixo dos US$ 136,6 bilhões esperados pelo mercado. Com isso, o banco anunciou que está diminuindo seu quadro de funcionários em até 25% e busca opções estratégicas para a continuidade dos negócios.
Houve pessimismo geral nas ações dos bancos após os dados de depósitos da First Republic, disse Tim Coffey, analista da Janney Montgomery Scott LLC. Ele cortou a recomendação para a ação do First Republic para venda após o resultado do banco, divulgado na noite da véspera.
A liquidação do First Republic na sessão se aprofundou e a ação fechou em queda de 49,38%, a US$ 8,10, nesta terça-feira, depois que uma reportagem da Bloomberg News informou que o banco está planejando o desinvestimento de US$ 50 bilhões a US$ 100 bilhões em hipotecas e títulos de longo prazo como parte de um plano de resgate.
A XP também destaca que, após receber com surpresa os números do trimestre do First Republic, os analistas buscavam mais informações sobre o futuro do banco na tradicional conferência pós divulgação, porém o banco decidiu encerrar a apresentação sem abrir para perguntas dos ouvintes.
“Decepcionados com a queda nos depósitos e sem visibilidade sobre o futuro do banco, os investidores perderam a confiança na capacidade de recuperação das ações e derrubaram mais de 40% para a casa dos US $9, mínimas históricas do papel”, avalia.
O banco não é membro do indicador de bancos regionais, mas teve o pior desempenho no KBW Bank Index mais amplo, que contou com quase todos os seus 22 integrantes do índice no vermelho. KeyCorp, Western Alliance Bancorp e Zions Bancorp caíram mais de 5%.
Os maiores credores dos EUA também caíram, com Bank of America Corp., Citigroup Inc., Wells Fargo & Co. e Morgan Stanley registrando baixa de mais de 2%.
O First Republic tem sido um destaque negativo, já que os depósitos fugiram do credor com sede em São Francisco, tornando-o o pior desempenho não apenas entre os bancos, mas também no índice S&P 500 este ano. A queda nos lucros do banco elevou sua queda neste ano para 93%, provocando várias interrupções de negociações dos ativos devido à alta volatilidade nas negociações desta terça-feira.
Durante a crise bancária ocorrida em março, que levou à intervenção no Signature e Silicon Valley, o First Republic também sofreu com fuga de depósitos e, no dia 16 de março, recebeu um aporte, sob a forma de depósitos não garantidos, de cerca de US$ 30 bilhões de um consórcio dos maiores bancos dos EUA.
Essa liquidez adicional, em conjunto com as medidas de liquidez anunciadas pelo Federal Reserve (BTFP – Bank Term Funding Program) evitaram que o First Republic fosse pelo mesmo caminho do Silicon Valey e Signature, seguindo assim com suas operações.
Já na noite desta segunda-feira (25), após adiar em uma semana, o banco divulgou seus resultados para o primeiro trimestre de 2023. Embora o resultado operacional tenha vindo acima das expectativas dos analistas em termos de lucro, receita, total de empréstimos e inadimplência, a corrida bancária durante o mês de março foi pior do que o imaginado, o que levou a esse todo movimento de queda e reacendeu o temos dos mercados.
(Com Bloomberg)
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Por: Equipe InfoMoney – InfoMoney