O IRB Brasil (IRBR3) fechou um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e pagará US$ 5 milhões a título de compensação por causa da fake news de que Warren Buffett seria um dos acionistas da resseguradora brasileira. O caso explodiu em 2020.
“O acordo não prevê o pagamento de qualquer multa pecuniária e/ou o desembolso de outros
valores com relação aos fatos em exame. Em função da assinatura do acordo, a companhia continuará a cooperar com o DOJ [Justiça norte-americana] e aprimorar suas práticas de controles internos, governança e conformidade, submetendo-se ao acompanhamento e reporte periódico por um período de até três anos”, reforçou a empresa em comunicado enviado ao mercado nesta segunda (24).
Nesta segunda, as ações do IRB Brasil fecharam o dia em alta de alta de 6,23%, ao preço de R$ 27,62. O movimento de alta ocorreu após a divulgação dos números de fevereiro da empresa.
Neste ano, a companhia conseguiu um lucro de R$ 14,3 milhões, sendo que a empresa havia amargado um prejuízo de R$ 50,9 milhões no mesmo período de 2022.
Fake news no IRB Brasil
O caso ocorreu no início de 2020, quando o ex-vice presidente executivo de finanças e relações com investidores do IRB, Fernando Passos, teria espalhado a notícia falsa de que a Berkshire Hathaway, gestora de Buffett, teria investido na resseguradora.
A fake news visava sustentar o preço das ações do IRB, que haviam tido uma forte queda na época, quando a gestora de recursos Squadra Investimentos publicou uma carta em que questionava as práticas contábeis da resseguradora.
Segundo a SEC, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dos Estados Unidos, os papéis da resseguradora subiram 6% após a divulgação desse ruído, mas tombaram mais de 40% após a Berkshire soltar um comunicado no qual negava a história e afirmava que não tinha interesse em investir na empresa.
Com a imagem manchada, entre janeiro e março de 2020, as ações foram de R$ 41,43 para R$ 6,47. Desde então, o IRB Brasil trabalha para recuperar a credibilidade junto ao mercado. Em fevereiro, a empresa aprovou o grupamento da totalidade de 2,468 bilhões de ações ordinárias de emissão da companhia, na proporção de 30 para 1.
Por: Erick Matheus Nery – Suno