Enquanto enfrenta uma crise sem precedentes, a Americanas (AMER3) teve que pagar os fornecedores de chocolates à vista para conseguir o estoque da Páscoa deste ano. Aleksandro Pereira, diretor comercial da varejista, explicou que a empresa tranquilizou os parceiros e recorreu a essa forma de pagamento para conseguir encher as prateleiras.
“Os fornecedores preferiram que a gente fizesse um pagamento à vista. A gente paga em um dia, e o fornecedor entrega no outro. O pagamento à vista nunca foi o negócio da Americanas, e acredito que não é o negócio de nenhum varejista no Brasil”, detalhou Pereira em entrevista ao jornal O Globo.
Pagamos à vista para ser um facilitador e tirar a dúvida de que a Páscoa seria normal, e eles deram um desconto, para uma Páscoa mais saudável para todos.
De acordo com o executivo, as compras estão sendo feitas semanalmente e a empresa fez um trabalho “para acalmar os fornecedores e garantir que a negociação andasse”.
Nos meses de março e abril, 35% do faturamento da Americanas corresponde a venda dos chocolates da Páscoa (ovos, barras e caixas de bombom).
A recuperação judicial da Americanas conta com dívidas que superam os R$ 40 bilhões. Na semana passada, a Justiça autorizou um empréstimo DIP de até R$ 2 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão foi aportado emergencialmente pelos acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira.
“O DIP vai dar mais liquidez ao caixa da companhia para manter as operações do dia a dia. Não foi nada voltado para a Páscoa, que já estava planejada”, destacou Pereira.
Recuperação judicial da Americanas
Na última sexta (11), a crise na Americanas completou um mês. Em comunicado enviado à imprensa, a varejista ressaltou que suas operações seguem normalmente nos pontos físicos e digitais.
“Para nossos clientes, o resultado do que estamos fazendo juntos é que a experiência nas lojas, no site e no app continua sendo exatamente a mesma. As lojas seguem abertas e com prateleiras cheias. As entregas, garantidas. Protegemos nosso maior aliado e amigo de toda hora: o cliente”, destacou João Guerra, CEO interino da Americanas.
Por: Erick Matheus Nery – Suno