O economista-chefe do Itaú Unibanco (ITUB4), Mario Mesquita, defendeu na quarta-feira (8), em encontro com jornalistas, a manutenção da meta de inflação. Segundo ele, enquanto houver a possibilidade de a meta ser alterada, as expectativas do mercado irão subir. Diante disso, Mesquita também cobrou uma decisão do governo.
Isso porque, nas últimas semanas, além de fazer críticas ao Banco Central, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou o corte na taxa de juros e gerou desconfiança ao mercado de que pode elevar a meta da inflação.
Atualmente, a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) está em 3,25% para 2023. Para os dois anos seguintes, o percentual estabelecido foi de 3%.
O economista-chefe do Itaú afirmou entender a preocupação do mandatário — “recessão é ruim para todos” — e destacou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está trabalhando com o novo arcabouço fiscal.
No entanto, Mesquita reforçou que, enquanto o martelo não for batido pelo governo, seja elevar a meta de inflação ou mantê-la, as incertezas irão subir.
O mercado de juros reflete o cenário de incertezas. Quanto mais demorado for o anúncio, mais as expectativas [e os juros] sobem.
Diante disso, ele pontua que as metas atuais ainda prevalecem, e que a equipe econômica poderia, pelo menos, reafirmá-las. “Como existe a incerteza, o governo deveria reafirmar as metas existentes. Isso vai estabilizar as expectativas do mercado”, sublinhou o economista-chefe do Itaú.
PIB do Brasil e do mundo
Durante a conversa com jornalistas, Mesquita também apresentou as projeções do banco Itaú quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e do mundo para 2023 e 2024. Segundo ele, as estimativas apontam para um crescimento brasileiro de 0,9% para este ano e, para o próximo, de 1%.
A recessão será mais suave do que se temia.
Já em relação ao PIB global, o economista-chefe do Itaú tem uma previsão de avanços maiores: 2,3% para 2023 e 2,8% para 2024. Entre os fatores que contribuirão para chegar a essas estimativos, está a flexibilização da política de Covid-zero na China e a recuperação europeia, principalmente em relação à dependência da energia russa.
Por: Janize Colaço – Suno