O vice-premiê da China, Liu He, disse hoje no Fórum Econômico Mundial que os investimentos estrangeiros são bem-vindos na China e que a porta do país para o exterior “só se abrirá ainda mais” com a flexibilização das restrições impostas para o combate à covid-19, como o abandono de requisitos de quarentena e outras limitações de viagens que estavam em vigor desde o início de 2020.
Liu repetiu a formulação apresentada pela primeira vez pelo presidente Xi Jinping em 2017, reiterando que na China os mercados desempenharão um “papel decisivo na alocação de recursos”. Ele disse: “Algumas pessoas dizem que a China irá para a economia planificada. Isso não é possível.
Em seu discurso especial no Fórum, que está sendo realizado em Davos, na Suíça, o vice-primeiro-ministro ofereceu garantias aos participantes sobre a continuação da liberalização e o afrouxamento das restrições ao setor imobiliário da China.
Liu observou que o setor imobiliário, que viu alguns titãs enfrentarem o colapso em 2021 e 2022, incapazes de cumprir as obrigações da dívida, continua sendo um pilar da economia chinesa. “(O setor) É responsável por quase 40% dos empréstimos bancários, 50% dos recursos fiscais globais do governo local e 60% dos ativos domésticos urbanos”, disse ele.
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“Se não forem tratados adequadamente, os riscos no setor imobiliário provavelmente desencadearão riscos sistêmicos.”
Ele lembrou que as autoridade relaxaram as restrições que foram introduzidas para lidar com o superaquecimento do mercado imobiliário local, a política das “Três Linhas Vermelhas” introduzidas em agosto de 2020. Segundo essas regras, as empresas podem sofrer restrições para aumentarem seu endividamento se não cumprirem critérios como relação passivo/ativo inferior a 70%, índice de alavancagem líquida inferior a 100% e relação caixa/dívida de curto prazo de pelo menos 1.
Sobre os temores de que a agenda de Prosperidade Comum da China gere uma redistribuição radical de riqueza, Liu a descreveu como uma “tarefa de longo prazo que requer uma abordagem incremental e gradual” e não algo a ser alcançado da noite para o dia. Ele disse que a prosperidade comum visa prevenir a polarização. “Prosperidade comum não é de forma alguma sinônimo de igualitarismo ou bem-estar”.
Liu também destacou o compromisso da China com a globalização. “Nos opomos ao unilateralismo e ao protecionismo e esperamos fortalecer a cooperação internacional com todos os países para a estabilidade e o desenvolvimento econômico mundial e a promoção da reglobalização econômica.”
Ele reafirmou ainda os objetivos duplos da China de atingir o pico de emissões de carbono antes de 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060. “A neutralidade de carbono é uma obrigação internacional da China”, disse ele. “Isso também é o que a China precisa para impulsionar o crescimento interno. Não é algo imposto a nós, mas algo que queremos fazer”.
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Por: Roberto de Lira – InfoMoney