A Fenabrave, entidade que representa as concessionárias, espera que, pelo terceiro ano seguido, as vendas de veículos continuem estacionadas.
Em relação às vendas de carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, a expectativa é de 2,11 milhões de unidades vendidas até o fim do ano, com um crescimento de 0,1% em relação a 2022.
Só no mercado de carros de passeio e utilitários leves, como picapes e vans, a Fenabrave prevê estagnação, crescimento zero, nas 1,96 milhão de unidades do ano passado.
A tendência, na avaliação da entidade, também é de estagnação (crescimento zero) nas vendas de caminhões, que devem somar novamente 124,6 mil unidades em todo o ano se a associação for certeira em suas previsões.
Já no mercado de ônibus a Fenabrave está mais otimista, prevendo 23 mil veículos emplacados, um crescimento de 5%.
Além dessas projeções, a Fenabrave apresentou seu prognóstico para as vendas de motos. A previsão é de avanço de 9% no mercado de duas rodas, com 1,48 milhão de motocicletas comercializadas em 2023.
Vendas de veículos: justificativas das projeções
A Fenabrave apontou um cenário de baixo crescimento econômico e manutenção da Selic, a taxa de juros de referência da economia, nos atuais 13,75% até, pelo menos, o fim do primeiro semestre, ao explicar as previsões de estagnação do mercado de veículos neste ano.
Dúvidas sobre a condução da política econômica, com as medidas de ajuste fiscal do novo governo ainda indefinidas, também foram citadas por diretores da entidade como justificativa ao conservadorismo dos prognósticos para 2023.
A intenção da associação é reavaliar as expectativas daqui três meses, quando a Fenabrave espera ter maior clareza sobre as políticas macroeconômicas.
Apesar da tendência de normalização gradual da oferta, cuja restrição foi um limitador dos volumes dos últimos dois anos, a direção da Fenabrave avaliou que, enquanto os juros altos encarecem o crédito, o avanço da inadimplência faz com que as condições dos bancos nas concessões de financiamentos tornem-se mais restritivas.
“É o número que acreditamos ser possível neste momento, com todas as dificuldades de trazer o número para os senhores”, afirmou o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, ao apresentar as projeções de vendas de veículos em entrevista coletiva a jornalistas.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
Por: Ana Clara Macedo – Suno