A Polícia Militar do Distrito Federal investigava, na tarde desta terça-feira (27), uma suspeita de bomba no setor hoteleiro de Brasília, informaram a corporação e a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
Segundo a PM-DF, por volta das 16h uma mochila foi encontrada na quadra 5 do Setor Hoteleiro Norte e, por precaução, a operação Petardo foi acionada. Quando isso ocorre, é feito uma série de procedimentos para avaliação e eventual desarme, o que só ocorre quando há uma suspeita.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado e tem recebido autoridades para conversas em um hotel do Setor Hoteleiro Sul, distante mais de um quilômetro de distância. Era possível ouvir, do hotel de Lula, sirenes de carros envolvidos na operação.
Reportagem do InfoMoney mostrou uma articulação das redes de hotéis da capital federal, que ofereceram quartos para investigadores da polícia identificarem os responsáveis por atos de vandalismo e violência que atingiram a cidade, na noite do dia 12. Naquele dia, bolsonaristas tentaram invadir a sede da Polícia Federal, queimaram carros e ônibus e levaram caos ao Setor Hoteleiro Norte e a um trecho do Eixo Monumental.
A proposta foi feita durante reunião entre representantes do setor, os secretários distritais de Segurança Pública e Turismo e a Polícia Militar. O encontro foi convocado pelo braço do Distrito Federal da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-DF), no dia seguinte aos atos.
Segurança na posse
Com a aproximação do dia da posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a segurança do evento, que será realizado em 1º de janeiro, ganhou outro status até por conta da prisão, no último sábado (24), de um homem suspeito de “plantar” um artefato explosivo próximo ao aeroporto de Brasília.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito de 54 anos viajou do Pará para Brasília para as manifestações antidemocráticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Ele estaria acampado diante do quartel-general da capital federal, onde desde o segundo turno das eleições manifestantes têm defendido ações ilegais de militares contra o governo eleito.
Flávio Dino, futuro ministro da Justiça, disse em entrevista na segunda-feira (26) à GloboNews que espera haver um quadro de normalidade durante a posse de Lula com a desmobilização, até o dia 31, dos acampamentos antidemocráticos instalados diante dos quartéis do Exército.
“Não se trata de um ‘lobo solitário’, há gente poderosa por trás disso, e a polícia vai apurar. Não vamos permitir terrorismo político no Brasil”, disse. “Vamos apurar as conexões entre agentes privados e agentes públicos e os acampamentos nos quartéis onde estava o suspeito preso”.
Efetivo policial mobilizado
Em entrevista coletiva na terça-feira (27), em Brasília, que contou com a participação dos futuros ministros da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino; da Defesa, José Múcio; e do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; foi anunciado que todo o efetivo das forças policiais da capital federal estará mobilizado para o esquema de segurança da posse presidencial.
“Não temos mudança na programação da posse, do protocolo. Todo sistema de segurança estará integralmente mobilizado. Nós estamos no planejamento dinâmico. A cada situação nova que se coloca, fazemos uma análise”, disse Flávio Dino.
Em relação ao tradicional desfile presidencial em carro aberto, Dino reiterou que o planejamento de ações prioriza a segurança do presidente eleito e de todas as pessoas que estarão em Brasília acompanhando a posse, e que também pode ser alterado dependendo das condições meteorológicas da capital.
“Temos toda tranquilidade para reiterar o convite para que a população participe da posse. A posse ocorrerá como programada. Nós estaremos juntos. Queremos transmitir essa segurança e tranquilidade à população brasileira”, afirmou o futuro ministro.
Lula vai decidir apenas no domingo se fará o tradicional desfile em carro aberto em Brasília ou se optará por um veículo fechado. De acordo com Dino, a decisão final, que deverá ocorrer perto do meio-dia, levará em conta questões de segurança e climáticas.
Sobre as ações de desmobilização dos acampamentos bolsonaristas diante dos QGs do Exército, Ibaneis Rocha afirmou que acompanha a situação.
“A gente aguarda novas operações até o dia da posse para desmobilizar esse pessoal. O exército vem desmontando parte dos acampamentos diariamente. Isso está acontecendo de forma pacífica. Não consideramos legítimas as coisas que vem acontecendo, como foi esse caso da tentativa de atentado a bomba, com armamento pesado”, disse.
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Por: Reuters – InfoMoney