O investidor deve ter uma semana com menos distrações, após a desclassificação da seleção brasileira da Copa do Mundo. Os pregões da Bolsa, esvaziados em dia de jogo, prometem retomar a normalidade de olho no noticiário político. Já nesta segunda-feira (12), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, serão diplomados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A expectativa é que Lula nomeie mais uma parte da sua equipe de ministros depois disso. Na última sexta-feira (9), alguns dos principais nomes foram anunciados, entre eles, o de Fernando Haddad, na Fazenda. O mercado sempre se mostrou pouco simpático com a escolha, mas já havia a precificado e o Ibovespa até fechou com alta depois da confirmação.
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Os próximos dias também devem ser marcados por articulações para que a PEC da Transição seja aprovada na Câmara dos Deputados. A expectativa é de que o texto não passe pela casa com a mesma celeridade do Senado.
Até agora, houve pouca desidratação na proposta do governo eleito em ampliar o teto de gastos. A PEC chega na mão dos deputados sugerindo uma ampliação de R$ 145 bilhões por dois anos, e mais R$ 23 bilhões fora do teto. O governo corre para que o texto seja aprovado antes do início do recesso parlamentar.
Na quarta-feira (14), o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento sobre a constitucionalidade das emendas de relator, o chamado orçamento secreto. Este é considerado um dos principais entraves à aprovação da PEC na Câmara.
Serviços, Ata do Copom e IBC-Br são destaque na agenda local
Dentre os indicadores econômicos previstos para a semana, o principal é a pesquisa mensal de serviços, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (13). O consenso Refinitiv projeta uma contração de 1% em outubro na comparação com setembro, mas crescimento de 9,6% em bases anuais.
O Itaú prevê uma queda mensal menor, de 0,3%, com destaque de baixa para serviços oferecidos às famílias. Até agora, os indicadores de indústria e varejo referentes a outubro superaram as expectativas dos analistas.
Na terça-feira, o Banco Central vai divulgar a Ata do Copom, referente à reunião da semana passada, em que a Selic foi mais uma vez mantida em 13,75% ao ano.
“A questão sobre esse encontro não foi sobre a taxa em si, mas como o Comitê responderia ao recente aumento dos riscos fiscais. E assim o fizeram, mantendo a avaliação de um balanço de riscos assimétrico, mas destacando que as incertezas atuais demandam uma avaliação serena de sua política fiscal”, escreveu Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.
Ainda durante a semana, o BC vai divulgar o relatório trimestral de inflação, na quinta-feira (15), e sua proxy do Produto Interno Bruto (PIB). O IBC-Br de outubro será apresentado na quarta-feira (14). “Esperamos que o índice avance 0,4% na comparação mensal, mas essa estimativa poderá mudar de acordo com o desempenho do setor de serviços”, diz o relatório do Itaú.
Fed vai fazer última reunião do política monetária do ano
No exterior, atenção total nas últimas reuniões de política monetária do ano em Bancos Centrais da Europa e nos Estados Unidos. O Fed começará seu encontro na terça-feira e na quarta, anuncia sua decisão. De acordo com o monitor de juros do CME Group, quase 80% do mercado aposta em uma alta de 50 pontos-base nos juros. Assim, o Fed desaceleraria o ritmo de aperto monetário – foram quatro altas seguidas de 75 pontos-base.
Antes da decisão, o colegiado vai ter mais um dado para amparar sua avaliação. Na segunda-feira, sai o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). O consenso Refinitiv projeta uma alta de 0,3% para o indicador de inflação em novembro, na comparação com o outubro.
Na última sexta-feira, o índice de preços ao produtor (PPI) veio levemente acima das expectativas e fez as Bolsas caírem, com preocupações sobre a escalada da inflação e uma postura mais austera do Fed.
Na quinta-feira, é a vez do Banco Central Europeu e o Banco Central da Inglaterra anunciarem novas altas nas taxas de juros. Espera-se que a autoridade monetária da zona do euro também desacelera o ritmo de aperto monetário, com um ajuste de 50 pontos base.
Além da decisão, o Banco Central Europeu deve apresentar novas projeções macroeconômicas e indicar quais devem ser seus próximos passos.
Já em relação à decisão do Banco Central inglês, a média das projeções do mercado aposta em uma nova alta de 50 pontos-base, para 3,5%. No entanto, a autoridade monetária sinaliza estar dividida sobre até quando o aperto será necessário para controlar a inflação de dois dígitos.
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Por: Mitchel Diniz – InfoMoney